O S C Pag 10

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         Dona nega do Carmo outra vez em guarda da criança fez um sinal para dona Irene que entendendo se aproximou,  em seguida lhe fez outro sinal que por sua vez novamente captado e ao mesmo tempo relutante e com expressão desgostosa desabotoou o broche que prendia as duas abas da mantinha amarela envolvedora e o despindo revelou o misterioso motivo de toda aquela marmota.
         No entanto seu Chagas tentando preservar o seu e o do filho meio aquele calor infernal justificou dizendo :
-- Deve de ser por causa do fri.

( Fri )é uma palavra do linguajar nordestino pronunciada de forma erronia que quer dize frio .
-- Frí?  -- Indagaram surpresas e ao mesmo tempo a parteira e a tia.
-- Se não é frí...
-- O compadre parece que é abestado ou então cego,  não tá vendo o tamanho da desgraçença? -- Repreendeu a irmã sem se dar conta o quão fora sarcástica ao pai que dessa vez sentiu o seu entusiasmo ser substituído por um súbito desalento que o fez abrir a boca mas palavra nalguma lhe acudirá.  
-- Bate na boca minha fia!
-- Bato dona nega Carminha!
         Seu Chagas ainda emudecido não fora nem capaz de pronunciar as três palavras intercedoras e do jeito que estava permaneceu a observar ou talvez tentar medir o tamanho daquela desgraçença.
-- Deus é pai meus fí! Deus é pai meus fí! -- Iscramou dona nega do Carmo de beiço arregaçado.
-- E agora Chagas? O que é que nos faz? -- Inquiriu dona Irene de olhar destrenado e fixo no irmão.
         Seu Chagas ainda mudo e de olhar na desgracença.
-- E então Chagas? O que que nós vai dizer a comadre dessa desgracença? -- Insistiu dona Irene ao ver que o irmão não se bulia e não despregava os olhos da tal desgracença.
-- Bate na boca mia fía!
-- Bato dona nega...!
        Mas naquele momento seu Chagas fora vituperado por reanimo repentino que nem as três palavras intercedoras tivera o poder de interceder no seu mais aparente surto desgracento. 

-- Desgracença! Banha da mãe! Macho que nem um preá! Santim da Alzira... -- Dizia o homem em toda sua também desgracença.

         Vendo aquilo as duas mulheres cairam num desespero só, e começaram outra vez a iscramar :
-- Deus é pai meu fí!
-- Deus é pai meu irmão!

O Santo CaipiraOnde histórias criam vida. Descubra agora