Ruggarol: um amor além das estrelas

Capítulo 9

KAROL

~Alguns meses depois em uma quinta-feira qualquer~

Rugge e eu viramos muito amigos; melhores amigos. Conversamos sobre absolutamente tudo e estamos sempre sorrindo e brincando. Descobrimos que temos muita coisa em comum e ele acha em mim uma confidente dos seus segredos. Sempre que brigava com Cande, o que era quase toda semana (e as vezes eu era o motivo), vinha desabafar comigo e eu ouvia. Não tenho muita experiência com namoros, afinal só tive um namorado na minha vida toda, mas sempre o aconselho da melhor maneira. Muitas vezes ele veio dizendo que ia terminar com ela, mas eu sempre conseguia o fazer mudar de ideia dizendo que eles estavam juntos a muito tempo pra isso, que tinham que conversar e consertar as coisas... Criamos uma conexão muito forte.

RUGGE

Karol e eu somos melhores amigos. Por pior que eu esteja no dia, quando ela chega perto de mim é impossível não sorrir; acho que é o efeito que ela tem sobre as pessoas. Quando estamos juntos, o tempo passa mais devagar e eu sinto como se ela me conhecesse há muito tempo. Ela é a única pessoa com quem eu posso desabafar, que não aponta os meus erros e me julga por eles, então sempre que eu brigo com Cande acabo recorrendo à Karol... E ela já me impediu de fazer algumas burradas que eu sei que me arrependeria depois.
Ela é como um refúgio que eu posso me abrigar em momentos difíceis.

KAROL

Cheguei no set e os outros meninos já estão gravando. Hoje eu só tenho 2 cenas com Rugge e vou aproveitar o resto do dia pra gravar um vídeo pro meu canal no Youtube. Estava já pronta no meu camarim esperando, mas ainda não tinha visto Ruggero. Ele estava sempre passeando pelos corredores quando não tinha nada pra fazer, então estranhei a ausência e fui procurá-lo.

Fui ao camarim e o encontrei sentado, de costas pra porta, mexendo distraído com alguma coisa na mão, acho que era um anel. Caminhei silenciosamente até ele e tapei seus olhos com minhas mãos. Ele só sorriu já sabendo quem era, retirou minhas mãos de seus olhos e ficou me encarando. Foi só eu olhar para aqueles olhos que eu soube: aconteceu alguma coisa. Fechei a porta do camarim para conversarmos tranquilos.

-Ei, o houve? -perguntei sentando do seu lado e pegando na mão dele

Ele me olhou e depois baixou o olhar pra nossas mãos entrelaçadas. Ele a estava apertando, mas eu não soltei.

-Cande? -eu perguntei e ele assentiu com a cabeça -Me conta o que houve pra eu poder te ajudar, Rugge... Sabe que odeio te ver assim -falei levantando seu queixo para que ele me olhasse

-Nós terminamos -ele falou e eu fiquei de boca aberta -Não terminamos exatamente, mas eu pedi um tempo, tive que pedir! Ela estava me sufocando de todas as maneiras possíveis com aquele ciúme ridículo.

-Rugge, me diz que eu não fui o motivo dessa briga, por favor -falei de olhos fechados

-Ela não entende nossa amizade! -eu soltei suas mãos e levantei -Ela faz isso com todas as meninas que eu conheço, mas com você eu não sei de onde sai essa implicância contínua.

-Rugge, eu não quero ser a responsável por destruir um relacionamento de anos.. -Eu parei de costas pra ele, respirei fundo - Vou me afastar de você. Vai ser melhor não sermos tão próx..

-Não! -me interrompendo e tomando minha mão para que ficássemos frente a frente - Não se atreva a fazer isso -ele disse autoritário

Fiquei calada. Eu estava de cabeça baixa. Não conseguia olhá-lo nos olhos e não queria que ele percebesse que eu já estava chorando.

-Karol, olha pra mim -ele disse se aproximando e segurando meu rosto com as duas mãos fazendo com que eu o olhasse - Não chora, por favor

-Eu falo sério. Não quero ser responsável pelo término de vocês.

-Eu sei, e você não vai ser. Se eu terminar com ela vai ser por conta do que ela faz, não você. -ele disse me olhando.

Continuei quieta, mas fiquei nervosa quando percebi que estávamos perto demais

-Ela não tem o direito de dizer quem eu posso ser amigo ou não. Você é minha melhor amiga. Uma das melhores coisas que eu tenho hoje e eu não vou abrir mão disso. -falou dando ênfase no não.

Eu não conseguia dizer nada porque as lágrimas caíam do meu rosto sem parar, então o abracei. E ele retribuiu. Um abraço reconfortante, que eu me encaixava perfeitamente. Me lembrou Baloo e Mogli, do filme que vimos juntos na semana passada.
Não pude conter um sorriso e disse:

-Obrigada, Baloo, por tudo.

-De nada, Moglito -falou também sorrindo e me abraçando apertado