Capítulo 12
O corpo da minha melhor amiga passa pelo meu pensamento. Morto e sem vida nos meus braços, tal como está o do Harry neste momento. Tenho aqui a oportunidade que tanto esperei, ele morre e eu não sou culpada por isso. No entanto, tenho uma culpa que me percorre o corpo de cima a baixo, as minhas lagrimas começam a escorrer e o desespero toma conta de mim. A minha respiração está fraca, a dificuldade em respirar é imensa e os batimentos fracos que sinto no peito de Harry são como facas rítmicas a espetar-se em mim.
...
Eu encontrava-me sentada no sofá com umas pantufas enormes nos pés e uma manta sobre o meu corpo. Lágrimas escorriam pela minha. Fazia 5 anos que a minha avó tinha morrido com uma doença grave.
- Não fiques assim, tens de pensar que ele já tinha vivido o que tinha pra viver. – A minha melhor amiga tentava confortar-me.
- Não é assim! – Eu guinchei para ela.
- Trata das pessoas que gostas, as que estão vivas são as que temos de cuidar… Devemos lutar para que sejamos felizes e isso centra-se nas pessoas que amas. Não podemos fazer nada por aquelas que já partiram, irão ser sempre parte de nós. Mas e os vivos? Podemos salvá-los, fazê-los nossos. – Abraçava-me forte, ela sabia bem o que era perder alguém pois já não tinha os seus pais. Mas eu nunca vou saber lidar com a perda.
...
Eu tenho de fazer alguma coisa, ele tornou-se tão importante para mim. Se ele morrer, vai começar tudo outra vez, eu não quero isso. Além que eu não vou aguentar não o ter. A escuridão e tristeza voltarão, tudo irá desmoronar-se novamente. Eu estou prestes a salvar a vida da pessoa que eu tanto queria matar. Eu cai no meu próprio erro, queria tanto vingar-me dele e quem se vingou foi ele. Ele fez com que eu gostasse dele, com que eu o desejasse.
Olho a minha volta e começo a entrar em pânico, eu não o consigo tirar daqui.
- Por favor, aguenta-te, eu vou ajudar-te Harry – Digo a chorar.
Com bastante dificuldade, coloco o seu corpo sobre uma pedra grande que o mantenha à superfície. Subo as escadas enormes de madeira para pedir ajuda.
Poucos tempo depois, um helicóptero de urgências paira sobre a lagoa e retiraram o corpo de Harry, colocando-o numa maca e levando para o Hospital mais próximo.
- Não podemos ir para esse hospital, é mais grave do que pensamos. – O médico que vai connosco no helicóptero fala.
- Mais grave? – Eu grito desesperada. Eu não me perdoarei se ele morrer por causa do tempo que eu demorei a decidir salvar a vida dele. A deixar de ser estupida!
- Acalme-se, vamos ter de ir para um hospital mais especializado.
Enquanto o Harry está a ser examinado e tratado, vou até ao hotel buscar as nossas coisas. As minhas pernas mais se conseguem aguentar em pé e os meus olhos doem-me do choro.
Volto para o hospital já de noite, quando vejo um médico aproximar-se de mim.
- Boa noite, tem novidades? – Pergunto quase a desesperar mas tentando manter-me num estado considerado normal.
- As notícias não são as melhores, o menino partiu o nariz e tem vários hematomas no peito e na cabeça.
- Posso vê-lo? - Eu pergunto engasgando-me com as palavras.
- Encontra-se em coma. – Raio! A calma do médico irrita-me profundamente.
As minhas pernas perdem a força e caio de joelhos no meio do chão. Estou tão aflita, que o médico anunciou que ia buscar-me um calmante. Acabo por adormecer numa cadeira da sala de espera.
No dia seguinte, sinto alguém abanar o meu corpo, tentando acordar-me.
- Hum… Harry. - Eu resmungo com sono.
- Desculpe, menina. – O médico diz.
- Desculpe! O Harry? Como está o Harry? - Eu levanto-me rapidamente quando o meu cérebro começa a processar alguma coisa.
- Continua na mesma. Decidimos mandá-lo para a vossa cidade pois vocês estão aqui de férias, certo?
- Sim, obrigada.
Fomos num avião privado até Londres e lá o harry voltou a ser hospitalizado. Não me deixam vê-lo devido as fraturas que tem no nariz, então mandaram-me embora. Odeio aquela gente, acham que eu me importo. Ele pode estar todo esfolado e partido que eu vou continuar a querer vê-lo.
Chego a casa e vou direta para o quarto dela, agarro o seu peluche e começo a chorar novamente, já tenho os olhos inchados e vermelhos. A minha cabeça dói, dói muito do esforço que estou a fazer.
- Eu sei que disse que o matava por ti, mas ele tornou-se tão importante para mim. O Rodrigo tem razão, ultimamente é ele a razão do meu sorriso. Desculpa se fiz o que não devia, mas eu não podia deixar ele morrer, não depois do que passamos ultimamente.
Um coração vermelho de papel cai de um monte de desenhos que tem em cima da secretária. Eu sei que ela não me condenaria, sei que estará comigo para tudo.
Amei escrever este capítulo, finalmente ela admitiu que precisa dele <3 Obrigada pelas leituras amores, deixem a vossa opiniao nos comentarios.
VOCÊ ESTÁ LENDO
I Want You Dead // H.S.
FanficEla é uma rapariga assombrada pelo passado. Ele incerto por não saber o futuro. Ela quer matar pessoas. Ele nem sonha que alguém quer a sua morte. Os dois irão se encontrar. Mas ai ela irá ter de escolher, entre matá-lo ou deixar crescer o amor que...