Capítulo 11

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Aviso!

A música que está na capa do capítulo serve de trilha sonora para as cenas finais do mesmo.

A música que está na capa do capítulo serve de trilha sonora para as cenas finais do mesmo

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Olhava atentamente para Isabel, que me passava todas as informações necessárias para a viajem. Muitas vezes me forcei a prestar atenção, pois em minha cabeça havia tantas informações que quase podia senti-las prestes a explodir. A única coisa, que mesmo longe de minha vista, parecia sempre perceptível para mim, era a presença de Hayden, e isso chegava a ser engraçado, um humor quase trágico. Um pensamento parecia sempre ali, pronto para lançar-se em questionamento diante meu rosto, esperando apenas por uma oportunidade.

Não demorou para que conseguíssemos chegar a estrada livre que atravessava o interior até Fall Barrier. Ainda era cedo, e o céu permanecia em seus tons cinza e azul pastel, nostálgico. Por trás dos vidros escuros do carro parecia ainda mais deprimente. Felizmente nosso destino não era tão distante, o que explicava as quase constantes intromissões de Marli em nossos negócios. Poderia ser pior caso ela quisesse.

Meu motorista acelerou um pouco, tendo caminho limpo. Olhei para o lado, onde Hayden permanecia com a cabeça recostada na porta do automóvel, encarando a paisagem sem dizer nada. Como não estávamos sozinhos, e aquele momento era inoportuno, virei-me para a frente e permaneci em silêncio, pois era o melhor para nós dois.

Isabel cuidara de tudo, e o hotel em que ficaríamos localizava-se apenas alguns metros após a entrada da cidade, rodeado por uma vasta vegetação. Fui sem avisos prévios, como em uma simples viagem, mas o que vi no saguão do edifício não me agradou em nada. Marli pôs um sorriso discreto no rosto e veio em minha direção.

— Bem-vindo a Fall Barrier, senhor Eaves. Sempre soube que em algum momento viria até mim.

— Tanta certeza a ponto de atingir o Willam para me atrair? – Revidei com a mesma calma.

— Claro que não tenho nenhuma relação com o que aconteceu – sua resposta foi instantânea, e seu sorriso desapareceu. – A propósito, devido ao horário imagino que vá visita-lo pela manhã.

— Na verdade...

— Ele está bem, Dylan. – Marli me interrompeu. – Por que não descansa um pouco? Sei que não confia em mim, mas está em minha cidade, então seja um pouco cortês. Vou a uma reunião agora, aqui mesmo, neste hotel.

— Aqui?

— Muito oportuno, não acha? – A mulher voltou a sorrir. – Encontre-me no restaurante as 19:00 para o jantar. Vamos conversar.

***

O que eu poderia fazer além de esperar? O pior era não saber pelo que esperava, muito menos o que me levava a fazer o que Marli queria. Bem, estava em seu território, era no mínimo sensato. Abri a porta do quarto que nos foi reservado e na mesma hora senti aquele fogo tomar todo o meu corpo. Raiva.

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