Capitulo 22

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Estava saindo do Blake quando avistei minha madrinha, rolei os olhos e ia passar reto mas ela me parou:
- O que você quer?- perguntei sem paciência.
- Que pare de fazer birra e volte pra mansão- falou séria.
- Estou muito bem na casa do Simon, obrigada- falei e quando ia sair ela falou:
- Só que agora você não poderá mais contar com a ajuda dele- falou e a olhei desconfiada.
- Do que está falando? O que fez com ele?- perguntei preocupada.
- Digamos que a madrinha preocupada e desapontada contou um pequeno segredo sobre a namorada dele para a melhor amiga dele- falou e a olhei perplexa.
- Você não fez isso- falei tentando acreditar, e ela sorriu concordando- Eu te odeio- falei firmemente a olhando nos olhos, virei e sai dali correndo em direção ao Roller, isso não podia estar acontecendo, as lágrimas desciam dos meus olhos com a maior facilidade, tentei chegar o mais rápido possível, essa devia ser no máximo a terceira vez que venho a pé pro Roller, assim que avistei a fachada do Roller minhas pernas enfraqueceram, a certeza que o momento que eu entrar ali tudo vai estar acabado entre mim e Simon faz eu me sentir uma garotinha com medo do escuro, suspirei tentando controlar minha respiração.
Quando entrei pude ver Simon sentado com Luna, ele parecia estar inconformado com algo, eu sabia o que era, quando notou minha presença nossos olhares se encontraram, cheios de mágoa e dúvidas, seus olhos tinham um brilho de lágrimas, de todos os seus olhares dirigidos a mim, esse é o pior, ele se aproximou de mim:
- Me diga que é mentira, me fala que ela está enganada, por favor- ele falou como uma súplica e deixei um soluço de choro escapar.
- Simon- tentei falar mas nada saia, tentei me aproximar e ele me afastou:
- Como eu fui burro, todo mundo me dizendo pra ter cuidado com você, e eu ingênuo achei que você tinha mudado, eu achei- ele riu sarcástico e nervoso- Eu achei que me amava, como eu fui burro- deixou algumas lágrimas rolarem, e eu já não segurava mais o choro.
- Por favor me escuta, eu te amo, não duvida disso- tentei me aproximar de novo mas ele nem fez questão de me afastar nem de me corresponder.
- Para com seu teatro, eu te amei, caramba eu te amo, eu faria de tudo por você, eu era cego por ti, tu era o meu mundo- ele falou chorando e eu chorei mais ainda, segurou meus ombros e me afastou- Parabéns, conseguiu sua popularidade e de brinde também conseguiu me destruir, agora faz um favor, me deixa em paz- falou Ainda me segurando, se afastou de mim e foi em caminho a saída, mas antes de ir embora me deu um último olhar, eu via a mágoa e a dor, até raiva, mas escondido em meio a essa confusão de sentimentos eu vi o seu amor, quando ele saiu do meu campo de visão eu desabei mais ainda em choro, olhei pra trás e vi Luna me olhando, cheguei perto dela e sequei as lágrimas:
- Parabéns Luninha, conseguiu nos separar, no fundo você sempre quis isso não é? Se finge de amiga do Simon mas na verdade gostava de vê-lo sofrer por você, se finge de boazinha, mas minha querida, só uma má garota consegue enxergar outra má garota- falei a olhando superiormente.
- Você que fez tudo isso Ambar, você quem estragou isso, e pare de falar do que não sabe, minha amizade com Simon é...
- Uma forma de ter alguém como segundo plano ali para se seu plano principal falhar você ter uma saída- falei a interrompendo.
- A única com planos aqui é você- falou.
- Não se faça de boazinha, isso me enoja- falei e virei saindo, por fora eu estava mais forte que nunca, mas por dentro eu estava quebrada, despedaçada, e pensar que não terei mais Simon comigo só fazia doer mais.
Passei a tarde toda andando sem rumo, eu só queria que tudo isso fosse um pesadelo, parei quando já estava com o sol se pondo na ponte, suspirei e olhei o sol, estava lindo, mas não era o meu sol, o que se faz quando perdemos nosso sol?
- Aí está você- escutei uma voz atras de mim e me virei, era a Delfi, ela me olhou como quem diz "Você sabia que ia dar nisso", as lágrimas voltaram e eu corri a abraçando, ela me abraçou de volta:
- Eu fiz tudo errado, mas eu o amo- falei entre soluços.
- Você nunca falou que amava ninguém antes dele- ela sorriu fraco, me abraçou novamente- Olha, ele tá magoado mas te ama, todo mundo sabe disso- falou.
- Mas ele não vai me perdoar nunca- falei.
- Tenha calma amiga, olha pra mim- falou e a olhei- Quando duas pessoas estão destinadas a ficarem juntas, eventualmente acharam o caminho de volta- falou e senti um arrepio, na mesma hora me lembrei do sonho.
- Eu já ouvi isso antes- falei e ela riu.
- É, é uma frase de Gossip Girl- falou.
- Não- agora quem riu foi eu- Eu ouvi em um sonho.
- Em um sonho?
- É, na noite passada- e então contei todo o sonho pra ela.
- Ambar, isso é assustador mas já parou pra pensar que esse sonho foi uma forma de o destino te preparar para o que viria- falou.
- Eu não acredito em destino- falei e ela me olhou como se falasse "Sério?"- Destino é para manés, é só uma desculpa idiota para deixar as coisas acontecerem em vez de fazer com que elas aconteçam.
- Se acredita assim então faça as coisas acontecerem- falou.
- Não sei não, Simon não parece querer me desculpar tão fácil.
- Que isso? Ambar você nunca se deu por vencida, vai se deixar abater agora?
- Não estou me dando por vencida, é só que não sei o que fazer.
- Você o fez se apaixonar por você uma vez, e fez besteira, agora vá lá e mostre que o quer, lute por ele.
- Mas não é fácil- falei suspirando.
- Acho que se um amor de verdade fosse fácil, todos teríamos- falou me olhando.
- O Amor Verdadeiro não é fácil, mas devemos lutar por ele, porque quando você o encontra, ele nunca poderá ser substituído- falou uma senhora olhando para a água pensativa, levamos um susto.
- Desculpe, não queria assusta-las- falou e sorrimos sem graça- Escutei vocês falando e lembrei do que vivi, seria egoísmo meu não tentar ajudá-la, sendo que um dia precisei dessa ajuda, mas não tive- falou e sorri.
- Como se chama?- perguntei.
- Liliana- falou sorrindo- E vocês belas?
- Eu sou a Ambar e ela a Delfina- ela sorriu- Você tem um sotaque diferente.
- Sou italiana, mas faz muitos anos que sai de lá, deveria ter a idade de vocês- sorri concordando.
- Desculpe ser indelicada, mas você disse um dia precisou de ajuda, e bem, eu não entendi direito- falou Delfi.
- Ah, bom, quando eu tinha 17 anos eu conheci um garoto, ele trabalhava de caseiro na nossa casa de campo em Veneza, íamos sempre no verão pra lá- suspirou como se estivesse recordando.
- Foi um amor à primeira vista?- perguntei.
- Não, eu o achei um sem classe quando o vi- rimos juntas- E ele me achava uma filhinha de papai.
- E como se apaixonaram- ela sorriu com a pergunta de Delfi.
- Estava irritada com meus pais e quis provocá-los saindo com o filho do caseiro- a olhamos surpresa- Eu sei, não é um belo começo de uma história de amor, mas bom, eu acabei gostando mesmo dele, e ele de mim, passamos o verão inteiro juntos, só que eu tive que voltar, quando faltava poucos dias para minha volta, eu o revelei o motivo que me fez se aproximar dele, ele ficou magoado, eu tentei explicar, mas ele queria uma prova de amor, queria que eu renegasse minha família e ficasse com ele- ela suspirou tristemente- Eu não consegui, não lutei por ele é o deixei escapar- senti meu coração apertar- Não tem um dia que não me arrependa, eu me casei e tive filhos, mas quem eu realmente amei com todo o meu ser foi ele- suspirei concordando- E você querida? Qual a sua história?- contei tudo para ela e no fim já estava chorando novamente.
- Você parece ser durona- ela falou e rimos.
- O se é - concordou Delfi.
- Escute querida, lute por ele, não desista tão facilmente, agora pode parecer uma situação sem saída, mas por um amor verdadeiro vale a pena arriscar, não espere sua vida passar para quando tiver a minha idade, olhar pra trás e ver o arrependimento.
- Já tentou procurá-lo?- perguntei.
- Já se passaram 50 anos querida, é tarde demais- falou sorrindo tristemente.
- Para o amor nunca é tarde demais- falei tentando não convencer só a ela, mas a mim também.

Catch Me If You CanOnde histórias criam vida. Descubra agora