ATENÇÃO!
Este capítulo possui trilha sonora. Ela está logo acima na capa, basta clicar e ler a história normalmente. Caso queira utilizá-la da forma como arquitetei, no momento em que a música se encaixa, irei marcá-lo com negrito na primeira palavra, indicando que a partir dali a música deverá ser tocada.
Exemplo: Armamos um plano.
Boa leitura!
— Senhor Eaves?
— Senhor...
Enquanto caminhava a rápidos passos, apenas escutava as vozes que, superficialmente preocupadas, tentavam me parar. Mas eu não podia, não podia interromper o caminho que fazia. Precisava encontrá-lo. Assim que fosse realmente necessário eu pararia e falaria com toda aquela gente. Depois. Meu corpo inteiro estava em alerta. Lila havia disparado o alarme, mais uma vez...
Um pouco mais a frente, no sétimo andar, já quase não conseguia encontrar outras pessoas. Estava estranhamente silencioso. Virei um corredor, depois outro, e de repente um baque surdo ecoou entre as paredes. Peguei a única coisa para a qual tinha me atentado após me livrar dos braços de Lila: pegar uma arma. Caminhei com cuidado, recostando-me na parede para chamar o mínimo de atenção possível. Um som oco atrás do outro, coisas pesadas sobre o chão. Não precisei ir muito mais a frente para perceber que uma luta era travada e de certo vários corpos caíam de forma violenta. Tensionei o maxilar. De algum jeito imaginava que Hayden estava ali. Tinha de estar. Entrei a direita, e sob uma fraca luz pude ver um homem ser arremessado contra a parede. Depois veio o silêncio. Apressei-me e virei a última esquina.
A primeira coisa que vi foi Hayden, parado de lado com os olhos vidrados no chão. Pude captar o cenário à sua volta, onde vários corpos encontravam-se quase empilhados, e outros mais o cercavam. Três homens, era o que restava. Com as mãos livres, Hayden desviou da investida de um e acertou outro, empurrando-o contra a parede e fincando uma faca em suas costas. O primeiro tentou lhe atacar por trás, mas ele foi rápido em virar e atirar em sua cabeça, logo jogando o revólver no chão. Devia ser a última bala. O homem que sobrara estava parado, apontando uma arma em direção a sua cabeça. Hayden apenas andou em sua direção, sem mostrar intimidação ou rastros de medo. De onde estava podia ver apenas suas costas, mas pela expressão do outro, que lutava para manter-se firme, podia imaginar nunca ter visto Hayden como agora. O homem o encarava como se visse um monstro, um demônio que escapara do inferno, um ser que, com facilidade, o desarmou, virou seu braço para trás e deslizou a faca em sua garganta. Observei, estático. Havia pelo menos dez homens mortos, ali, aos seus pés. Sangue, havia muito sangue, e pude seguir esse rastro até as pontas dos dedos de Hayden, percorrendo suas mãos e chegando aos punhos brancos de sua camiseta. Ele ergueu o rosto para mim, e sua expressão se contorceu quase em câmera lenta, emitindo a simples reação de dar-me as costas.
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Toque
RomanceUma cidade com passado sombrio e segredos que perduram para sempre, essa é Hidden Shadows, palco de experimentos e planos dos quais seus moradores sequer desconfiam. Dylan, filho da família responsável por toda a cidade, governando nas sombras...