LITERATURA CRISTÃ | TRILOGIA "ATÉ" Livro 2
"Uma das maiores verdades sobre o amor que eu provei e conheci é que ele é uma escolha."
As vidas de Maya e Caleb se cruzaram uma vez e o resultado não foi bom. Por causa dele, ela saiu da cidade com o cora...
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MAYA
Noite da perdição
Naquele dia, eu acordei com o coração apertado. Mesmo quando despertei totalmente do sono, ainda passei meia hora sentada na cama tentando entender porque estava tão aflita. Orei ao Senhor, pedindo alívio para que pudesse seguir com o meu dia em paz.
Ainda ali, olhei para a Bíblia que me havia sido devolvida dois dias atrás, no criado-mudo ao lado da cama. Folheei-a despretensiosamente. Dentre as várias orações e fotos da família em meio às páginas, encontrei um envelope do qual eu não tinha conhecimento algum sobre.
Abri-o, receosa do que leria, afinal, minha Bíblia tinha estado nas mãos de Caleb esse tempo todo.
"Saudades, xuxuzinho. Venha logo me ver. Ass.: Levi"
Dei uma das risadas mais genuínas dos últimos tempos. Aquele bilhetinho melhorou minha manhã em cem por cento, só por ter me arrancado um riso que eu não pensei que poderia dar tão logo. Que menino arteiro! O sobrinho de Caleb era um galanteador nato, pronto para conquistar coraçõezinhos por aí.
— Bom dia, pão-de-mel. — fui tomar café com minha mãe na Padaria. Dei-lhe um abraço apertado assim que a vi. — Está tão linda...
— Bom dia, mami. Obrigada! — sorri com seu elogio e aproveitei para dar uma última conferida em meus trajes. Eu usava um longo vestido de cor marsala, folgado o suficiente para que eu não passasse muito calor à beira-mar. A nossa igreja iria participar de um casamento da congregação do lado norte da cidade, que ocorreria na praia; eu achei aquela ideia maravilhosa. Uma aliança firmada diante de uma das paisagens mais lindas que o Senhor Deus fez!
Ajudei-a a terminar a montagem na mesa, para enfim nos sentarmos. Como a clientela estava pouca naquele dia, poderíamos ter um tempo de qualidade juntas ali.
— Queria que a senhora fosse conosco...
Ela desviou o olhar, como quem quisesse fugir do assunto.
— Acho melhor não, filha — Dona Marina deu-me um sorriso de lado, meio sem vida.
Automaticamente, meu aperto no peito voltou e, com ele, todas as preocupações com minha família.
— A senhora sabe onde estão as meninas? — No ímpeto da conversa, tive que perguntar. Eu não via minhas irmãs desde o dia anterior, pois Melissa e Mary não dormiram em casa. Elas estavam levando as comemorações da cidade à sério...
— Mandei mensagem, filha. Estou esperando elas responderem — seu olhar melancólico me dizia que aquele não era um assunto confortável. Segurei sua mão.
— Mãezinha... — fechei os olhos por alguns segundos, na tentativa de medir as minhas palavras para não estragar tudo — O que houve nesse período em que fiquei fora? Por que as coisas estão tão diferentes agora?