Capítulo 14

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MAYA

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MAYA

Você sempre cruza o meu caminho

Existem algumas relações ecológicas que são boas para ambos os seres envolvidos. Outras, porém, são consideradas desarmônicas porque nelas alguém sairá prejudicado. No parasitismo, por exemplo, enquanto o parasita está se alimentando, o hospedeiro está servindo apenas de fonte de energia.

Quando falamos de fé, relações desproporcionais podem ser um fardo tão grande para uma das partes que há o risco de não haver remanescente algum. Há uma grande chance da fé dos envolvidos ser dissolvida aos poucos, pela insustentabilidade da situação.

Eu não podia carregar a fé de ninguém. Ninguém podia carregar a minha fé. No entanto, eu vivia levando a cruz dos outros em meus ombros e o peso começava a parecer insustentável.

— Quer? — Mary me ofereceu um biscoito durante a nossa ida ao aeroporto. Fiz cara feia para ela inconscientemente. — Eita, que bico é esse? — minha irmã me analisou. Logo, Melissa e mamãe, que estavam no banco da frente, me olharam também.

Poxa. Eu estava fazendo tudo errado.

— Se não quer o biscoito é só dizer...

— Não, não é isso. Eu quero. — peguei. — Obrigada. — forcei um sorriso.

— Que bicho te mordeu, hein loirinha? — Mel quis saber.

— Nada. — dei de ombros. — Só não é meu sabor favorito.

Após isso, ao que pareceu, elas esqueceram meu momento de imaturidade.

Estávamos a caminho do aeroporto para encontrar o Tio Ben, um amigo de infância do meu pai que sempre viveu a vida de uma maneira diferenciada, dedicando-se ao bem-estar dos outros. Naquele dia, ele estava indo sediar um evento anual de sua associação beneficente, a qual era voltada para crianças com doenças terminais. Quando vivo, papai e ele formavam uma dupla e tanto; a única diferença entre os dois era que o tio nunca teve o coração convencido pelo evangelho de Cristo.

Assim que o vimos, demos-lhe um abraço caloroso.

— Que saudades! — ele disse com um sorriso radiante. S— Da última vez que vi essas moças, elas eram desse tamanhinho! — fez um gesto exagerado, nos fazendo rir.

Dentro do carro, começamos uma conversa animada. Tio Ben compartilhou seus planos de se aposentar, já que era médico, e de expandir seu hospital oncológico para outras cidades.

— Falando nisso... — comecei, lançando um sorriso. — Estou organizando uma apresentação com as crianças da igreja.

Ouvi alguém limpar a garganta. Continuei mesmo assim.

— Pensei que poderíamos levá-las para se apresentarem na inauguração. Claro, se isso não for incômodo...

O rosto de Tio Ben se iluminou com entusiasmo.

Até que te ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora