Capítulo 6

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RUGGERO

Chegamos ao restaurante as 14h, mas foi uma tarde tão agradável e divertida conversando, nos conhecendo, que quando me dei conta conta, já eram 19h. Me assustei com a forma que o tempo voou. Pagamos tudo pra ir embora e sem querer ouço Karol falando com Lio:

-Mas amigo, tem certeza que não dá? É que minha mãe ficou presa no trânsito e não vai conseguir me buscar - ela disse

-Amiga, desculpa! Eu não vou pra casa agora, tenho que passar em um lugar antes - falou essa última parte em um tom meio nervoso, como se escondesse algo - Se não fosse por isso eu te levaria, pode ter certeza. Mas eu pago um táxi pra você

-Ah, não prec...

-Ei, eu te dou uma carona -eu disse me aproximando dos dois e a interrompendo - Não precisa pegar um táxi, eu posso te levar

-Pronto, amiga, problema resolvido! Obrigada por quebrar esse galho, Rugge. - disse Lio se encaminhando pro carro - Até amanhã, pessoal

Todos: Tchau, até amanhã

-Mas não fica fora do seu caminho? - Ela perguntou

-Não e mesmo que ficasse, não custa nada.. Vamos? - eu disse abrindo a porta para ela

Percebi que ela hesitou e ia falar algo, mas desistiu e entrou no carro.

~no caminho~

Durante uns 5 minutos depois que saímos, um silêncio estranho reinou no carro, mas depois percebi que o teto solar estava aberto e ela estava olhando o céu estrelado acima de nós...

-Você vai me dizer onde mora ou vamos ficar passeando pela cidade até amanhã? -falei brincando -Eu não me incomodaria, mas temos que gravar amanhã bem cedo

Ela me olhou e riu - Desculpa, eu me distraí com o céu - dando um sorriso bobo, como quem estivesse sonhando acordada

Me passou o endereço e voltou a olhar pra as estrelas

-O céu me faz lembrar minha casa. Não aqui, mas o México... - ela começou a falar e eu percebi olhando para ela que tinha muita história e sonhos dentro daqueles olhos verdes - Tinha uma praça perto de onde eu morava que eu ia com meu irmão quase todas as noites. Nós deitávamos, na grama mesmo, e ficávamos por horas olhando o céu e as estrelas..

Eu só a ouvia.

-Quando meu irmão ficou doente, eu não podia ir ao hospital porque era pequena, então eu ia pra lá, para a praça, e ficava olhando o céu. Era como se ele estivesse ali comigo - vi uma lágrima cair de seus olhos - Eu ainda acho que isso o fez melhorar... Ele saber que eu estava lá mesmo não estando, que era só olhar pela janela e ver as estrelas.

~parei no semáforo fechado~

-Isso é lindo, Karol... Você é com certeza uma pessoa muito especial pro seu irmão, pra sua família. É lindo esse laço que tem com eles - falei sorrindo pra ela

E ela me olhou. Um olhar profundo, como se conseguisse ver minha alma. E sorriu...

E assim ficamos, nos olhando e só paramos por causa da buzina do carro de trás, me lembrando que o sinal já tinha aberto.

Conversamos todo o tempo, rindo e contando coisas sobre nós. Quando chegamos em frente a casa dela, desliguei o carro e desci para levá-la até a porta. Ela abriu a porta e a mãe dela veio me cumprimentar

-Mãe, esse é o Ruggero - Karol disse - Ele me deu uma carona até aqui e vai ser meu colega de trabalho na série.

-Oi, meu filho, sou Caro, mãe da Karol - me dando um abraço apertado - Obrigada por trazer minha bebê - me soltando e apertando Karol contra ela

-Disponha! Quando precisar, só me chamar -eu disse rindo da cena porque Karol ficou vermelha, com vergonha, e se soltou dos braços da mãe.

~Caro se despediu de mim e nos deixou sozinhos na porta~

-Bom, eu já vou indo -eu disse

-Tudo bem! Obrigada pela carona e pelas conversas de hoje, foi bem divertido -ela disse rindo 

-Imagina! Não precisa nem agradecer

-Ah, espera um segundo! Vou trocar de blusa pra te devolver sua camisa - ela disse, mas eu a impedi tocando no seu braço

-Não precisa! Pode ficar, ela ficou bem melhor em você do que fica em mim. - falei rindo

Ela ficou me encarando por um tempo e depois disse:

-Obrigada de novo, Rugge, boa noite - me dando um beijo na bochecha, entrando rapidamente e fechando a porta.

-Boa noite - falei já sozinho na varanda colocando involuntariamente a mão onde ela tinha beijado

Caminhei até o carro e quando o liguei, olhei para o banco. Ela esqueceu o anel... Coloquei-o no único dedo que coube e fui pra casa.

Ruggarol: um amor além das estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora