Capítulo 26

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MAYA

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MAYA

Eles batem na porta, eles fazem sopa

Sempre achei que as relações humanas eram mais difíceis do que quaisquer outras da natureza. A minha escolha pela medicina veterinária esteve ligada diretamente a esse fato. Os animais possuem padrões que cabem dentro de livros, há formações acadêmicas que nos permitem estudá-los e prever vários de seus comportamentos. Com o ser humano, não. Apesar de orar constantemente para aprender amar mais o meu próximo, ao longo da minha jornada, fui descobrindo que Deus nos fez complexos demais para que nos entendamos plenamente uns aos outros. Essa habilidade de decifrar todo o nosso ser somente pertence ao Criador.

Lembrei-me disso quando, naquela manhã, a mami abriu o coração para mim antes de Kevin chegar. Eu e ele estávamos de saída para passar a quinta e a sexta no interior, à pedido da Karen e do Caio.

Observei-a bem. O sorriso de quem ganhou o prêmio de melhor bolo da cidade e agora possuía um quadro de campeã enfeitando a sala de estar não estava ali. Segurei sua mão sobre a mesa da cozinha.

— Filha, — passou o polegar sobre os ossinhos dos meus dedos — te ter aqui em casa é um presente. Você sempre foi a mais parecida com o seu pai e isso... isso ficou mais evidente ainda quando ele se foi.

O assunto parecia muito com o que a Mel tinha me falado dias atrás, mas escutei com atenção para compreendê-la por completo.

— Sempre tão sábia, instruída na Palavra, praticante do que aprende...

— Mami, assim eu fico sem graça — meneei a cabeça.

— Pão-de-mel, não estou falando da boca pra fora. É o que você representa para todos que te conhecem. Querida... — vi-a soltar todo o ar — quero te pedir ajuda.

Balancei a cabeça positivamente, incentivando-a.

— Tenho conversado muito com Caleb e... — Caleb. Senti um frio na barriga ao ouvir seu nome. Tinha esquecido que ele virou bff da minha mãe. — pensei em retornar à igreja.

Abri um sorriso e, com ele, jorrei em lágrimas. Que notícia!

— Só não tenho muita força. Nunca deixei de crer ou praticar a nossa fé, mas foi difícil pra mim continuar indo no momento em que você se mudou para a capital e as suas irmãs pararam de ir. Comecei a fazer um culto particular no meu quarto, só eu e o Senhor. E acreditava que faria isso até o meu último respirar. Mas a verdade é que eu sinto muita falta da comunhão com os irmãos.

Levantei-me para abraçá-la.

— O que a senhora precisa? Ajudarei no que for possível.

— Ore por mim, — fechou os olhos por dois segundos — me espere no próximo sábado para irmos juntas à igreja. E não desista de mim. Me convide sempre. E vamos chamar a Mary para ir, e a Mel e...

Até que te ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora