O S C pag 19

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-- Zambeta ! Zambeta ! -- Seguia seu Naval ao mesmo tempo que ainda balouçava o bicho . -- Todo mundo pra fora da minha sala .

-- -- Avia ! Avia !

-- Nós num vai sair daqui não seu Naval , que Nós num somo bagaço nem nada . -- Alertou a velha toda de preto .

-- Só no oi da piaba seu Naval , que o senhor vai fazer uma maldade desse com a gente . -- Inquiriu dona Alzira .

-- Não tô nem ai pras bestagem de vocês zambetas . -- Vociferou ainda mais irritado . -- Avia ! Avia ! -- Concluiu .

E ao sentirem mais uma vez em suas peles e em seus estômagos o desprezo daquele homem , a embrulhada sonora se fez soar :

-- Ave maria !

-- Nossa senhora !

-- Só no oi da piaba !

-- Deus o livre e arrede !

-- Nós num é bagaço não !

-- Se preze não !

-- Zambeta ! zambeta ! Se preze vocês , já disse que sou um notório nomeado por indicação politica , e tenho o poder de aviar vocês todos daqui e por que tenho uma prerrogativa que me dar esse poder , e saibam que minha função de notório tem entre os representantes mais antigos , os escribas egípcios que regiam os atos jurídicos para os monarcas do rei . -- Elevou o tom e a sua imagem meio aos resmungos e a chegada da zora desgramenta que já estava a menos de cinco minutos . -- Por isso , são vocês que teem que se prezarem e ou mas se aviarem agora daqui , pois eu já mandei .

Mas justamente naquele momento, por acaso ou obra de algum santo intermediador dos que tinham suas crenças além de qualquer credibilidade , foi que o Padre Janeandro surgiu de repente por entre aquela porta que tanta dava acesso ao oficio paroquia como a igreja .

-- Mas que quizomba é essa aqui seu Naval ? --Fora logo inquirindo o padre .

-- É esse povo padre ...!

-- Esse povo não seu Naval , mais respeito com essas pessoas , e fique o senhor sabendo que um notório também tem o dever de zelar pela honestidade , e quando entro aqui e vejo o senhor com esse galo de rinha nas mãos isso me choca e me faz entrar em contradição quanto a sua reputação , e saiba também que um notório tem que agir com lisura em relação ao negocio jurídico dessas pessoas e estar na presença do oficio inteiramente e isso é o que não vejo aqui , o senhor dar suas escapulidas a todo instante ao mesmo tempo que não liga para o direito de liberdade dessas pessoas o que é o seu dever , e tem mais essas pessoas não vão arredar o pé daqui e o senhor trate de se livrar desse bicho horrível e que Deus me perdoe por ter dito isso .

-- -- Vamos , vamos guarde esse bicho em sua jaula e trate também de mudar o nome dessa coisa , que Deus me perdoe , por que se não ... Estou velho seu Naval mais ainda sou capaz de lhe dar uns bons cascudos , que Deus me perdoe .

E se certamente seu Naval não tinha medo do que se fazia divino ou muito menos do se dizia santo ,,,, por tanto medo dos cascudos do velho padre ele ainda temia , sendo assim imediatamente tratou de guardar o horrível bicho . E que Deus também me perdoe .

-- Zambeta ! Zambeta ! -- Ainda assim resmungou seu Naval .

-- O que disse se Naval ? -- ralhou de modo inquisitivo o padre que também tinha ouvidos de tuberculoso .

-- Num chame o padre Janeandro de zambeta não se Naval que ele num é bagaço nem nada .

-- Velha futriqueira .

-- Num me chame ...

-- Xi ! -- Ralhou o padre a velha que foi interrompida .

-- Putz ! -- Estalou nos lábios de dona Alzira o quase gaitar que lhe fora intervindo por uma das mãos que quase se deixara ir ao chão o nosso futuro santo agitado e impaciente .

-- Alzira ! -- Exclamou a ralhar se Chagas o nome da mulher .

-- E você seu Naval volte para a sua mesa e vamos logo acabar com isso que essas pessoas têm mais o que fazer .

O Santo CaipiraOnde histórias criam vida. Descubra agora