O S C pag 4

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-- É um menino Chagas meu irmão! E um menino comadre Alzira de Deus!

-- Espiá muié ! Espiá muié ! É um danado dum meninão ! Vociferou eufórico e quase pulando em cima da mulher de tanta alegria e , ao mesmo tempo esquecendo da sua mãezinha insultada e da maldita banha de porco .

         A noticia pareceu servir para aliviar um pouco mais aquela tensão  , no entanto a misteriosa ausência do filho ainda perturbava até então aflita mãe o que a levou a retribuir aquele momento de alegria do marido apenas com um súbito suspiro que não se sabia se fora de susto ou de alivio e com o cessar do choro que decerto seria natural .

-- Que é menino a gente já tá a saber Chagas , mas quede esse menino ? -- Interrompeu dona Alzira aquele momento . 

         Seu Chagas rapidamente mudou de postura e por um breve momento fez uma expressão de cismado e em seguida virando-se para a irmã que também seria a madrinha do ausente menino e que ainda permanecia próximo a porta aos observar com um sorriso sonso inquiriu :

-- Por quê a comadre não trouxe o menino pru mode nós vê ?
-- -- Hein... ? -- Resmungou. --Quede o menino?

-- É comadre quede o menino ? -- interpelou dona Alzira enquanto se esforçava para se inclinar um pouco para frente .

         Rapidamente se livrando do sorriso sonso dona Irene manobrando respondeu :

-- Pois é meu povo ...
-- Hein...? -- Resmungou outra vez o irmão.
-- Como eu ia dizer... -- relutou outra vez a irmã.

-- Vamo desembucha minha irmã ? -- Aplicou seu Chagas .

-- Vai muié , desentala  ? -- Inquiriu dona Alzira insistente .

        Vendo a obrigação de ignorar aquelas perguntas e não achando respostas a atordoada mulher fortuitamente disse :

-- Vamo comigo compadre buscar o menino .
-- Coma é? -- Perguntou seu Chagas ainda mais desconfiado. -- Que diacho de nove hora da gota serena é esse Irene disgrama...? -- Emendou seu Chagas do jeitinho dele querendo uma explicação da irmã sem se dar conta da disgrameirar que acabara de fazer.
-- Ôxe que história desaprumada é essa de nove hora compadre?
-- É nove hora! É nove hora! -- Começou a berrar enfezado seu Chagas.
         Dessa vez a atordoada mulher que regressará da sala de banho cheia de nove hora como se dizia lá pros lados da pequena Toró parecendo outra vez não achar palavras, mas aimda para revidar ao surto do irmão respondeu apenas com um arregalar de olhos.
         Já dona Alzira que parecerá sentir um enorme caroço de perplexidade se emtalar por entre sua garganta e lhe secar a boca antes os soluços lhe cuspiam as salivas consequentemente se verá obrigada a fazer uma pausa.
         E se nove hora refletia totalmente aquela vinda ao mundo e ao sertão nove meses foi o que dona Alzira esperará por aquele inesperado, portanto perante aquilo que adicionado a toda aquela agonia de mãe que espera sem inesperar e que anseia por segurar o filho pela primeira vez em seus braços foi que aquela aflita mãe de primeiro pau de arara tivera seu então desespero que antes amenizara com a desajeitada noticia inevitavelmente reavivado e aquele caroço de perplexidade que antes lhe entalara o clamor descerá de goela abaixo e fora parar em suas entranhas agora mais apreensivas do que hemorrágicas.

-- O que tá acontecendo comadre de Deus ? Vamo diz quede meu filho e Por causa de que carece do Chagas ir com você  ? -- Clamava a pobre mãe de primeiro pau de arara ameaçando se desprostar da velha cama em que já acolherá inúmeras parideiras a ânsia da luz.
-- Ave Maria comadre faça isso não mode se resguardo num quebrar.

-- Calma muié , Calma muié . -- Pedia o marido dessa vez tentando evitar que a esposa em toda sua aflição se levantasse e fosse por si só busca aquele menino .

O Santo CaipiraOnde histórias criam vida. Descubra agora