RUN 2 - Harry Styles horror fanfic- EM PAUSA

Past

*partes em itálico são flashbacks*

Seu corpo estava jogado logo abaixo. Amontoado e quebrado. Os olhos brancos, a boca aberta.

Seus cabelos loiros estavam manchados com sangue, seu macacão e o chão agora vermelhos.

Lágrimas não paravam de cair por meu rosto, junto com soluços e gritos pelos meus lábios.

-TATE NÃO POR FAVOR NÃO!!

Eu me via.

Me via ajoelhada ao lado do corpo completamente quebrado de meu amigo.

Eu assistia a tudo, e a tristeza tomou conta de mim novamente, enquanto o desespero crescia em medida que eu ouvia os ossos dele quebrando.

Logo atrás de mim ela assistia a tudo, rindo e sussurrando em meu ouvido.

-você quer mais, April?

Eu tentava falar, me mexer, gritar.

Mas eu estava paralisada.

Senhorita Walker...- ela sorria. -você novamente?

Senhora Harrys andou até o guarda e lhe sussurrou algo no ouvido. Da frase que só ouvi a palavra Choques.

Oh droga

Ele me arrastou até uma sala afastada e me prendeu em uma cama. Eu gritei, gritei com todas as minhas forças.

Meus dentes rangeram e senti uma dor horrível, fazendo meus olhos fecharem com força e minha cabeça parecer explodir.

Naquele momento eu desejei estar morta.

Eu sentia tudo, toda a dor, como se acontecesse novamente.

E eu desejava mesmo estar morta

pude ouvir Harry gritando, mas tudo agora era dor e escuridão.

Soltei um grito que considero muito alto e despenquei de volta para o chão.

Arqueei as costas e senti todos os ossos de minhas costas estalando. Vi o rosto horrorizado de Harry, mas não consegui falar nem reagir.

Minha visão estava nublada, escura.

A dor não parava, apenas piorava. Eu conseguia sentir o sangue escorrendo por minhas costas, por meu corpo estar dobrado desumanamente.

Meus olhos focaram nos de Harry o tempo todo. Eu nunca o tinha visto com tanto horror no olhar. Seus olhos não desviaram dos meus nem por um segundo, ele não piscava, não secava nem suas lágrimas.

Senti meu peito queimar em mais gritos, rasgando minha garganta. Meu corpo se elevou, mas minha cabeça e meus pés eram as coisas que me sustentavam no chão.

Senti a dor passar para insuportável. Fiquei reta e senti a dor ir para baixo, me rasgando

Olhando para aquela cena eu me lembrei de tudo que aquilo havia gerado. Toda a dor, toda a minha loucura.

Eu havia sacrificado uma vida.

Criada por mim, em mim.

Um pedaço do Harry.

Eu entreguei isso pra elas sem sequer lutar.

Eu era má. Eu não merecia viver.

-percebe agora tudo que você fez, Rose?

Eu chorei compulsivamente em resposta, fechando meus olhos, eu não queria mais ver aquilo.

-oh querida eu ainda não acabei.

Abri meus olhos e sorri, vendo as roupas de Harry ainda jogadas no chão após a noite anterior.

Tudo estava tão perfeito, tão bem, mesmo depois de tudo que aconteceu.

Respirei fundo, me esticando e sentindo uma pontada de dor no fundo de minhas costas, me encolhendo, mas ignorando isso levantei, pronta para encontrar Harry e ver o que estava fazendo.

Assim que levantei da cama o sangue saiu de mim como uma cachoeira, eu sentia uma dor horrível em minha intimidade, e olhando apavorada para o sangue no chão eu vi as sombras surgirem do chão, vindo até mim.

Elas penetraram no sangue, chegando até minhas pernas e eu senti seus sussurros e risos.

Havia acontecido novamente.

Com um grito de desespero eu me joguei em meio ao sangue, chorando, chamando por Harry.

Elas haviam pego mais um.

Em meus ouvidos eu apenas escutava a forte risada de minha mãe, enquanto a mesma acariciava meus cabelos.

-Eu poderia dar a você o que quer... Poderia matá-la agora.

Ela disse, pairando ao meu redor junto com as sombras.

-mas você me diverte tanto, querida. Fazia tanto tempo que não via alguém assim. - ela sorriu e suas sombras acariciaram meu rosto- ninguém nunca me recebera como você fez.

Assim que falou isso seus dedos gélidos tocaram meu rosto, as unhas longas e frias, cortando minha pele.

Seu sorriso diminuiu aos poucos, enquanto ela chegava perto de meu rosto com o seu

-Eu agradeço você por isso... Mas sabe... Eu não seria quem sou. Eu não honraria minha lembrança se não a fizesse sofrer. - ela sorriu mais abertamente, me mostrando todos os seus dentes pontudos.

-você vai morrer, April. Mas não agora... Nós vamos nos divertir muito ainda... Bem... Pelo menos eu vou.

Então sua mão se moveu para meu pescoço, e me levantando do chão ela me jogou para o escuro onde meus gritos desesperados se perderam na imensidão.