• 1. » feliz dois anos;

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 — Sejam bem-vindos a Seul, onde o relógio marca seis horas e quarenta e sete minutos da manhã. Peço gentilmente que permaneçam sentados até que os avisos de afivelar os cintos sejam desligados. — Minha voz ressoou pelo interior do avião, anunciando o pouso e os procedimentos de desembarque padrão.

Após concluir minha breve mensagem, desviei meu olhar para minha companheira de viagem e permiti um suspiro escapar.

— Finalmente, férias. — Escutei-a dizer, e um suspiro de exaustão abandonou meus lábios.

— Ainda me restam dois longos meses de viagem pela frente. — Murmurei, fingindo um desânimo momentâneo.

— Mas você já deve estar ultrapassando o limite de horas de voo, não é verdade? — Esperamos pacientemente enquanto os passageiros desembarcavam, realizando as verificações finais antes de permitir nossa própria saída.

— Ah, um pouco. É por isso que pretendo desfrutar de uma semana em casa agora. — Um sorriso animado se formou em meus lábios, antecipando a perspectiva de passar uma semana de descanso em meu próprio lar.

Assim que todos os passageiros haviam desembarcado com segurança, nós também deixamos o avião.

O dia em Seul se desenhava deslumbrante, apesar dos ventos gélidos e cortantes de fevereiro. Fechei os olhos por breves segundos, deixando um sorriso largo iluminar meu rosto. A razão? Naquele dia, eu celebrava o segundo aniversário desde que eu havia me mudado para a capital sul-coreana.

Não, eu não soU coreana. E não, não possuo qualquer ascendência coreana em minha árvore genealógica. Deixe-me explicar.

Quando tomei a decisão de me mudar para a Coreia, não estava exatamente no melhor momento de minha vida. Graças aos céus, encontrei Sunhye, uma garota coreana com os olhos mais cativantes que já presenciei, e isso não se limitava apenas à sua origem asiática; eram olhos genuinamente hipnotizantes. Apelidei-a carinhosamente de "boneca", apesar de sua estatura superior à minha. Sunhye já havia trabalhado na mesma companhia aérea que eu, no Brasil. Ela inicialmente visitou meu país por afinidade, mas logo descobriu que não se adaptava ao calor abrasador e ao estilo de vida dos brasileiros. Não demorou muito para a minha "bonequinha de porcelana" retornar à sua terra natal, e foi a partir desse momento que as peças começaram a se mover.

As coisas não seguiram o curso que havia planejado no Brasil. Morar sozinha na agitada São Paulo não era tão gratificante quanto imaginara, mesmo que passasse a maior parte do tempo voando ao invés de estar em casa. Não estava aproveitando os raros momentos em terra firme da forma que havia idealizado. Ah, sou comissária de voo, ou, como é mais conhecido, aeromoça.

Naquela época, dois anos atrás, logo após a partida de Sunhye, vi-me completamente sozinha. Compartilhava o apartamento com ela, e ambas aprendemos muito sobre a cultura e língua uma da outra, mesmo que ela já dominasse bem o português e eu não soubesse uma única palavra de coreano. O tempo que passamos juntas foi essencial para eu aprender a falar e ler coreano. Claro, aprimorei meu conhecimento no idioma estudando mais quando ela não estava por perto.

《• ↬ Fly ㅡ  Choi Minho ↫ •》Onde histórias criam vida. Descubra agora