Capítulo 13

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MAYA

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MAYA

Sobre tudo que se deve guardar

O som da chuva preencheu o silêncio que tomou de conta do ambiente quando nossos olhos se cruzaram pela primeira vez desde muito tempo. Era estranho porque, embora já tivéssemos conversado desde que eu voltara, parecia que só ali eu tinha certeza de estar na companhia de Caleb.

Meus ombros estavam sendo sustentados pelas mãos dele à medida que eu sentia que perdia mais força a cada segundo. Tão de perto, conseguia ver as cicatrizes deixadas pelo acidente que ele sofrera. Em vez de vê-las como manchas, vi-as como marcas de um sobrevivente. Alguém que Deus livrou.

Apesar de ficar feliz com aquele momento inesperado, não pude esquecer da cena que tinha contemplado há pouco. Minhas irmãs estavam indo a um caminho longe do SENHOR e eu me sentia extremamente impotente, afinal, era uma escolha que só cabia a elas. A dor de não poder fazer nada, porém, me corroía por dentro.

— Você precisa sair da chuva — foi ele o primeiro a se manifestar.

Balancei a cabeça contrariamente e desviei meu olhar.

— Não.

— Não consegue?

— Não quero.

Ouvi seu suspiro pesado.

— Você não precisa fingir que se preocupa comigo, Caleb. — tentei ser clara, enquanto me assentava sobre a rua encharcada.

Suas mãos deixaram-me livre. Apesar disso, o meu guarda-chuva foi aberto e posto sobre nós dois. Ele tinha feito isso.

Voltei meus olhos para meu ex-noivo e vi preocupação em seu semblante. Noutra época, aquela atitude dele me traria a sensação de borboletas no estômago. No entanto, eu não tinha mais batimentos descompassados por Caleb. Meu coração estava bem guardado em Deus.

O carro dele tinha ficado parado atrás de nós, ocupando parte da rua e garantindo que ninguém passasse por cima de duas pessoas que decidiram, estranhamente, assentar-se no meio da estrada. Após uns minutos de choro, abaixei meu rosto e pedi forças ao SENHOR para tomar uma decisão sábia naquele momento. Nem parecia que eu estava na companhia de alguém, pois o único barulho que escutava era da chuva e dos meus próprios soluços.

Que bom que ele não perguntou nada, pensei. Em alguns momentos, mais vale escutar do que tentar entender o choro do outro.

Demorei um tempo, mas raciocinei justamente e lembrei que era arriscado pegar alguma doença por causa de água contaminada. Não queria isso. Decidi me levantar. Como um reflexo meu, Caleb fez o mesmo, ainda mantendo o guarda-chuva sobre nós.

— Posso te levar em casa, se quiser.

Funguei. Ergui meus olhos e vi, daquele ângulo, um outro homem. Era o Caleb, continuava sendo ele, mas parecia que algo tinha acontecido e aquele não era o mesmo rapaz com quem eu quase me casei.

Até que te ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora