O Amor Pós Depressão

Um medo sem propósito

Estava eu deitada na minha cama, no meu quarto escuro. Comecei a sentir um frio muito forte e foi aí que me cobri com um cobertor, mas nem o peso do tecido robusto impediu-me sentir meu corpo como se estivesse nu e exposto.

Isso porque o frio era mais forte que a grossura da coberta, ou talvez não, mas para mim um não estava sendo suficiente!

Levantei-me e decidi vestir um casaco e me cobrir com mais um sudário, mesmo assim comecei a tremer e a sentir falta de ar minutos depois. O medo se instalou, era um medo sem propósito. De repente!

Coisas do passado invadiram a minha mente, culpas de situações vividas. Fiquei com um pânico enorme, aquilo parecia não terminar nunca.

Tentava gritar no meio daquela situação, mas não conseguia dizer nem sequer uma palavra, era como se minha voz fosse silenciada e minha alma estivesse sendo possuída por espíritos sombrios.

Algum tempo depois, o frio desapareceu e meu corpo ficou completamente suado.

Apesar de não ser a primeira vez que isso aconteceu, o espanto, o medo e a reação daquela situação era mais arrepiante.

Me livrei do casaco e dos cobertores, assim que tento me livrar da minha roupa interior! Sinto cheiro de sangue e quando levanto minha mão, ela estava completamente ensanguentada.

Corri até ao banheiro com muita fraqueza, mas assim que acendi a luz! Minha mão estava seca sem nenhuma mancha do líquido vermelho, a única solução foi abrir o chuveiro e deixar que água tomasse conta do meu corpo.

Ou até mesmo penetrar a minha alma e lavar as minhas feridas interiores.

Fiquei horas e horas aí, meus olhos doíam de tanto choro. O cansaço ruia o meu corpo, dando a sensação de que estava a se despedaçar aos poucos.

No fundo estava cansada desses medos e dessa angústia, mas a falta de ajuda só me afundava ainda mais.

Isso começou a ser comum pra mim, às vezes deitava e o sono se esquecia de mim. A solidão é a minha única fiel companhia, acompanhado de pensamentos que invadiam a minha mente.

De tão agitado que o meu corpo estava! Relaxar era algo que era impossível pra mim.

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