Capitulo 31

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A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros nesta vida...

Cancun, México

Simon suspirava frustrado enquanto esperava na sala de emergência do hospital, seu amigo, Julian, tinha se cortado em um coral e os dois tiveram que vir às pressas para o hospital.
Enquanto estava ali, viu diversas pessoas, entrando e saindo, mesmo com o tanto de gente que tinha, tudo Ainda era muito silencioso, isso até ele ouvir uma gritaria na porta do hospital, quando olhou viu uma mulher loira que estava entrando em trabalho de parto, ela gritava e xingava o marido, mas ele não parecia se incomodar, parecia apenas ansioso. A loira fazia mil exigências e questionamentos enquanto ia em direção à sala de parto, o garoto riu, por um segundo pode se imaginar nessa situação, Ambar provavelmente seria assim também e ele provavelmente não se importaria também. Riu com tristeza, isso não passaria de pensamentos dele.

Depois de um tempo a família dele chegou e Simon resolveu ir pra casa, precisava tomar um banho e tirar a água salgada do corpo. Enquanto ia para o estacionamento escutou uns gritos na entrada do hospital quando se virou notou que era uma loira que por um segundo ele achou ser Ambar, mas sabia que seria impossível ser ela, a garota estava acompanhada de duas senhoras.
Suspirou e entrou no carro, depois de colocar o sinto, girou a chave mas o carro só fez um barulho e logo morreu, ele olhou sem entender, não era a gasolina, tentou de novo, e de novo, e nada, frustrado foi dar uma olhada, não tinha nada fora do normal, estranhou e tentou ligar novamente, nada. Suspirou irritado, mas que desgraça era isso?

Depois de cerca meia hora o mecânico que ele ligará tinha chegado, depois de uma olhada disse que estava tudo perfeito, foram testar e o carro ligou, Simon suspirou aliviado, depois que o cara foi embora ele entrou no carro novamente, e quando virou a chave o carro simplesmente não ligava novamente, já irritado ele desceu do carro e resolveu voltar para o hospital, iria comprar uma água na cantina e ver como estava seu amigo.
Quando já estava lá dentro conversando com o irmão do Julian notou as mesmas duas senhoras que vira entrar com a loira escandalosa:
- Tadinha, além de não ter achado o Salmão ainda torceu o tornozelo- falou uma das senhoras, será que a garota estava procurando um peixe ou Salmão era o nome de alguém?
- Nem me fale, estou com tanta pena dela Dulce- falou a outra.
- Queria que pudéssemos fazer algo- suspirou a outra. Logo o médico chamou elas e as duas sumiram de sua vista.
Sentiu uma mão em seu ombro:
- Com licença querido mas poderia nos ajudar a levar nossa amiga até o carro?- falou a que o nome deveria ser Dulce, ele sorriu simpático:
- Claro, eu ajudo- a senhora sorriu.
- Pode me chamar de Dona Dulce, como é o seu nome querido?- falou ela enquanto eles caminhavam até o quarto da amiga dela.
- Simon- ele falou.
- Simon? Que engraçado, seu nome não me é estranho- falou pensativa.
- Acho que ele não é muito incomum mesmo- falou simplesmente, chegaram no quarto.
- Minha amiga está um pouco irritada, mas ela não é uma má garota- Simon riu enquanto a senhora abria a porta- O nome dela é...
- Ambar!- o garoto falou enquanto via a loira ali sentada na cama, a loira o olhou surpresa.
- Como sabia o nome dela?- perguntou a senhora.
- Simon, eu não acredito- falou a garota atônica.
- Eu que não acredito, achei que estivesse em Paris- falou se aproximando.
- Eu não fui, porque- a garota deu uma pausa- Porque eu precisava te falar umas coisas.
- Que coisas?- falou sorrindo de lado.
- Primeiro eu tenho que explicar como vim parar aqui- a loira sorriu.

Buenos Aires, Argentina
Ontem as 8:00 pm

- Eu não posso ir- falou a loira quando escutou a última chamada de seu voo.
- O que? Você surtou? Vai entrar agora nesse avião, não vai estragar meus planos- falou sua madrinha.
- Isso mesmo, seus planos, não meus- a senhora a olhou surpresa e furiosa- Eu não quero isso pra mim, não quero mais fingir ser o que não sou, eu quero...
- Quer um moleque sem futuro?- interrompeu a senhora Sheron.
- Ele não me cobre de pétalas de rosa e me leva para restaurantes caros nos finais de semana, mas quando corto meu cabelo, ele percebe. Quando me visto para sair com ele, ele me elogia. Quando choro, ele enxuga minhas lágrimas. Quando me sinto sozinha, ele me faz sentir amada. E quem precisa de Paris, quando pode conseguir uma vida feliz, realmente feliz e não só superficial?
- Vocês são crianças Ambar, na primeira dificuldade ele vai te largar- a mais velha falou com lágrimas nos olhos.
- Pode ser que sim, pode ser que não, eu não sei, mas isso é amor, é pular de um penhasco torcendo pra pessoa estar lá para te pegar, mas sem ter a certeza que ela estará lá.
- Você vai estragar seu futuro Ambar.
- Ele é o meu futuro- falou a garota sorrindo com lágrimas nos olhos- Uma hora toda minha armadura caiu no chão, e meu teatro acabou. E só encontrei o desespero de não poder estar com quem eu amo. Então me desculpe mas ele é com quem eu quero estar, é com ele que eu me sinto bem, é ele com ele que me imagino daqui dez, vinte anos.
- Não vou dizer que tem meu apoio, porque não tem, mas se quer ir atras desse garoto, vá, só não volte correndo para mim quando tudo desmoronar e estiver arrependida- a loira sentiu o coração doer com essa palavras, por muito tempo Sheron foi sua única família, e ela sofreu muito nas mãos dela, mas também tem um carinho por ela, tudo que sempre fez foi para impressiona-lá.
- Boa sorte querida- falou Lily enquanto as duas se abraçavam.
- Obrigada, principalmente por não me fazer desistir- a garota se afastou e tirou do bolso a passagem para Cancun que ganhara da amiga.

- E então foi isso- falou Ambar timidamente.
- Ele é o Salmão?- sussurrou Dona Dulce para Alessa.
- Mulher, o nome dele é Simon- sussurrou a outra, os mais jovens riram.
- Então veio atrás de mim?
- Isso, mas parecia que nada colaborava, você molhou o celular, e foi pra tal da Isla Mujeres, eu fui atras e você não estava lá, e nesse meio tempo eu torci meu pé graças ao meu salto e mais cedo quase fui atropelada por um maluco.
- Pera, você quase foi atropelada mais cedo?- a loira concordou- E o carro era cinza?- concordou novamente, o garoto riu- Era eu.
- O que?- a menina falou surpresa.
- Eu estava indo levar meu amigo pro hospital, pra cá no caso, porque ele se cortou nos corais e eu dirigia como um louco porque era muito sangue, e eu realmente quase atropelei uma loira, só não sabia que era você- falou e depois riu.
- Então eu fui até uma ilha pra você ter passado por mim assim que cheguei- falou a garota- Que ótimo- ela estava irritada.
- Mas o seu pé tá bem?- perguntou ele preocupado- Você tá bem? Só machucou o pé né?- falou se aproximando mais dela e a olhando como quem quisesse conferir se tudo estava em seu devido lugar.
- Eu tô bem, na verdade foi só um mal jeito- ela falou meio boba pela preocupação dele.
- Que bom- falou ele sorrindo aliviado- Mas, o que queria me falar?
- O que eu queria te falar?- respondeu a garota nervosa, seu coração começou a acelerar.
- Isso, deve ser importante- falou ele sorrindo.

Catch Me If You CanOnde histórias criam vida. Descubra agora