Mariana
Não queria acreditar. Tinha voltado a acontecer. E ainda tinha tido a lata de me deixar sozinha na cama. Sentia-me usada. Foi apenas para (mais um) momento de prazer e depois fingimos que nada acontecera. Sempre pensei que o odiava porque tinha acontecido e tinha repetido, mas odiava-me mais a mim porque o tinha permitido e nunca tivesse ousado a negar. Estendi a mão até à mesa de cabeceira e apanhei um papel:
"Estou na cozinha. Vem ter comigo"
Aquela era a letra dele? Era elegante e tão bonita. Gostava. Talvez fosse o que mais gostava dele, isso e a habilidade que ele tinha para me levar ao êxtase sem fazer muito esforço. Como conseguia ele aparentar ter tanta habilidade com tão pouca idade? E porque razão aparentava ele estar a ser simpático comigo depois de nos voltarmos a envolver? Era uma estreia! Peguei na sua enorme t-shirt e vestia-a, fui ter com ele. Entrei na cozinha e cheirava divinalmente, a mesa estava posta e ele estava de volta do fogão.
-O que pensas que estás a fazer?
-Estou a fazer-nos um pequeno mimo, acho que merecemos.
-O que estás a tramar?
-Além De um pequeno-almoço atrasado? Nada mais.
-Isto não vai mudar nada entre nós.
-Acho que a fome te está a impedir de teres os melhores raciocínios, vamos comer e já falamos.
Ele tinha razão, já não estava a responder direito devido à fome, mas nada havia para falar entre nós dois. Depois de comermos, ele acabou por meter conversa de igual forma.
-Tenho uma coisa para te dizer.
-Sim, eu estou solteira, mas nada tem haver contigo.
-Tens a certeza? Nem um bocadinho mesmo?
-Ok, talvez tenha, mas não é exclusivamente tua culpa.
-Estou oficialmente solteiro.
Se eu pensava que nada do que ele me pudesse dizer me ia surpreender, enganei-me redondamente.
-Branimir, o que fizeste?
-A pergunta que devias fazer é, o que vou fazer? – Eu não conhecia o olhar dele, mas levantou-se da mesa e vinha em direção a mim. Não tive medo porque sabia que mal não me ia fazer, aliás, pelo contrário, fazia era demasiado bem. Levantei-me da minha cadeira e esperei. Ele aproximou-se de mim, e colocou a mão sobre a minha anca, afastou um bocado de cabelo que tinha na bochecha, e olhou-me nos olhos e para os meus lábios. Encurtou a distância entre nós e beijou-me. Um beijo calmo, mas com toques de língua, mais ou menos, ousado, um beijo de quem se tornou claro que desejávamos à muito tempo, mas nenhum de nós tivera coragem de o fazer logo.
-Brimi...
-Não digas nada. – Abraçou-me. Como era suposto reagir quando me sentia tão pequena, mas tão segura naqueles braços? – Agora já pudemos ficar juntos.
-Isso não vai acontecer. – Tentei transmitir tranquilidade e confiança, mas na verdade não era nada daquilo que eu sentia. Não sabia bem o que sentia por ele, mas tinha a certeza que não era o mais correto estarmos juntos.
-O que nos separava, eram os nossos namorados, e agora?
-Sabes que não basta apagar o passado e pronto? Não chega terminar as relações para começar uma nova, é muito mais que isso.
-Porque queres complicar o que parece tão simples, Mariana Isabel? – Odiava do fundo do coração que me chamassem pelos dois nomes, e ele claro fizera-o.
-Isto é só uma atração, é só algo físico, mentaliza-te disso.
-Estás a querer enganar quem? – A sério, como aparentava ele estar tão calmo? Tão tranquilo naquela conversa? Tudo em mim fervilhava. – Se fosse só uma atração, nunca nos tínhamos beijado como na praia e aqui em casa.
-Não consigo lidar com o que sinto. – Sentei-me no chão e ele sentou-se à minha frente, encostei a minha cabeça ao corpo dele e pela primeira vez senti que podia desabafar com ele.... Só ele compreendia como me sentia.
-Fala comigo, Mariana.
-Eu não sei lidar com tudo o que sinto, por mais que tente. O meu coração sente tanto em simultâneo que é duro, e a minha cabeça não dá uma pequena ajuda, aliás acho que eles estão em guerra aberta, senão enganam bem. – Ele sorriu. – Eu não sei o que sinto por ti, a sério que não, e nem sei se algum dia saberei, é tudo tão confuso. Eu acabei com o André, e nem lhe disse a verdade de o ter feito. Se o dissesse acho que ficava mais magoada comigo mesma e ele ficaria ainda mais de rastos, mas sabes, o facto de lhe ter mentido doí-me, mas se tivesse dito a verdade também me doía. O facto de ter posto fim a uma relação tão duradoura, apenas por uns momentos de troca de prazer, faz-me sentir a pessoa mais horrível e egoísta do mundo, e eu simplesmente não sei lidar com todo este misto de emoções, é demasiado para mim, por isso desculpa se não vejo um futuro para nós. – Só conseguia chorar, e ele abraçava-me fortemente, mas nem assim as minhas lágrimas acalmavam.
-Vais limpar essas lágrimas e escutar-me com atenção. – Obedeci-lhe. – É normal estarmos numa tempestade de sentimentos, nada pudemos fazê-lo para contrariá-lo. Claro que não tivemos a atitude mais correta, podíamos ter feito tudo de outra forma, mas não dá para voltar atrás. Quanto ao fim das nossas relações, foi o melhor para os quatro, nem vale a pena pensar de outra forma, era insustentável ser doutra forma. Agora vamos centrar em tentar mudar e apagar estes péssimos sentimentos, conhecer-nos melhor e ver o que dita o destino, pode ser?
-Como consegues pensar com tanta clareza e com tanta calma?
-Acho que a comida deu-me uma ajuda. – Ele deu-me um beijo na testa. – Queres dar-nos uma oportunidade de nos conhecermos melhor?
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Bem, olá meninas!
Quero dizer-vos em primeiro lugar que sou tão distraída que comecei a escrever as minhas histórias e embora as tenhas escrito a pensar em determinados jogadores, acabei por nunca revelar, quem eram, por puro esquecimento, provavelmente, mas pois bem:
A No Promises é escrita servindo de inspiração no Branimir Kalaica (Brimi)
Enquanto que a minha história: "Âncora" é inspirada no João Carvalho.
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No Promises
RomanceA história de um romance proibido entre duas pessoas que se odeiam e que estão comprometidas com outras relações mas cujo destino tratou de unir com um sentimento... Ou talvez não. Quem sabe?