O S C pag 6

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Aparvalhado e com um sorriso enorme e encardido que parecia querer-lhe devorar as orelhas o debutante pai somente lembrava de contemplar o nuelo que em seus braços envolto por uma manta amarela continuava a se contorcer enquanto abria a boca e exibia sua língua roxa e ao passo que se seguia cada vez mais seus pequenos e delicados flancos parecendo até ter esquecido da turbulenta vinda do filho ao mundo e a aquele sertão e quem dirá da mulher em toda sua aflição que escanchada naquele leito aguardava por notícias .

Ainda dava-se para notar o seu desjeito com relação a forma de segurar o filho , porém depois de mais uma ralhada da boa velha parteira embora arreliada , mais que rapidamente passou a surpreender desmerecendo até a melhor e mais renomada nutriz que pudesse ainda haver por aquela região e monopolizando aquele concelho de tal forma que seus braços tornaram-se um dos ninhos mas bem edificados que já pudera existir e o mais seguro para um passarim que recém eclodira , construído pelo mais transcendente dos pássaros .

"E o vento do menino ? De jeito ninhum alguém iria derrubar " ; Pensava ele ao mesmo tempo que já podia o ver por demais malino a correr pra cima e pra baixo por aquelas rodagens poeirentas e encarnadas e até mesmo a esculhambar os outros moleques de fí de rapariga .

Mas vendo que o irmão havia pegado o jeito dona Irene empolgada elucidou :

-- Espia dona do Carmo o compadre já tá segurando melhor do que nós .

-- Eita muié atoleimada !

-- Até parece dona Carminha ! A senhora fala como se eu não entendesse de segurar menino .

-- Se entendesse mesmo , saberia que o menino ainda tá com a moleira aberta e não ficava dando corda no seu irmão desse jeito .

-- E o que tem haver uma moleira aberta , com o jeito do meu irmão de segurar meu afilhadim ? -- Inquirir dona Irena , esposa e também mãe , se sentindo diminuída . -- Chagas não é nem abestado de derrubar esse menino .

-- Bate na boca minha irmã !

-- Ave maria !

-- É justo isso que eu tô falando Irene , se ele achar que já sabe segurar o menino melhor do que nós , ele vai acabar se empolgando e deixando esse menino cair .

-- Bate na boca Pelo amor de Deus dona do Carmo . -- Repreendeu seu Chagas .

-- Bato meu filho ! Bato meu filho ! -- Exclamou a parteira com ares de desdem .

-- Arre ! Resmungou dona Irene .

Porém em vista daquela moleira aberta e do que o povo daquela cidade acreditavam a respeito daquilo foi que dona Irene prosseguiu :

-- Hum! E se moleira aberta tivesse alguma coisa de haver mesmo com o que dizem que acontece com recém nascido , aquele inocente num tinha nem se criado .

-- Mas que diacho de prosa besta é essa agora de novo Irene ? -- Indagou seu Chagas rudemente .

-- Chagas , Chagas ! Tu me respeita que quando eu digo , eu tô é dizendo pro bem .

-- Mas nós nem sabe do que tu tá falando Irene .

-- Eu tô falando Chagas é da Toinha do finado Manel nosso irmão , e daquele inocente que até hoje num foi batizado , nem o registro do menino aquela abestadaveia da Toinha foi tirar até hoje .-- Alertou .

-- -- Hum ! Também a Toinha do finado Manel nosso irmão num larga da saia da mãe .

-- Larga disso Irene , larga disso é tu .

-- Hum !

-- Deus é pai minha fia , Deus é pai . -- Escramou dona nega do Carmo .












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