Capítulo 10

1.7K 234 48
                                    

MAYA

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

MAYA

Melhor é um dia em Teus átrios do que mil noutro lugar

— Onde será que eu coloquei... — eu mordia os lábios, vasculhando meu quarto enquanto fazia as malas para a viagem, preocupada com o sumiço da minha Bíblia mais antiga. Ela era a minha preferida, pois havia sido um presente do papi quando eu tinha 7 anos. Nela havia não só as boas lembranças dos meus primeiros passos com o Senhor Deus, mas também orações particulares anotadas. Eu não gostaria que alguém tivesse acesso a elas.

— Está pronta? — Ouvi o vozeirão alarmante de Mônica vindo lá de fora, pela janela.

Ciente de que não teria mais tempo para procurar, decidi pegar outra Bíblia e finalizar a minha preparação para não me atrasar. Fitei-me no espelho uma última vez, conferindo se os cabelos estavam comportados. Tudo certo!

***

— Está melhor do pé? — Depois que me despedi da mami, entrei no carro da minha amiga e iniciamos o percurso até o Monte das Roseiras. Faríamos, nós e nossos outros amigos, uma trilha até o topo e, ao pôr do sol, concluiríamos com cânticos e orações ao Deus dos céus. Aquela era nossa forma piamente calculada de fugir da bagunça que havia na cidade nos dias de comemoração à fundação de Porto do Céu.

— Não dói quase nada — apontei para meu tornozelo.

— Olha, quando eu vir aquele abençoado qualquer dia desses na rua, vou falar umas verdades na cara dele que... — Mônica começou a proferir palavras que eu sabia que eram sua forma de demonstrar sua lealdade a mim, sem tirar os olhos da estrada, mas das quais ela poderia se arrepender depois.

— Amiga, não. — pedi. — Esquece isso, deixa pra lá. Ele precisa do espaço dele, eu já entendi e não vou mais importuná-lo. Simplesmente.

Contemplei-a soltar um suspiro pesado. Ela parecia inquieta, como se estivesse com mais alguma coisa na cabeça.

— Por que esse negócio de amor é tão complicado?

Baixei os ombros, surpresa com sua pergunta. Ela estava falando de quem?

— Amiga, eu não amo o... — fui me explicar pela vigésima vez, mas Mônica me interrompeu.

— Não, Maya, sou eu. Eu estou apaixonada pelo Lucas.

Não tive outra reação a não ser abrir um sorriso enorme, alá Coringa.

— Maya, não sorria! Quando você faz isso, parece que tudo é colorido e as nuvens são feitas de algodão-doce.

— Mas, Mônica! — toquei em seu braço, tomando cuidado para não atrapalhá-la na volância. — Eu sempre shippei vocês.

— Amiga, você shippa todo mundo.

— Não shippo não.

— Shippa sim! Lembra quando o Joe chegou na igreja? Você me shippava com ele! Meses depois, quando ele e a Sofia começaram a namorar, você trocou de shipper — ela desacelerou um pouco para me lançar um rápido olhar acusatório.

Até que te ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora