Capitulo 4

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Hoje era o dia do baile de máscaras da Delfi, já estava com tudo planejado, roupa, cabelo, maquiagem e principalmente a máscara. Passei o dia me preparando, não falei com ninguém hoje, estava me maquiando quando minha madrinha entrou:
- Você vai perder seu tempo com festas em vez de se preparar para a universidade?- perguntou severa.
- Madrinha é o aniversário da minha melhor amiga eu tenho que estar lá.
- Achei que já tivesse entendido que não se deve fazer laços, amizades são traiçoeiras Ambar.
- Eu sei disso madrinha, mas não posso faltar hoje.
- Deveria estar se esforçando para a universidade.
- Mas eu estou me esforçando- falei já alterada.
- Então se esforce mais!- alterou o tom de voz- Ou vai querer fracassar? Se bem que ultimamente você está acostumada com o fracasso- falou e saiu.
Aquelas palavras me tiraram o chão, doeram tanto que não consegui evitar as lágrimas, não importa o quanto eu tente, para ela nunca serei boa o bastante, não aguento mais isso, estou desolada, no fundo do poço, e não tem ninguém que possa me tirar daqui, tudo que eu tinha era meu reinado, minha popularidade, tinha amigas leais e um namorado que dava inveja a todas, e tudo, tudo isso foi tirado de mim, agora só tenho a mim mesma, e não estou sendo nem boa o suficiente pra isso bastar.
Todos falam que, quando você cai, você precisa aprender a se levantar, mas nunca me disseram que depois de se levantar, você precisa andar como se não sentisse nenhuma dor, e eu aprendi por conta própria isso, e então, me acostumei.
Corrigi a maquiagem, coloquei minha roupa, arrumei meu cabelo e estava composta novamente:
- A única pessoa capaz de te tirar desta situação é você mesma- falei firmemente para o espelho- Agora mais do que nunca você vai ter que focar só em você, e só no que fará bem a você mesma, e os outros, eles são só peças do seu jogo, faça ele andar a seu favor- sorri e desci, chamei o motorista que logo veio e me levou para a festa, agora era a hora de deixar todos os meus problemas internos lá dentro, bem escondidinhos, e voltar a ser Ambar Smith.
Assim que o motorista abriu a porta pra mim pude ver o tanto de gente que estava aqui, era em um salão de festa estilo castelo, tinha um jardim magnífico, coloquei minha máscara e fui em direção à entrada, tinha que descer uma escadaria e notei que a festa ja rolava, quando fui descer os olhares voltaram-se para mim, sorri confiante e lembrei como tudo era antes, assim que desci Delfi veio falar comigo, ela estava muito bonita, a abracei :
- Parabéns amiga, o presente está na sua casa ok- tinha mando meu presente pra lá, pois eu era mais especial que os outros é claro.
- Obrigada amiga, você está incrível - falou me olhando.
- Você que está - falei e ela me olhou surpresa mas feliz.
- Obrigada, vem vamos para perto do palco, Jazmin já está lá- fomos lá para perto, vi os pais de Delfi e os cumprimentei, logo a RollerBand apareceu no palco e saudou a todos:
- Queremos dar os parabéns para a Delfi, a estrela da noite - Nico falou e todos vibraram batendo palmas.
- Essa é pra você Delfi- Pedro falou e Delfi sorriu mais ainda, começaram a tocar Linda.
Durante a música Simon não tirava os olhos de mim, e aproveitei a situação pra olhá-lo também, talvez hoje mesmo eu o beije para deixá-lo mais confuso, só sei que temos que namorar o quanto antes:
- Simon não para de olhar pra cá- Delfi falou e riu, eu ri também.
- Deve ser por mim né meninas- a Jazmin falou e eu e Delfi nos olhamos cúmplices- Aí tão fofo.
- Quem parece não tirar os olhos da aniversariante é o Pedro- comentei sem interesse mas vi de canto de olho como Delfi ficou feliz, por um momento isso me deixou feliz, sei que não devo ter sentimentos pelas pessoas, mas a Delfi é a única pessoa que realmente me importo, a única pessoa que eu sei que é minha amiga, em um mundo comandado por herança sanguínea e contas de banco, vale a pena ter uma amiga.
Depois de um bom tempo a banda encerrou seu show e passou para o Dj comandar a festa, resolvi ir pegar algo para comer e fui em direção à mesa, enquanto escolhia algo senti uma voz no meu ouvido:
- Está muito bonita esta noite, senhorita Ambar- era o Simon, sorri e falei:
- Está noite apenas?
- Bom, você sempre está bonita- sorri convencida, meu ponto fraco são elogios e depois dessa cheguei a esquecer o plano por um segundo:
- Você também não está nada mal- comentei depois de virar para ele, estávamos muito próximos.
- Vou tomar isso como um elogio- rimos juntos.
- Ja comeu algo?
- Na verdade não e você ?
- Idem- sorri e virei para a mesa peguei alguns aperitivos e alguns doces, ele também- Vem, vamos sentar ali- falei mostrando uma mesa vazia, a maioria estava dançando.
- As damas primeiros- falou dando espaço para eu ir na frente.
- Que cavalheiro- rimos e fomos para a mesa.
- Você gostou do show?- ele perguntou.
- Claro, Simon vocês foram incríveis - falei com falsa empolgação.
- Que bom que gostou- ficamos mais um tempo ali conversando e notei Luninha nos olhando com uma cara de quem sabia que estava perdendo, ri internamente, logo começou a tocar Thinking Out Loud do Ed Sheeran, resolvi que era hora de dar mais um paço no meu plano, "suspirei" olhando os casais indo dançar, vi por trás de Simon Luninha vindo na nossa direção, mas ele não viu, bem na hora que ela chegou ele perguntou:
- Senhorita Ambar me daria a honra de uma dança - levantou estendendo a mão para mim, ri e respondi:
- Quantas você quiser guitarrista - ele riu e eu aceitei a sua mão me levantando, Luninha ficou com a cara lá no chão, ela se afastou antes mesmo de Simon notar sua presença.
Fomos até a pista e ele colocou as mãos na minha cintura, coloquei as minhas em seus ombros e começamos a dançar lentamente:
- Estão todos nos olhando- ele sussurrou no meu ouvido e riu- Devem estar pensando o que eu estou fazendo com a rainha da pista- rimos juntos.
- Realmente somos uma dupla improvável- ele riu e concordou.
- Preparada?- perguntou e não deu tempo de responder pois ele me girou e depois me trouxe pra perto dele, minha costas de encontro com seu peito, não consegui evitar minha risada alta, o que chamou mais a atenção, logo me girou novamente e finalizou me deixando de frete para ele, muito próximos, nos olhamos e sorrimos um pro outro, logo seu olhar desceu para meus lábios mas fomos interrompidos pela Jazmin:
- Oi pra vocês, Simon você não quer dançar comigo ?- Simon ficou sem saber o que responder, senti raiva dela, não por ciúmes, jamais, mas por atrapalhar meu plano:
- Na verdade Simon acabou de reclamar de dor no pé, porque eu pisei sem querer então nós estávamos indo sentar- olhei pra ele que me olhou sem entender.
- É verdade Simon? Aí você quer ajuda? Eu posso pegar gelo.
- Não Jazmin, tudo bem a Ambar já se ofereceu pra me ajudar, vai dançar, não se preocupe.
- É aposto que algum fã seu adoraria dançar com você- falei e seus olhos brilharam.
- Você acha? Aí então tá bom, mas se precisar pode chamar, é só me chamar e eu venho ok- falou e concordamos, então ela saiu dali.
- Só a Jazmin pra acreditar que a Ambar Smith pisaria no pé de alguém enquanto dança- rimos juntos- Por que fez isso Ambar?
- Desculpe, achei que estivéssemos nos divertindo e que você queria continuar- fingi arrependimento, ele pegou na minha mão.
- Então achou certo- sorrimos- Vamos dar uma volta lá fora.
- Ok- saímos dali e fomos caminha no jardim, conversamos sobre várias coisas, talvez não teria sido ruim, gostar realmente de alguém como Simon, como seria se isso não fosse fingimento? Acho que seria bom, mas não posso me dar ao luxo de ter um relacionamento real, não tenho sentimentos por Simon, isso é só um plano e ele foi a peça que escolhi para jogar no momento, logo recupero minha popularidade, então deixarei ele de lado e vou ir para Paris.
Depois de um tempo notamos que era hora de ir embora, muitos já tinham ido, então Simon me acompanhou até onde meu motorista me esperava, e esperava por Luna também, ela já estava dentro do carro, e estranhei Simon não querer falar com ela:
- Bom, obrigada pela noite Simon, foi incrível- sorrimos.
- Eu que agradeço Ambar, bom, nos vemos amanhã.
- Sim- dei um beijo no seu rosto- Tchau Simon.
- Tchau Ambar- virei e entrei no carro, Luninha me olhou como se quisesse falar algo, mas não falou, melhor mesmo, não estou com paciência de aguentar a voz dela hoje, na verdade, nunca estou.

Catch Me If You CanOnde histórias criam vida. Descubra agora