ATENÇÃO!
Este capítulo possui trilha sonora. Ela está logo acima na capa, basta clicar e ler a história normalmente. Caso queira utilizá-la da forma como arquitetei, no momento em que a música se encaixa, irei marcá-lo com negrito na primeira palavra, indicando que a partir dali a música deverá ser tocada.
Exemplo: Armamos um plano.
Boa leitura!
Meus olhos pousam incrédulos sobre minha mãe. Minha mente parece entrar em pane, com linhas e mais linhas repletas de códigos que passam rápido demais para que eu possa decifrá-los, e então tudo parece estar em branco.
— Isso não pode ser verdade – me vejo dizendo, balbuciando as letras em voz baixa. – A senhora perdeu o juízo.
— Quem perdeu o juízo foi você – ela respondeu. – Eu teria aberto o jogo mais rápido, mas sabia que sem provas concisas você ainda ficaria do lado dele, e sinceramente? Eu queria ver até onde você ia com essa palhaçada. – Seus olhos mostravam descrença e desprezo. Talvez isso me fizesse recuar e me esconder em um canto escuro dentro de mim, mas nesse momento tudo o que eu sentia era raiva. Minha mãe pegou uma pasta com um de seus seguranças e estendeu para mim. – Aqui estão as provas, documentos sobre o seu querido guarda-costas.
Peguei a papelada, mas assim que abri na primeira página meus dedos travaram sobre a folha, e fui obrigado a fechar. A foto de Hayden estava lá. O que aquilo provava? Ela podia ter falsificado. Podia ser mentira. Qualquer um podia estar mentindo. Menos ele. Hayden sempre foi mais que sincero, mesmo que suas palavras me machucassem, ele nunca as calou.
— Fui sincero, nunca planejei ficar com você, namorar, qualquer coisa assim. – Hayden havia negado naquela noite, antes de ir embora. – É loucura. É muito óbvio que tudo isso foi muito mais significativo para você do que pra mim...
Quantas vezes ele havia me dito coisas como essa?
Engoli em seco.
— Isso não pode ser verdade – repeti. Meus olhos não focavam em nada.
— Você ainda duvida? – Darla sorriu com escárnio, caminhando até Hayden. Dois homens seguravam seus braços, e seu corpo pendia para a frente. Seu rosto estava pálido e jogado para baixo. – Então por que não fazemos ele falar? – Ela segurou seu queixo com a mão em concha, apertando as unhas vermelhas em sua pele e erguendo seu rosto para mim. Seus olhos verdes quase pareciam opacos.
Um zunido ocupou o espaço ao meu redor, e desviei o olhar para o chão, um passo a frente dos meus pés. A sala estava estranhamente sufocante. O mundo parecia se fechar a minha volta.
— A sós – murmurei em meio ao silêncio, sem levantar o rosto. – Quero falar com ele a sós.
Pude sentir o olhar penetrante de minha mãe sobre mim. Escutei seus passos, o salto que ecoava sobre o chão. Ela sentou à mesa e voltou a beber o chá que de certo tomara a liberdade de pegar na dispensa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Toque
RomanceUma cidade com passado sombrio e segredos que perduram para sempre, essa é Hidden Shadows, palco de experimentos e planos dos quais seus moradores sequer desconfiam. Dylan, filho da família responsável por toda a cidade, governando nas sombras...