Capítulo 12

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KAROL

Já é noite, umas 22h, acabei de colocar a última coisa na mala e fechá-la quando recebo uma ligaçao no celular. Era Rugge

~chamada~

K: Oi, Ruggerito, tudo bem? -falei
R: Oi, Moglito -senti sua voz estranha- Na verdade não
K: Quer conversar?
R: Quero, mas antes preciso te perguntar algo
K: ...
R: Você pode me acolher na sua casa hoje?
K: Claro, você sabe que sim... Mas espera, porque você vai dormir aqui? -mas eu já imaginava a resposta: ele tinha brigado com Cande
R: Estou no táxi, aí eu te explico tudo. Avisa a sua mãe que tô indo
K: Ok, eu aviso
R: E Karol...
K: Oi
R: Obrigado -falou desligando

~fim de chamada~

Avisei a minha mãe que Rugge vinha pra cá. Ela não se importou, já que o considerava um segundo filho.

Alguns minutos depois ele bateu na porta. Eu abri e antes de falar qualquer coisa, o abracei. Eu sabia que ele estava precisando desse abraço. Ele encaixou a cabeça no meu ombro e senti uma lágrima cair de seus olhos.
Depois de cinco minutos nos soltamos

-Eu estava precisando disso -ele disse

-Eu sei -falei e não pude deixar de sorrir, fazendo com que ele retribuísse o sorriso.

Ah, como eu amava esse sorriso... Não é um sorriso qualquer. É aquele capaz de por fim em guerras e curar o câncer.

Entramos e ele foi falar com minha mãe, que o recebeu com um abraço carinhoso enquanto perguntava se ele estava com fome, se tinha comido, se queria que ela preparasse algo [coisas de mãe]...

-Não precisa se preocupar, mas obrigado mesmo assim. Eu comi antes de vir pra cá. Só preciso mesmo é de um lugar pra passar a noite, já que não tinha vaga em nenhum hotel por perto..

-Não se preocupa com isso, meu filho, pode ficar aqui quantas vezes precisar -minha mãe falou

-Obrigado. Fico feliz em poder contar com vocês

-Sempre -falei piscando pra ele -agora vamos lá pra cima porque precisamos conversar, Sr. Pasquarelli -falei subindo as escadas em direção ao meu quarto

-Sim, Srtª Sevilla -falou batendo continência e me seguindo

-Qualquer coisa estou aqui em baixo -minha mãe gritou

~No quarto~

-Fica à vontade, tá? -eu disse abrindo a porta

Ele assentiu se sentando na minha cama e olhando fixamente pro chão.

Sentei ao seu lado, de uma forma que pudesse ficar de frente pra ele e peguei sua mão, mas quando o fiz, senti um arrepio percorrer meu corpo.

-Quer me contar o que aconteceu? Eu sei que vocês deram um tempo, você me falou hoje pela manhã, mas não imaginava que tinha saído de casa -falei

-Eu terminei com ela -ele jogou no ar -Não conseguia mais suportar tudo o que estava acontecendo, tudo o que eu estou sentindo

Apertei mais a mão dele para que continuasse falando

-Ela surtou quando eu disse da viagem, queria ir junto, mas não tem como porq..

-Mas isso não é motivo -eu o interrompi

-Karol -ele se virou pra mim, porque até então ainda fixava o chão- Eu não a amo mais e ela também não me ama. Só que ela ainda não percebeu isso. -ele falou e eu, olhando no fundo dos olhos dele, sabia que era verdade -Não posso ficar com alguém que não amo...

-Me escuta... -comecei a falar

-Ela nunca disse que me amava -ele me encarou

-Ei, tá tudo bem -eu disse- Você fez o que era melhor para todos e eu não vou te julgar por isso -falei acariciando seu rosto e ele colocou sua mão sobre a minha -E não se culpe por isso, okay? Quando chegar a hora ela vai entender.

Ele me olhava e uma lágrima caiu de seus olhos... Eu ainda com a mão em seu rosto, a enxuguei

-Não sei o que faria da minha vida sem você, então obrigado -ele falou

Eu sorri e ouvi minha mãe bater na porta

-Estão vestidos? - ela falou abrindo a porta enquanto entrava rindo com uma das mãos tapando os olhos

-Mãe! -falei alternando meu olhar de vergonha para ele e ela, claramente já da cor de um tomate e Ruggero riu

-Não se preocupa, tia, não deu tempo de nada -falou entrando na brincadeira, me fazendo ficar mais vermelha ainda e minha mãe gargalhar

Tapei meu rosto com as mãos pra esconder a vergonha

-O que a senhora quer, mãe? -perguntei tentando mudar de assunto

-Parece que alguém está encabulada, Rugge -ela falou piscando pra ele, que já segurava a barriga de tanto rir

-MÃE! Você veio aqui só pra falar bobagens ou o que? -falei dando um tapa na perna dele pra que parasse de rir

-Desculpa, filha! -suspirando- Mas enfim, é pra avisar ao Rugge que como não temos visita frequentemente pra dormir aqui e não tem muito tempo que nos mudamos, o quarto de hóspedes ainda está em reforma... -ela falou

-Não se preocupa com isso, eu posso dormir na sala, no sofá mes...-ele falou se levantando

-Nada disso! Visita na minha casa não dorme no sofá. -ela o cortou- Você se incomoda de dormir aqui com a Karol? Ela tem cama de casal e não temos colchão extra...

Eu gelei. Tinha me esquecido que o quarto de hóspedes ainda estava em obra, mas agora não tinha outra saída e eu tampouco não podia deixar ele dormir no sofá

-Tá okay -ele disse sem graça -se tudo bem pra você- se virando pra mim

-Ahm, tudo bem -falei nervosa

-Bom! -minha mãe começou-Tem toalhas extras no armário do banheiro da Karol, você pode pegá-las e qualquer coisa que precisar, peça a ela porque a bagunça desse quarto eu não entendo

Revirei os olhos.

-Está bem, obrigado -ele disse rindo

-Bom, vou me deitar porque amanhã viajamos. Vocês deveriam fazer o mesmo - falou se dirigindo para a porta -Boa noite, crianças!

-Boa noite -falamos

-Ah, e comportem-se. -ela saiu fechando a porta e nos deixando sozinhos novamente.

Ruggarol: um amor além das estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora