Capítulo 27

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RUGGERO

Ela me encarou por alguns segundos com as mãos na cintura. Por um milésimo de tempo, chegou a passar na minha cabeça a ideia de ela dizer não. Mas esse pensamento foi embora quando ela apertou minha mão, me puxando pra perto.

-Trato feito -ela falou baixinho e acabou com o mínimo de espaço que estava entre nós me dando um beijo apaixonado. Era uma sensação única sentir seus lábios nos meus. Não conseguia descrever. Quando nos afastamos, sorrindo como bobos, entrelacei minha mão na dela e começamos a andar pela praça, voltando para o hotel.

-Parece que esse lugar faz as coisas darem certo -falei fazendo ela me olhar com cara de interrogação. -Não se lembra?

Ela parou por uns instantes tentando buscar na memória.

-Foi nessa praça... o primeiro dia aqui -disse sorrindo ao se lembrar

-Uhum -falei dando um beijo nas costas de sua mão, ainda entrelaçada à minha.

-Por isso eu estava daquele jeito. -ela parou de repente soltando nossas mãos- Porque eu não conseguia mais olhar nos seus olhos sem te querer comigo pra sempre. Eu já não te via mais como meu amigo e não saber o que você sentia, me consumia a cada instante. Eu não podia estar perto de você sem ter a vontade de te beijar, de te abraçar...

-Bom, -falei me aproximando e envolvendo meus braços em sua cintura- eu acho que não teremos mais problemas com isso. -dei um beijo rápido nela fazendo a sorrir novamente.

-Com isso pode ser que não -me lançou um olhar preocupado- Mas com outras coisas, talvez.

-Vou falar com sua mãe.. -comecei

-Minha mãe é o menor dos nossos problemas. Acho que a parte difícil vai ser com nossos fãs, o pessoal da série, Aldana e Jorge. -falou -...e Cande.

-Cande e eu terminamos, não devo mais satisfações a ela. Aldana, Jorge e o pessoal, temos que conversar com calma e com nossos fãs... -pensei- a gente dá um jeito.

Ela assentiu com a cabeça e fomos caminhando até o hotel. Quando subimos, achei melhor falar de uma vez com a mãe dela. Deixei Karol no corredor e continuei no elevador até o andar da mãe dela. Ao chegar no quarto, Aldana estava lá. Aproveitei e expliquei logo para as duas. Contei tudo o que eu sentia, desde o momento que nos conhecemos até agora. Elas me escutavam com atenção, sem dizer uma única palavra. 

-...então eu gostaria da sua bênção, Caro, para namorar sua filha. E eu prometo, de todo o meu coração, que farei o possível e o impossível pra fazê-la feliz.

Ela levantou me avaliando e no mais inesperado movimento, me abraçou sorrindo. Um abraço acolhedor, típico de mãe. 

-Finalmente -ela me soltou rindo- Já estava na hora de vocês assumirem o amor que estava preso nesses corações! É claro que eu dou minha bênção, meu filho! Desde o momento que eu te vi com ela, desde o momento que percebi a forma que você a fazia sorrir, sem nem dizer nada, eu soube que você era o homem que a faria feliz. -me abraçou novamente com os olhos marejados. 

Quando a soltei, me lembrei que Aldana ainda estava ali e me observava.

-Aldana... e então? Já tenho permissão para namorar com a Karol, mas você acha que isso vai prejudicar a série de alguma forma? -perguntei tenso

-Rugge, eu sinceramente não acho certo um relacionamento entre colegas de trabalho e ainda mais assim, no começo da série, pode trazer alguma dificuldade. Mas se a mãe dela permitiu e vocês estão felizes, quem sou eu pra dizer alguma coisa? -ela falou dando de ombros

-Obrigada, obrigada! -falei a abraçando e saindo do quarto logo em seguida.

Eu não acredito! É oficial... Desci, mas ao invés de ir pro quarto, fui direto pro saguão. Quando estávamos voltando pro hotel, vi uma joalheria aberta e tive uma ideia. Ao chegar na loja peguei do meu bolso um pequeno anel, o anel dela. Pedi que fizessem um exatamente igual, mas que gravassem em ambos uma frase. Avisei ao joalheiro que voltaria pra Buenos Aires antes do almoço e eles disseram que estaria pronto às 7h. Fizemos um trato, mas ela merecia um pedido de namoro decente. Voltei pro hotel, cheguei no quarto e entrei pra tomar um banho. Quando terminei, vesti uma calça de moletom e antes de deitar, ouvi uma batida na porta.

-Entra! -falei alto enquanto abaixei, ficando de costas pra porta, pra pegar uma camisa dentro da mala.

A porta abriu, mas ninguém disse nada. Quando consegui pegar a blusa, me levantei virando para ver quem era. Quem mais seria? Ela estava parada, com uma mão ainda na maçaneta, encostada no batente da porta. Com uma camisa larga e um short relativamente curto, que parecia ter colocado pra me provocar, me analisava de cima a baixo com um sorriso travesso no rosto.

Ruggarol: um amor além das estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora