22: Sasaeng Part2

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A dor pulsante em minha cabeça me despertou apenas para eu perceber a escuridão total de onde eu estava. Respirando com dificuldade eu comecei a chorar silenciosamente enquanto tentava me mover, mas minhas mãos estavam amarradas, presas acima da minha cabeça e minhas pernas algemadas juntas. Ao perceber a gravidade da situação, eu solucei de frustração e dor e tentei ficar ficar calma.

Afinal por mais louco que parecesse, ser sequestrada sempre é uma possibilidade para gente como eu. Era um dos riscos que pessoas conhecidas tinham que lidar.

Na completa escuridão eu não conseguia ter noção de nada a meus redor, nem sequer do tempo. Quando a náusea chegou junto com a dificuldade para respirar, eu não consegui discernir se era algum efeito colateral de um possível medicamento ou um simples episódio de pânico. A dor pulsante na minha cabeça indicava que eu precisava ir para o hospital, mas era óbvio que eu não passaria nem perto de um tão cedo.

Depois do que pareceram horas, ouvi o barulho de uma porta abrindo e o lugar onde eu estava ganhou uma luminosidade escassa apenas por alguns segundos.

- Oh, você acordou! - ouvi alguém dizer e pisquei várias vezes quando um abajur foi ligado. - Bom dia.

Quando consegui adaptar minha visão ao novo ambiente, meu corpo todo começou a tremer ao perceber que eu já havia visto aquele homem antes.

Aquele perfume diferente, o cabelo preto quase cobrindo os olhos e o tão olhar sério...
Ele era o homem com quem eu trombei no outro dia na frente da empresa.

- eu sinto muito ter machucado sua cabeça. - ele continuou, totalmente alheio ao meu choque. Sua voz era calma porém profunda e muito máscula. Eu senti a cama afundar quando ele sentou ao meu lado e olhou nos meus olhos. - principalmente porque ela foi machucada a tão pouco tempo atrás... Mas não se preocupe, eu vou cuidar muito bem de você.

Ele tinha toalha úmida na mão e começou a passar suavemente na parte pegajosa do meu rosto. Provavelmente era sangue seco...
Eu me encolhi o máximo que pude e tentei estudar o lugar que estava ao máximo que a luz escassa que o abajur emitia. Era um quarto de clínica particular, com paredes claras e móveis escassos. Não havia muito para ver a não ser a face concentrada do meu algoz.

— Eu lembro de você. - sussurrei enquanto ele ainda trabalhava no meu rosto. Isso pareceu agradá-lo, pois ele sorriu discretamente embora não tenha olhado para mim. - no meu trabalho... Os meus amigos... Eles devem preocupados comigo. Eu tenho que voltar.

Eu continuei corajosamente e ele parou o que estava fazendo e se curvou para mais perto do meu rosto. Já não se via mais o sorriso em seus lábios.

- você não tem que se preocupar com isso agora, apenas melhore. - ele sussurrou de forma calma, mas seus olhos cravados nos meus eram como uma tempestade negra. Eu vi neles suas verdadeiras intenções e quis soluçar novamente.

- Se você me libertar, eu juro que não vou a polícia. Eu tenho um namora... pessoas que se preocupam comig-

- Eu sou o único com quem você deve se importar agora! - ele me interrompeu falando com muita calma, porém a ordem estava explícita em seu olhar autoritário.

- por favor...

- Não. Essa vida não serve mais para você. A partir deste dia você é uma Idol aposentada.- ele disse entre dentes e fez um carinho no meu rosto, descendo pelo meu pescoço. - vamos para um lugar onde ninguém conheça você, um lugar onde poderemos ser felizes.
Que espécie de idiota ele era para estar revelando isso tão casualmente!

Imagine V: A Idol Army!Onde histórias criam vida. Descubra agora