Capítulo 3 "Temos que nos mentalizar que não é correto!"

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Assim que mo disse, olhou-me

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Assim que mo disse, olhou-me. Um olhar que dissera exatamente o contrário do que a boca pronunciara, e foi naquele momento que percebi que a nossa história não se resumia a apenas dois momentos de troca de prazer e um beijo.

-Nós vivemos juntos, como é suposto tentar esquecer o que aconteceu?

-Tenta, pelo menos tenta.

-Tentamos. – Agarrou-o no queixo e fê-lo olhá-la nos olhos. – Temos que nos mentalizar que não é correto.

-Vamos magoar quem amamos. – Trocamos olhares cúmplices, não que se amassem longe disso, mas nutriam já algum sentimento, de outra forma não se teriam envolvido. – Além do mais, não sentimos nada um pelo outro, aliás, nós odiamo-nos, só nos sabemos provocar e mandar abaixo, nem sei como conseguimos viver juntos. – Secalhar disse-o para nos tentar mentalizar exatamente destas palavras, mas a verdade é que eu não o odiava, nem pouco mais ou menos.

-Se tu és um miúdo irritante com 18 anos, o que posso eu fazer? – Decidi tentar brincar com a situação com a boa disposição que me caracteriza.

-Não tenho culpa que tu sejas uma idosa com 21 anos de vida!

-Eu ia responder-te à letra, mas prefiro não o fazer...

-Estás com medo é? – Deixei-me cair no colo dele e ele começou a fazer-lhe cócegas na barriga e eu simplesmente não conseguia parar de rir, felizmente ele não descobrira o meu ponto fraco quanto às cocegas!

-Para, por favor, para! – Ele obedeceu. – Só não quero que penses que é por causa das cócegas que desisti, apenas dei o braço a torcer porque só tens tamanho! – Levantei-me e comecei a correr para fugir dele, mas claro que não foi difícil apanhar-me porque, quase que quatro passos meus são dois dele. Cai no chão cansada e ele deitou-se sobre mim e sussurrou-me ao ouvido:

-Foi tamanho mais que suficiente para te fazer gritar! – Fiquei demasiado surpresa com o que acabara de ouvir. Eu não fazia ideia que ele tinha estas respostas na ponta da língua, sinceramente. Afinal aquela carinha de santo enganara-me bem. – E não te faças de surpreendida, as marcas nas minhas costas confirmam-no! – Agarrou nas minhas mãos e colocou-as em cima das marcas que eu lhe deixara na noite anterior, eu sabia que as tinha feito, mas nunca imaginei que ficassem assim...

-Desculpa, eu não tinha intenção... - Respondi muito preocupada. – Acho que a irritação e vontade de te provocar era só tensão sexual, sinceramente! – Não me contive, ele queria provocar e eu também o sabia fazer e bem, a minha fama de ter sempre a resposta na ponta da língua surtiu efeitos! Tentei fazer-lhe cócegas na barriga, mas ele não cedera... Como assim, ele não tinha cócegas?! Isto era possível?

-Mas não se pode voltar a repetir, tu sabes disso.

-Eu sei. Mas não te queria deixar sem resposta.

-Alguma vez deixaste? Pareces as crianças, sempre a responder, Mariana!

-Não te entendo, à pouco era uma velha, agora pareço uma criança, e dizem que as mulheres é que são complicadas!

-Ia oferecer-te um jantar, mas assim já não te ofereço!

-Em nossa casa, pode ser! – Provoquei-o. – Temos lá comida suficiente para o jantar de hoje e almoço de amanhã, depois é que temos de ir às compras e nem penses que vou sozinha!

-Depois do treinos, eu prometo que vou contigo ao supermercado, mas agora vamos para casa que está a ficar frio e eu não te quero constipada!

-E eu não te quero doente, senão vem-me pedir satisfações de não estares disponível para os teus jogos!

Fomos para o carro e liguei a rádio:

I'm jealous, I'm over zealous (Sou ciumenta, sou cuidadosa ao extremo)

When I'm down, I get real down (Quando estou em baixo, estou realmente em baixo)

When I'm high, I don't come down (Quando estou nas alturas, não consigo descer)

I get angry, baby, believe me (Eu fico nervosa, bebé, acredita em mim)

I could love you just like that (Eu podia amar-te apenas assim)

And I can leave you just as fast (E podia deixar-te igualmente rápido)

But you don't judge me (Mas tu não me julgas)

'Cause if you did, baby, I would judge you too (Porque se o fizesses, eu iria julgar-te também)

No, you don't judge me (Não, tu não me julgas)

'Cause if you did, baby, I would judge you too (Porque se o fizesses, eu iria julgar-te também)

'Cause I got issues (Porque eu tenho problemas)

But you got 'em too (Mas tu tens também)

So give 'em all to me (Então dá-me tudo)

And I'll give mine to you (E tu dás-me tudo)

Bask in the glory (Banhamo-nos em glória)

Of all our problems (De todos os nossos problemas)

'Cause we got the kind of love it (Porque temos o tipo de amor)

takes to solve 'em (Que é preciso para resolvermos)

Tive sorte e consegui estacionar o carro mesmo à porta de casa, e quando subimos, acabamos por ver o meu namorado nas escadas do meu prédio à minha espera...

No PromisesOnde histórias criam vida. Descubra agora