O Santo Caipira

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Seu pai iletrado e simples cultivador daquelas terras castigadas mas assim como maior parte das figuras paternas de qualquer cidadezinha seja do nordeste ou de qualquer outra região, mesmo que fosse apenas em alguma esfera ilusória daquelas em que os homens sofrem em silêncio e em que a ingratidão prevalece, também cultivou o distante sonho regional de o tornar doutor , portanto logo cedo ao se deparar com sua inação para a boa vida e um pouco mais a frente com o seu talento para o trambique dois potenciais negros e obstinados, sacara então todas as suas esperanças do banco dos sonhos e se dedicara a investir as migalhas que lhe restará somente no seu papel de marido cumpridor de seus deveres e de resignado sertanejo porque mesmo sem sentir ou saber aquele pai desgostoso indubitavelmente era o retrato da essência do mais conveniente arquétipo daquele sertão de solo lascado onde a únicas distrações além de beber cachaça e fazer menino eram as enfadonhas missas do Padre Janeandro, as novenas agourentas e os velórios regados de choro, de cachaça, de seus pai nossos e de suas aves Marias em que os adultos iam para matar a curiosidade do estado do defunto e as crianças para brincarem de assombração, trajador dos mais humildes trapos e os mais originais que a pequena Toró pudesse vir a exigir de seus autóctones o que chegava a ser um verdadeiro contraste com relação a sua cabeleira lisa negra e brilhante que parecia querer desafiar o clima e o tempo que sem trégua nenhuma já havia o lançado nos braços da terceira idade, calejado de todas as mazelas que a vida pode lhe oferecer, paquidérmico, nanico mas por consequência, pois se a natureza lhe derá três centímetros a mais na juventude, diabólica lhe tomará de volta na vetustez o envergando , mantinha um bigode extremamente avantajado que lhe escondia totalmente o lábio superior, negro porém salientava suas pontas amareladas e sapecadas pelo cigarro de palha, falava grave e manso, de olhos negros e desconfiados do tipo que observa de banda típico comportamento dos que são julgados por imprevisíveis .
Já a mãe subserviente e beata jamais deixou de acreditar no seu menino como também desde então não poupará e nem medirá esforços para zelar pela preservação do seu bem estar, o privando da lida estafante, fazendo mais promessas em seu prol, encobrindo seus atos desde os mais simples até os mais medonhos chegando até a manda-lo estar por várias vezes com o padre Janeandro para aprender a respeito das sagradas escrituras no entanto de nada adiantou... '' Por que assim como o verbo se fez carne, esse menino a cada dia se faz o cão chupando manga" E... Essas foram as palavras do padre Janeandro em um de seus momentos de cólera que quase o rendeu um anátema embora mesmo isolado e depois do primeiro concílio de Alzira que em debate com as outras beatas tivera como tema essa decisão que também as renderam uns bocados de carões do padre mas que fez questão de esclarecer mesmo com manobras que ele se referiu naquele momento ao pensamento dos gregos e não ao da primeira e segunda pessoa da Trindade e as mostrado em um livro que falava a respeito do assunto o que acalmou as outras beatas e conteve aquela falácia que já estava indo além do terreiro de dona Alzira e acalmará o Coração da mesma, ainda que de orelha em pé.