Uma cidade com passado sombrio e segredos que perduram para sempre, essa é Hidden Shadows, palco de experimentos e planos dos quais seus moradores sequer desconfiam.
Dylan, filho da família responsável por toda a cidade, governando nas sombras...
— O que você quer? – escutei uma voz distante sussurrar.
Quem é? – pensei.
De forma inconsciente tentava esticar o braço para alcançar algo, não sabia o que... O que eu quero? Quem perguntou? Estava tão confuso, ainda sentia a pele quente, caído sobre a colcha macia onde minutos antes tinha estado com Hayden. Hayden? Não entendia o porquê de ter feito aquilo, não entendia aquele desejo.
— O que você quer?
Eu não sabia. Quem perguntava... era a minha própria voz.
Abri um pouco os olhos e mesmo com a vista embaçada pude ver a figura de Hayden de costas para mim, caminhando para longe, indo em direção a porta e a abrindo um segundo antes dos meus olhos pesarem e o cansaço me vencer.
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Finquei os dedos na cama e me forcei a olhar para o teto já claro. Me sentia descansado do que ocorrera antes, e imagens preenchiam a minha cabeça sem nem pedir permissão. Lembrava do corpo de Hayden sob o meu, a maneira como pude segurar em suas pernas, sua pele, seus olhos verdes me encarando de um jeito sedutor enquanto o som de sua voz me envolvia. Tinha sido uma noite memorável.
Onde Hayden está? – olhei para o lado.
Repreendi um pouco meu pensamento. Devia convencer-me de que na verdade era melhor assim. O que eu esperava? Acordar ao seu lado? Aquilo nem devia ter acontecido! O pior era pensar em como as coisas ficariam entre nós daquele momento em diante. Levantei, e ainda com todos esses problemas me aprontei para sair.
Respirei bem fundo antes de deixar o quarto, pois de fato teria de encarar Hayden. Fechei a porta e caminhei pelo corredor até chegar a sala, passeando os olhos até a cozinha, próximo do lugar onde meu guarda-costas já desfrutava de seu café da manhã, completamente pronto para sair. Pigarreei.
— Bom dia – minha voz saiu baixo e forçada.
— Bom dia – seus olhos cruzaram com os meus, mas logo desviei, sabendo ser o único a fazer isso.
Hayden me olhava como sempre, falava da mesma forma fria. Tudo me incomodava. Queria perguntar, falar sobre a noite passada, mas não consegui. Ele não demonstrava nada, e pela primeira vez sua frieza parecia me queimar. Embora eu preferisse esquecer, achava quase doloroso ver que era o único incomodado, o único que se importava. Era claro que para Hayden aquilo não significava nada.
Tudo bem – suspirei – É melhor assim.
Fomos para o serviço em silêncio, e por todo o dia, só para variar e para a minha alegria, quase não precisei vê-lo. Acho que pela primeira vez me sentia tranquilo em estar quase preso em um escritório. A visita que Willam me fez naquela tarde parecia uma dose de conforto.