Where did we go?
Put your hand down
I'm scared to know
What I'm feeling, yeah
Say "Yes" or "No"
Do I give up and just let go
Or keep on dreaming? Yeah
(You Loss I'm Found, Jesse J)
Mesmo com o medicamento para dormir, que agora se tornara uma rotina na vida de Brian, o sono não encontrava o caminho para seu quarto. Frequentemente ele andava pela casa, descia para a sala, voltava ao quarto. Por vezes pegava seu telefone pessoal e olhava-o fixamente, como se tivesse a capacidade de adivinhar e forçar que sua amada ligasse pare ele. Por vezes, pegava o velho Paramount do quarto e ligava para delegacia na entrada do distrito de Vosk, e, como sempre, recebia a mesma informação. Quando na terceira vez em uma mesma noite que ele ligara e ameaçaram-no de prisão sob acusação de congestionar as linhas da policia, decidiu parar. Assim, como em muitas noites antes, nesta ele decidira não dormir. Ele apenas vagueava pela casa, ora na andando como um zumbi pela sala de estar, ora pelo quarto, ora no banheiro e cozinha. Carregava consigo a última camisola que sua noiva usara, e a cheirava de quando em quando.
— Oh, Jay... O que você foi fazer? — lamentava-se — Onde você se meteu, meu amor?
A luz do sol subiu lentamente pelas janelas. Ele não fazia ideia há quanto tempo não às abria e, tão logo se viu ofuscado por um raio que incidiu direto em seu olho esquerdo, arrumou-se e arrastou-se para o serviço novamente. Naquele momento, o trabalho junto à Conselheira de Comércio era a única coisa que mantinha sua sanidade intacta. E sua chefe já o ajudava da maneira que podia.
Chegando ao segundo andar do prédio, bateu duas vezes à porta imediatamente à frente à sua e entrou. Sua chefe, a bela conselheira de cabelos castanhos, estava terminando um telefonema.
— Escute, eu quero isso resolvido agora, entendeu? Hoje à tarde quero um relatório dizendo que está solucionado este problema. — Fez uma pausa e apontou a poltrona a sua frente para que o assessor sentar-se. — Já falo contigo, meu querido. — virou-se para ele com seu telefone pessoal silenciado e, voltando-se para o aparelho em sua mão, prosseguiu — Escute, você não está entendendo. Você vai resolver essa bagunça que você se meteu nas docas por si só. Você se meteu nisso sozinho, não me interessa quem fez o quê. Resolva. Me ligue quando estiver pronto.
Desligou o aparelho, apertando com certa irritação o botão, um pequeno disco vermelho na tela de vidro, e colocou-o na primeira gaveta. Levantou-se e serviu uma bebida para os dois, sentando-se na poltrona ao lado do rapaz.
— Brian, meu querido. — entregou a bebida e segurou sua mão, olhando-o com atenção. — Você não está dormindo, não é? — Viu o rapaz responder com um não balançando a cabeça. — Nem o remédio que te dei está funcionando?
— Infelizmente não... Não consigo parar de pensar que ela talvez esteja em perigo... — fez menção de esconder o rosto com as mãos, mas sua chefe não deixou, oferecendo-lhe um abraço.
— Está tudo bem, meu querido... Bote tudo para fora. — procurou conforta-lo passando a mão afetuosamente em suas costas. — Olha... Eu odeio te ver assim, meu querido... Façamos assim. Você irá à minha casa hoje após o serviço. Conversamos, bebemos um pouco, tentamos esquecer isso tudo, e tenho certeza que você conseguirá dormir e se sentirá melhor amanhã.
— Não sei...
Ela não deixou termina-lo de protestar — É um convite E uma ordem, meu querido. Você não está em condição de trabalhar. E se eu conseguir, mesmo que brevemente, te ajudar a descansar e relaxar um pouco, ambos saímos ganhando.
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Crônicas de Rat's Bay - Jackie Aeon
AcciónCrônicas de Rat's Bay é uma distopia sombria e profunda, um mergulho ao que há de pior e mais podre no coração humano. Em uma cidade dominada pela corrupção, Jackie Aeon é uma jovem detetive. Sua missão, entretanto, não é fácil: ela precisa se infil...