Capítulo 30: "O dia juntos, parte I"

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Branimir

(Passado alguns dias)

Era difícil dizer qual de nós estava mais nervoso e ansioso por aquele dia tão esperado, se era eu ou a minha portuguesa. Era o dia em que iria conhecer a princesa Beatriz, e tinha tudo preparado, tudo pensado ao pormenor. Queria fazê-las feliz naquele dia e aproveitar imenso para conhecer a filha da minha amada e dar-lhes um dia inesquecível. Era incrível a forma como soava a sua relação com Mariana, estávamos juntos e eu não conseguia acreditar nisso. Perdoei-a e quis construir uma relação com ela, mesmo com pequenos passos de bebé, devido ao facto de estar sentido com o que acontecera. Mas estava certo que tinha tomado a atitude correta, afinal o amor que sentia por ela, era mais forte que o que se tinha passado.

-Mas tu já estás pronta, Mariana Isabel?

-Isso é tudo pressa? Ou é mesmo nervosismo? Ou estás só ansioso?

-Vamos buscar a menina e eu não quero atrasos! Ela ainda vai pensar mal de mim!

-A Beatriz tem 7 anos, achas que vai dar pelo atraso de 5 minutos?

-Não quero saber, temos de aproveitar ao máximo o tempo com ela e se nos atrasarmos, não vamos ter tanto tempo!

-Vais ter sempre resposta não vais? Então dá-me 1 minuto.

-Acho que vou esperar por ti no carro para ver se te despachas.

-Já estou, senhor apressado. – A Mariana colocou-se sobre a ponta dos pés e deu um beijo rápido no canto dos meus lábios, mesmo assim era um beijo que adorava. Agarrei-a quando ia a fugir de mim, e respondi-lhe:

-Isso é um beijo, Mariana Isabel?

-Só por me chamares pelos dois nomes, podes esquecer. – Agarrei-a no braço e puxei-a para junto de mim e roubei-lhe um beijo. – Isso sim, foi um beijo. – Peguei-a ao colo e fomos rápido até ao carro, enquanto ela me deu indicações do caminho a seguir até à casa dos seus tios.

Depois de termos a princesa e a rainha no carro, senti-me um verdadeiro rei, mas não consegui esquecer-me que também podia vir a caminho um pequeno herdeiro também.

-Brimi! – Despertei com um berro da Mariana. – Cuidado.

-Desculpem!

-Em que estavas a pensar?

-Estava distraído, desculpa! Não volta a acontecer!

-Levas três vidas neste carro, não te esqueças disso! – Podiam ser quatro. Tentava calar aquelas malditas vozes que gritavam na sua cabeça, afinal era a mágoa a tentar falar mais alto, mas não podia deixar que isso estragasse o dia.

Depois de estacionar o carro, levou-as até à entrada do zoo onde pagou os bilhetes e seguiram até à entrada.

-Prima, quem é o teu namorado? Ele é tão alto e tu tão pequena! – Mariana pegou na pequena Beatriz ao colo e ficou do seu tamanho.

-Ele chama-se Branimir, mas podes chamar-lhe Brimi, que ele olha!

-É o que tu lhe chamas?

-Isso ou loirinho! – Piscou-lhe o olho. – Estás entusiasmada por ir ver os animais?

-Sim Mar, quero muito ir ver os golfinhos! – Só nessa altura, Branimir entendeu que Beatriz reduzia carinhosamente o nome de Mariana para Mar, e que bem soava naquela boca pequenina. Ele tinha quase a certeza que aquela pequena era uma versão mais nova de Mariana, exceto que era loira como ele, quem os visse podia até pensar que eram os pais com a filha, embora muito, muito jovens. Enquanto Beatriz, ia uns metros mais à frente, o croata aproveitou para meter conversa com a namorada.

-Tenho a certeza que tu eras exatamente assim quando eras da idade dela.

-Era mais reguila e tinha o cabelo preto, de resto a minha mãe diz que se fossemos irmãs não erámos tão parecidas.

-Tenho a certeza que algum dia vamos ter uma mini Mariana a correr pela casa, mas uma só nossa. – Apesar de magoado, não conseguia parar de imaginar como seriam os seus filhos.

-Daqui a uns aninhos, se ainda tivermos juntos, prometo que te dou pequenos loiros croatas.

-Como assim, se tivermos juntos? Tenho a certeza que estaremos!

-Eu também, mas queria ouvi-lo pela tua boca. – Sorri-lhe e dei-lhe um beijo na testa.

-Mar, loirinho! – A pequena Beatriz começou a correr e nós fomos atrás dela. – Quero andar naquilo! – Ela era tão esperta que rapidamente chegou à entrada do teleférico.

-Não voltes a correr assim que nos assustas, Beatriz!

-Desculpem! Pudemos ir?

-Claro que sim! – Dei-lhe a mão e seguimos alguns metros até à entrada do teleférico e para os pequenos sítios que nos transportavam, mas como não parava, a Beatriz estava receosa de entrar, tinha medo de se aleijar. – Posso pegar-te ao colo e vamos a correr até entrar?

-E tu consegues pegar em mim ao colo e correr?

-Claro que sim, sabes eu sou forte!

-E muito crescido! – A Beatriz sorriu e eu tive ainda mais a certeza que o sorriso era igual ao da Mariana. Peguei nela ao colo e apanhamos a Mariana que já estava no teleférico.

-Estava a ver que não conseguiam entrar aqui!

-Claro que sim, o Brimi é loiro, alto e forte! – Disse a princesa, surpreendendo-me a mim e à Mariana.  

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