Capitulo 23

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Narração em 3ª pessoa
Os dias passaram, para alguns rapidamente, mas para dois corações sofridos e saudosos os minutos pareciam dias, e os dias pareciam meses. Ambar tentava se reaproximar e Simon deixava claro que não queria mais nada com ela. Com o tempo ela ia desistindo, sabia que logo iria embora, e sabia que ela tinha estragado tudo, mais uma vez. Doía nela vê-lo e não trocá-lo, e doía nele vê-la e saber que tudo foi um fingimento, isso era o que ele achava. As vezes ele se via a observando e às vezes ela se pegava o procurando pelo Roller. Ela cansou e resolveu focar nos estudos, já estava quase concluindo o último ano, já ele focara na banda. Ela conseguiu se distrair um pouco com o Open que se aproximava, já pra ele um novo Open era sinal de trabalho dobrado.
- You build me up and then I fall apart 'Cause I'm only human- Ambar encerrou seu ensaio e suspirou, nunca se imaginou cantando uma música assim, que a deixasse com guarda tão aberta, mas precisava disso.
- Ambar?- escutou uma voz baixa e se virou, viu Nina- Desculpa interromper é que queria te entregar uma coisa- falou e Ambar franziu o senho.
- Me entregar uma coisa?- perguntou sem entender.
- É, bem, eu estava tirando umas fotos na rua, e sem querer tirei essa, era para ter entregado já tem um tempo, sei que não estão mais juntos mas achei que gostaria- falou Nina e entregou uma foto, Ambar sentiu o coração apertar e um misto de dor e saudade invadiram seu peito, suspirou e tocou a foto com delicadeza, quase como se estivesse com medo de destruí-la se a tocasse, quando a pegou e a olhou mais de perto suspirou segurando as lágrimas:

- É, bem, eu estava tirando umas fotos na rua, e sem querer tirei essa, era para ter entregado já tem um tempo, sei que não estão mais juntos mas achei que gostaria- falou Nina e entregou uma foto, Ambar sentiu o coração apertar e um misto de dor ...

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- Obrigada- falou em um sussurro de voz e saiu dali, respirando aceleradamente graças às lágrimas teimosas que ela segurava, indo direto até os armários, quando chegou lá e abriu seu armário as teimosas lágrimas rolaram sem sua permissão enquanto pegava sua bolsa:
- O Roller já vai fechar, você tem que ir embora- ouviu uma voz, aquela voz, se virou e viu seu olhar frio balancear quando notou suas lágrimas.
- Eu já estava de saída- falou baixo.
- Ótimo- falou grosso.
- Você não precisa me tratar assim- respondeu magoada.
- E como se trata uma pessoa ruim como você?- falou sem pensar e ela desmoronou por dentro, mas usando toda sua postura de rainha esbravejou.
- Quem você pensa que é pra falar assim comigo?
- Não, eu não sou ninguém, você tem razão, aliás, pelo jeito sempre fui ninguém pra você- esbravejou irônico, ela baixou o olhar.
- Não fala o que não sabe- murmurou ela, mas ele a ouviu.
- Então, o que eu fui pra você Ambar?- perguntou com a guarda mais baixa.
- Foi como recuperar o fôlego- falou com dor- Como se eu estivesse me afogando e você me salvou- falou olhando em seus olhos, naquele momento ele quis beija-la e esquecer de tudo, que se dane o mau que ela o tinha feito, ele a amava, mas algo dentro dele o impediu de fazer isso:
- Acha que pode me perdoar?- perguntou ela, com medo do que viria.
- Um dia- respondeu simplesmente e ela suspirou decepcionada.
- "Um dia" é o que dizem quando querem dizer nunca- falou com uma certa melancolia no seu tom, sorrindo fracamente de lado, e saiu dali, queria chegar em casa e fazer o que fazia de melhor nesses últimos dias, chorar por ele. No final sempre é isso que sobra, chorar escondido.
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Estava tudo preparado para o Open, Ambar retocava sua maquiagem sozinha:
- Ambar?- olhou e viu Pedro- Você é a próxima- falou e saiu, agora era assim, todos a evitavam, todos a julgavam, mas ela não se importavam com eles, não importa o quanto tente explicar, as pessoas só acreditam no que querem. Tirou o roupão e notou sua roupa, mais escura que normalmente, assim como a maquiagem, mas era assim que ela se sentia, sua vida estava mais escura ultimamente. Suspirou e foi até o palco quando escutou seu nome, ao chegar lançou aqueles olhares que a julgavam até a alma, no meio deles tinha um olhar reconfortante de Delfi, se sentiu um pouco mais encorajada.
( Vou colocar a letra já traduzida pois queria uma música que falasse como Ambar se sentia)

- Posso segurar meu fôlego
Posso morder minha língua
Posso ficar acordada por dias
Se isso é o que você quer
Ser a sua número um- cantou suavemente.
- Posso fingir um sorriso
Posso forçar uma risada
Posso dançar e interpretar o papel
Se é isso que você me pede
Te dar tudo que sou- suspirou profundamente.
-Posso fazer isso
Posso fazer isso
Posso fazer isso- usando sua força abriu os olhos e viu todos a olharem meio perplexos, isso só a fez ter mais força.
- Mas sou apenas humana
E eu sangro quando caio
Sou apenas humana
E eu me arrebento e me desmonto
Suas palavras na minha cabeça, facas em meu coração
Você me coloca lá em cima e depois eu caio aos pedaços
Pois sou apenas humana- viu o olhar dele, ele entendia o que ela falava, e depois de dias pode ver aquele olhar carinhoso novamente.
- Posso ligar
Ser uma máquina boa
Posso segurar o peso de mundos
Se é isso que você precisa
Ser seu tudo- sorriu de uma forma que mostrava o quantos estava quebrada.
- Posso fazer isso
Posso fazer isso
Eu superarei- suspirou juntando o ar dos pulmões para cantar a próxima estrofe com toda a sinceridade de seu coração.
- Pois sou apenas humana
E eu sangro quando caio
Sou apenas humana
E eu me arrebento e me desmonto
Suas palavras na minha cabeças, facas em meu coração
Você me bota lá em cima e depois eu caio aos pedaços
Pois sou apenas humana - a música desacelerou e ela suspirou cantando como se juntasse força:
- Sou apenas humana
Sou apenas humana
Apenas uma pequena humana- calmamente continuou novamente:
- Eu só posso aguentar um tanto
Até ficar de saco cheio- riu amarga e continuou com força.
- Pois sou apenas humana
E eu sangro quando caio
Sou apenas humana
E eu me arrebento e me desmonto
Suas palavras na minha cabeças, facas em meu coração
Você me bota lá em cima e depois eu caio aos pedaços
Pois sou apenas humana- com o fim da música tudo ficou em silêncio, nem aplausos nem vaias, apenas olhares surpresos, ouviu palmas fortes e procurou quem era, seu coração aqueceu quando viu que era ele, logo Delfi se juntou, também se levantou a aplaudindo, naquele momento Ambar não precisava que mais ninguém a aplaudisse, as únicas pessoas que a importavam já faziam isso, mas logo todos se juntaram, alguns contrariados, como Luna e Jasmin, outros com um certo reconhecimento e até orgulho, como Matteo, Gaston, Yam e Jim, sorriu e agradeceu, saiu do palco e foi abraçada por Delfi, agradeceu o apoio, mas quando procurou ele, já não o encontrou mais, suspirou, até ouvir a voz de Luna atrás de si anunciando a RollerBand como os próximos, virou e o viu entrando, Delfi a puxou para uma mesa, assim que se sentou Jasmin se retirou e foi para outra, mas Ambar não deu bola para isso, seus olhos focaram em Simon no palco, tão lindo, como queria poder beija-lo e levar ele pra sua casa onde esqueceriam de tudo, mas sabia que não era assim que as coisas funcionavam.

Catch Me If You CanOnde histórias criam vida. Descubra agora