Capítulo 20

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KAROL

-Obrigada por cuidar de mim -lembro de ter dito e apagado logo em seguida.

Era bem verdade que eu estava com muito frio e não me sentia muito bem desde antes do banho, mas pra mim era só um mal estar passageiro; pelo visto não.

Acordei e Rugge ainda estava dormindo. Dessa vez estávamos de conchinha. Seu braço estava envolta de mim, como se quisesse me proteger, e sua cabeça encostada em meu ombro. Seus lábios tocavam minha pele, o que me causava arrepios.

Já estava me sentindo melhor, por mais que ainda com um pouco de frio e dor de cabeça. Me afastei um pouco, na intenção de levantar e fui tirando seu braço de cima de mim com cuidado, para que ele não acordasse. Não deu certo! Ele me puxou novamente pra perto, me abraçando mais e sussurando no meu ouvido.

-Não me deixa sozinho... -eu hesitei- por favor

Não faz isso comigo, pensei. Tá, admito que senti um turbilhão de coisas nessa hora. Ele era completamente irresistível e mais ainda sussurando, meio que dormindo desse jeito. Eu não tinha lá muita escolha também, já que ele me abraçava de um jeito que não parecia querer soltar.

Me aconcheguei novamente em seus braços e ele me apertou mais... Conseguia sentir a respiração e o pulsar do seu coração. Batia tão rápido quanto o meu e eu torci com todas as minhas forças pra que ele não percebesse.

RUGGERO

Não sei porque fiz isso, não sei porque pedi que ela não me deixasse só. Foi involuntário, mais forte que eu. Mas era bom estar com ela assim, sem ter que ligar pro que poderiam falar, pensar, e só me preocupar em ouvir sua respiração e sentir seu coração bater.. Que por sinal, batia muito rápido, como o meu. Eu estava acordado, sabia que ela também, mas ficamos ali. Acho que gostamos de estar assim, tão próximos, só com o silêncio sobre nós.

Me atrevi a encostar meus lábios em seu pescoço e ela se arrepiou, apertando minha mão que se encontrava entrelaçada a dela. Dei um leve beijo no pescoço dela e ela respirou fundo. Continuei dando pequenos beijos em toda a região de seu pescoço, mas correndo de seu ombro até quase a orelha. Ela não dizia nada, mas também não pedia que eu parasse. Quando estava prestes a virá-la de frente pra mim, uma batida forte na porta  me interrompeu com um susto. DROGA!

-Rugge, acorda! Minha mãe pediu que te chamasse... -era Leo

Levantei e fui abrir a porta.

-Oi, Leo. O que houve?

-Nada, mamãe só pediu que vocês viessem tomar café. Ela foi até o quarto de hóspedes ver se Karol precisava de algo, mas não a achou, então ela deduziu que estivessem juntos. -falou essa última parte olhando para onde ficava a cama e me lançando um olhar desconfiado logo em seguida.

-Nem comece a me olhar assim, Leo. Ela passou mal à noite e veio pra cá, só isso. -falei baixo para que ela não ouvisse

-Aham, sei. -ele falou me dando as costas- Desçam logo, pombinhos! -gritou já nas escadas e eu fechei a porta rindo.

-Era seu irmão? -ela perguntou se levantando um pouco corada. Talvez por vergonha dele ou pelo que estava acontecendo antes de baterem na porta.

-Sim, era Leo. Minha mãe está chamando pra gente tomar café. Você já se sente melhor? -perguntei preocupado colocando novamente a mão em sua testa para ver se a febre tinha ido embora.

-Com um pouco de dor de cabeça e um friozinho de nada, mas já estou melhor -ela respondeu sorrindo -Obrigada..

-Sempre que precisar! -falei piscando para ela -Vamos? -estendi a mão.

Ela demorou uns segundos, mas logo concordou com a cabeça pegando minha mão. Descemos as escadas de mãos dadas, mas no último degrau ela se soltou. Acho que por medo, não sei ao certo. Todos já estavam à mesa, só nos esperando.

-Bom dia, família! -falei puxando uma cadeira para ela sentar e me sentando logo em seguida ao lado.

-Bom dia! -ela disse também

-Bom dia, dorminhocos! -meu pai falou -Agora podemos tomar café.

A mesa estava farta, cheia de coisas diferentes, italianas, das quais eu amava. Karol pegou somente o suco de laranja e serviu no copo.

-Nada disso, Sevilla. Você tem que comer! Depois de ontem, não pode ficar com o estômago vazio -falei a advertindo que me lançou um olhar furioso

-O que aconteceu ontem que ela não pode ficar com o estômago vazio? -minha mãe perguntou curiosa

-Nada! Tá tudo bem, Antonella, não precisa se preocupar! -ela falou

-Mentir é feio, Moglito. Não está nada bem, mãe -comecei- Essa mocinha aqui, passou mal ontem à noite. Estava queimando em febre... Dei um remédio que a fez melhorar um pouco, mas não 100%.

-Ahhhh, então por isso ela dormiu no seu quarto! -ela falou olhando para meu pai e Leo como se tivesse acertado um enigma -Eu não disse pra vocês? -cutucando Leo com o cotovelo.

-Ahm, o que vocês estavam achando que aconteceu? -Karol perguntou sem graça, já vermelha

-Que vocês tinham dormido juntos -Leo começou, mas eu o impedi de falar chutando sua canela por debaixo da mesa -AI!

-Ér, Karol, vamos conhecer uns lugares daqui a pouco. Você quer ir se arrumar? -falei lançando um olhar de "Fuja antes que seja tarde demais" -Depois você termina o café.

Ela entendeu meu olhar e se levantou:

-Claro, não quero me atrasar -falou pegando um croissant e subindo para o quarto.

Antes de subir eu virei para os três que me encaravam:
-Por favor, controlem-se. Não façam e falem nada que possa deixá-la com vergonha... É só o que eu peço -disse mirando os três e fui para meu quarto.

Ruggarol: um amor além das estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora