Capítulo 3

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Capítulo 3

 

De manha, alguém bate a porta. Abro os olhos e ouço uma voz vinda do outro lado.

- Mana acorda, o pai chamou-te. – O Rodrigo fala.

- Já vou, primeiro junta toda a gente na sala, empregados também, preciso de falar convosco.

- Está bem, mas despacha-te. – Ele fala impaciente.

- Está bem! – Levanto-me da cama e esfrego os olhos.

Vou até ao meu quarto, visto uns calções curtos e um top preto. Completo com as minhas vans pretas, como eu amo estas sapatilhas. Coloco o cabelo todo sobre o meu ombro e desço até à sala.

- O que tinhas para falar connosco? – Rodrigo pergunta no meu de todos os empregados.

- Quem entrou no quarto dela ontem à noite? – Eu pergunto com desdém, notando-se revolta na minha voz. - Ninguém responde… - Estou à espera da resposta!

- Fui eu menina, desculpe. – Diz a empregada mais recentemente contratada.

- Estás despedida, não me apareças mais a frente… Isto que sirva de lição para os outros.

Dirigo-me até ao escritório, o meu pai e o meu irmão seguem-me.

- Tens de ter mais respeito pelas pessoas, Francisca. - O meu irmão reprende-me. 

- Ela entrou no quarto. – Olho-o impressionada.

- Isso não é desculpa! – O meu pai tenta manter-se calmo.

- Vocês não percebem. – Digo irritada.

- Mas vais ter de te animar, porque o rapaz está quase a chegar.  

- Eu logo penso nisso. – Anuncio indiferente.

- Sabes o que te acontece, se não te comportares bem. – Ele fala em tão de ameaça.  

- Não eras capaz! – Cruzo os braços olhando-o de forma intimidante.  

- Não me desafies! – O meu pai apenas pronuncia.

Ouve-se a campainha. Descemos os 3 e eu congelo quando vejo o rapaz, está de costas mas dá para perceber que tem um corpo bonito e uns caracóis que o fazem bastante sexy… Está a agradar-me a ideia de ter um segurança “bonzão”.

Mas os meus pensamentos partem-se em bocados, quando olho para a sua cara.

HARRY P.O.V.

Chego a uma casa enorme, os meus patrões devem ser riquíssimos, mas nada que eu não esteja habituado. Sou recebido por uma empregada, já com alguma idade, entramos e fico a conversar sobre algumas regras da casa… Ela faz-me sinal para olhar para trás.

Olho para as escadas e vejo um homem mais ou menos de 40 anos, ao seu lado tem um rapaz da minha idade e no meio deles estava uma rapariga linda, os cabelos longos e encaracolados caem sobre o seu ombro direito. Os seus olhos são algo que nunca tinha visto na minha vida, um azul esverdeado escuro e profundo, tem uns calções que realçam todas as suas curvas. Mas há um problema, olha-me de uma forma desprezável e violenta. Eu conheço-a de algum lado, ela não me é estranha. Mas logo irei reconhecê-la.

 

FRANCISCA P.O.V.

Quando a sua cara vira, os meus olhos enchem-se de raiva e ódio. Neste momento, apetece-me correr para ele e esganá-lo. Ele olha-me com um grande sorriso que forma umas covinhas perfeitas, fazendo-me lembrar as da minha melhor amiga. Eu ainda não estou em mim, que a pessoa que eu quero matar, vai tomar conta de mim. Devem estar a brincar comigo. O ódio vai crescendo dentro de mim. Eu estou a fazer um esforço enorme para me conter.

- Tu? – Pergunto indignada.

- O que tenho eu? – Pergunta confuso.

- Nada! – Respondo fria.

- Ok! – Ele faz uma cara estranha.

- Olá, eu sou o Pedro Vale. - Meu pai apresenta-se.

- Harry Styles! – Diz esticando a mão ao meu pai, a qual ele aperta. Aquele nome ecoa na minha cabeça. As minhas mãos começam a tremer e a fúria a apoderar-se de mim. Eu quero destruir este nome.

- Eu sou a Francisca Vale. – Dou um sorriso falso.

- Olá meu, sou o Rodrigo.

- Espero que te habitues bem à nossa família.

- Não irá ficar muito tempo. – Digo, virando costas.

- Tens de ter muita paciência com ela. – O meu pai sorri-lhe.

- Já reparei!

Entro no meu quarto. Tenho a oportunidade perfeita para acabar com ele, mas tenho de fazer tudo direito, pois o meu pai não anda para brincadeiras. Vou tratá-lo com o máximo de respeito, o que é pouco, mas ele que se atreva a aproximar-se demais.

Chamam-me para almoçar, Harry senta-se connosco e não tira os olhos de cima de mim. Já me está a irritar.

- Mas tu vais parar? – Eu pergunto.

- O que estou a fazer? – Faz-se de inocente.

- Estás a olhar para mim há mais de 10 minutos.

- És bonita. – Diz envergonhado.

- Oi, mas que confiança. – Eu faço cara de admirada.

- Mas tu estás a olhar para mim também, sá que mais parece que me vais matar.

- Podes ter a certeza que vontade não me falta. - Eu rio falso. 

- Porquê? – Pergunta assustado.

- Não precisas de saber! – Lanço-lhe um sorriso sínico e volto ao quarto

Mudo a minha roupa e visto um biquini, pego na minha arma e dirigo-me ao jardim. Eu tenho aulas de tiro, algo que implorei ao meu pai. Ele não achou nada boa ideia, mas eu faço o quero, sou maior de idade.

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I Want You Dead // H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora