Capítulo 7: "Eu já tomei a minha decisão."

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Foda-se. Puta que pariu. Merda. Caralho que me foda. Bem, podia dizer todas as asneiras que me passassem pela cabeça em diversas línguas, mas a verdade é que isso não mudava o meu estado. O meu estado de gravidez. O meu pequeno bebé com cerca de 1 mês de gestação que vivia na minha barriga, croata. Como tinha mesmo deixado que isto acontecesse? Como tinha deixado envolver-me com ele? E como não me tinha preocupado sequer com uma forma de evitar que isto acontecesse?

-Mariana? Mariana? – A minha melhor amiga tentou despertar-me do transe psicológico que eu devia estar a viver.

-E agora? O que vou fazer?

-O que é que queres fazer?

-Eu... Eu não sei. – Nunca me tinha sentido tão perdida na minha vida. Sem um rumo, sem uma solução para o problema do qual eu era totalmente culpada. Sim, apesar de não o ter feito sozinha, eu sabia que se isto acontecesse, era eu que ia ficar grávida e nunca ele, devia ter sido eu a preocupar-me mais com isto, até porque da última vez fui eu a provoca-lo. – Eu sempre sonhei em ficar grávida e ser mãe, sempre quis ter a minha família, mas nunca esperei que fosse assim.... Comigo grávida de outro rapaz que não é meu namorado.

-Acho que devias falar com o pai do teu filho, até porque é uma decisão vossa.

-Não, é uma decisão minha e só minha.

-Ainda estás de cabeça quente, não deves tomar decisões.

-Foi por ter a cabeça assim e ele a cabeça noutro lado que estou no estado em que estou: grávida!

-Mariana...

-É a verdade. Eu já tomei a minha decisão.

-O que vais fazer?

-Depois de o fazer, digo-te. Agora deixa-me descansar um bocado.

-Mariana, não faças nada que te arrependas.

-Já o fiz, de outra forma não estaria grávida.

-Promete-me que logo à noite me ligas.

-Prometo. – Acompanhei-a até à porta e dei-lhe um beijo. De seguida fui até ao meu armário secreto e tirei de lá o que eu prometera a mim mesma que não iria repetir mais, mas situações de emergência exigiam medidas drásticas, puxei de um cigarro e pus-me na janela da cozinha a fumar. Passado ½ minutos apareceu o Brimi.

-O que estás a fazer?

-Não é da tua conta. – Respondi friamente.

-Mas tu por acaso fumas?

-Quem é que tu pensas que és para te meter na minha vida?

-O que se passou contigo?

-Importaste de me deixar em paz? – Apaguei o cigarro e fui até à casa de banho, precisava de tomar um banho e ver se o nojo que sentia do meu próprio corpo passasse e dei, pelos testes de gravidez espalhados no chão, felizmente chegara a tempo de esconde-los! Enfiei-me na banheira, onde acabei por demorar quanto tempo quis, sai da casa de banho e fui até ao quarto onde me vesti e depois pus-me na cama. O dia seguinte seria um dia difícil para mim, mas eu já sabia bem o que ia fazer...

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