Capítulo 13

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 Capítulo 13

Dois dias depois, o Harry continua na mesma situação, nada mudou. Eu não tenho comido, não tenho vontade de fazer nada. Apenas me fecho no quarto com a Nina nos braços. O meu mundo está a desmoronar aos poucos. Eu nem lhe contei da bebé, nem lhe disse que queria que ele tomasse conta dela comigo. Que a fizesse sorrir tal como ele faz comigo.

Alguém batee a porta do meu quarto e eu encolho mais na cama. 

- Mana chega, acabou-se. – Rodrigo entra rezingão. 

- Acabou-se o quê? - Eu questino num murmuro. 

- Vais sair deste quarto, não te vou deixar voltares ao que eras. – Ele fala forte e rígido.

- Mas tu não percebes que não há razão para sair daqui. – Falo fraca.

- Há sim, tens de lhe dar força.

- Eu não tenho força para mim.

- És mais forte do que pensas. – Ele chega-se a mim, rodeando-me com os seus braços. 

- Está bem, vens comigo ao hospital?

- Claro que sim, mas essa pequenina fica em casa

- Porquê?

- Porque sim, mana. – Mas porque é que toda a gente me contraria. 

Visto uns calções simples com uma camisola pois não tenho paciência para me arranjar. Amarro o cabelo e desço, encontrando Marie à porta. 

- Menina tem uma encomenda para si. – Entrega-me um pequeno pacote de cartão.

- Mas eu não encomendei nada. – Eu digo estranhando. 

- Mas deixaram isto para si.

Pego na caixa e abro. Dentro tem um papel com as seguintes palavras: "Vais-te arrepender!!" Arregalo os olhos e atiro a caixa para o chão.

- O que tinha, menina? – Marie pergunta aflita

- Quem mandou isso? - A minha voz tremeu. 

- Não sei, deixaram a porta. – Ela encolheu os ombros e eu suspirei. Deve ser apenas uma brincadeira!

Sai de casa a pensar no pacote estranho e contei ao Rodrigo o que se passou. Apesar de ele concordar comigo sobre ser uma brincadeira, eu sei que ele também ficou assustado. 

- Tu tens inimigos?

- Que eu saiba não. – Respondo ao meu irmao.

- Não penses nisso agora, vamos visitar o Harry.

- Sim! – Sorri.

Vamos até ao seu quarto e ele continua em coma. O seu nariz está ligado e tem montes de máquinas ligadas a ele, o que me faz uma impressão enorme. 

- Custa-me tanto ver-te assim. – Mexo no seu cabelo. – Tu tens de melhorar, Harry. 

Fiquei umas horas com ele e depois voltei a casa. Passei a noite toda com a Nina, ela tem me dado força para viver um pouco. 

Acordo com uma caixa ao pé da minha cama, está toda enfeitada com lacinhos e penso logo que é uma prenda, então a felicidade enquanto a abria é notória na minha cara. 

- Ah! Que horror! – Eu grito apavorada e atiro o presente para o chão. 

- Que se passa? Porque foi esse grito? – Rodrigo entra no meu quarto de repente. Aponto para o chão, aterrorizada.

- O que está uma caveira a fazer no teu quarto? - Ele pergunta rindo e eu reviro os olhos. 

- Mais um daquelas encomendas e esta vinha com esse papel. - O papel branco e escrito com batom vermelho dizia que eu iria morrer. 

- Calma mana, alguém quer-te assustar.

- Achas que isto é assustar? Ia tendo o ataque de pânico. - Eu respiro fortemente. 

- Vamos levar isto a polícia – Rodrigo incentiva.

- E se me fizerem mal? Ou pior e se fizerem mal a vocês? - Eu encolho as minhas pernas contra o meu corpo. 

- Queres continuar com isto?

- Vamos esperar mais um tempo. – Falo assustada.   

Passaram-se mais 2 semanas, Harry ainda não acordou mas os seus hematomas já estão quase bons. Os médicos têm esperança que ele acorde brevemente.

- Menina, tem mais uma encomenda – Marie entrega-me mal eu entro na cozinha para tomar o meu pequeno-almoço. 

- Estou farta dessas coisas. - Digo enervada. - O que será desta vez? Imaginação não lhe falta! - As prendas envenenadas tem sido constantes e começo a pensar que alguém deve ter ido aquelas lojas de bruxaria compras coisas como caixões minusculos com o meu nome, bonecas loiras com facas espetadas e todo o tipo de coisas sinistras e assustadoras. 

- Veja o que é desta vez. - Marie pediu. Eu sei que ela está bastante preocupada com isto.  Abro a caixa e deparo-me com um espelho ensaguentado com a palavra "morte".

- Já não aguento mais isto. – Digo exausta.  

- Menina, fale com o seu pai e vá a polícia.  

- Primeiro, vou visitar o Harry e depois falo com o meu pai. – Falo mais importada com o estado do Harry do que propriamente com alguém que parece não ter nada que fazer com a sua vida. 

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I Want You Dead // H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora