Capítulo 23

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KAROL

Durante toda a semana eu estive muito pensativa. Não sei muito bem porque, mas aquelas palavras durante a primeira sessão de fotos me fizeram pensar. É a coisa mais difícil do mundo estar apaixonada por alguém que é seu melhor amigo e ter o medo de estragar essa amizade de uma hora pra outra. Eu o tratei normal durante as entrevistas e tudo mais que fazíamos, mas fora das câmeras, não estava mais conseguindo olhar pra ele sem a vontade de gritar aos sete ventos que o amava. Então eu o evitava. O pior é que com isso, algumas vezes eu acabei sendo grossa ou seca demais... Sempre que ele vinha falar alguma coisa eu respondia sucintamente e me afastava. Que situação hein, Karol!!  

A semana já tinha acabado. É domingo e já estamos a caminho do aeroporto pra Alemanha. Estranhei o fato de que Rugge já estava na van quando subi e foi o último a sair. Ele ficou isolado do grupo, não falava com ninguém, tinha o rosto um pouco esquisito, como quem não tinha dormido à noite e estava com fones no ouvido, o que o isolava mais ainda. Era como se estivesse em uma bolha. Nas entrevistas que tivemos ele agia normalmente, como o Rugge que todos conhecemos, mas quando acabava, ele virava outra pessoa completamente desconhecida pra mim e isso me preocupou muito.

-Ei, filha, você está sentindo o Ruggero meio estranho essa semana? -minha mãe perguntou baixinho

-Sim, mãe. Ele está bem esquisito mesmo, não fala com ninguém e acho que também não tem comido direito -falei preocupada

-Mas vocês não conversam? Ele é seu melhor amigo, como não sabe o que tá acontecendo?

-Mãe, a semana foi super corrida, não tive tempo nem pra respirar... -falei inventando uma desculpa.

Pude observar de relance que Aldana foi até ele e o entregou um papel. Ela disse alguma coisa, que eu não ouvi pois estavam muito longe, e ele assentiu com a cabeça. Consegui ler um 'obrigado' saindo de sua boca e ela se juntou novamente ao restante do grupo.

Uma voz ecoou no alto falante. Era a chamada do nosso voo e de mais um outro. Segui todos da equipe, mas por reflexo olhei pra trás. Rugge está indo pra outro portão. 

-Aldana, acho que Rugge se distraiu e foi para o lado errado -avisei

-Ele está indo pro portão de embarque. -ela respondeu focada no celular

-Mas ele não vai no mesmo voo que a gente? -indaguei confusa

-Não. Na sexta-feira ele perguntou se poderia ir num voo separado do nosso e eu troquei a passagem dele.

-Ahh -respondi triste

Porque ele quis ir num avião diferente? Será que eu tinha sido dura demais? Era minha culpa... Isso ficou martelando na minha cabeça durante todo o tempo.

Depois que liberaram o celular, resolvi mandar uma mensagem pra ele.

~mensagem~

K: Rugge, está tudo bem? 

R: Sim, está. 

K: Porque não veio junto com a gente? 😕

R: Porque não... 

K: O que aconteceu pra você estar assim? 

Ele visualizou, mas não respondeu. Nesse momento eu não me segurei, não consegui conter as lágrimas que corriam sem parar do meu rosto. Abracei meus joelhos e fiquei assim, chorando. Eu sabia que tinha perdido ele. Nunca o vi desse jeito e a culpa é minha. 

Como você pôde ser tão idiota, Karol?! -minha consciência falou- Como você achou que o tratando dessa forma ia ajudar em alguma coisa ou diminuir seus sentimentos por ele? Você só piorou as coisas, como sempre faz.

Ruggarol: um amor além das estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora