Mariana
A minha história com o Branimir era confusa, rápida mas interessante. Tão depressa nos tínhamos detestado, apesar de vivermos juntos, como estávamos juntos na cama mas com a desculpa que não voltaria a acontecer, mesmo que tivéssemos repetido horas depois. E como qualquer outra história do género, acabámos apaixonados para aprendermos a não brincar com o fogo. Mas ao contrário de qualquer outra história de humor duvidoso, houve contornos específicos. Ambos namorávamos quando tudo aconteceu, acabara por engravidara e o loirinho era o pai, tinha a certeza, mas optara por abortar sem dizer nada a mais ninguém a não ser a minha melhor amiga. De seguida, ganhei uma infeção, e sem darmos por isso estávamos os dois, com as outras relações terminadas e prontos a tentar algo mais que sexo. Mas surgiu o momento da verdade, mas surpreendentemente ou não, estávamos já tão apaixonados que ele acabou por me perdoar e dar-me outra oportunidade. Que eu estou a saber aproveitar, ora não estivesse a caminho da cidade do Porto, mais concretamente em direção à avenida da Boavista para o ver estrear de águia ao peito pela equipa principal. Era hoje, 20 de Maio de 2017, que o meu croata iria ser campeão nacional!
-A Bee está a dormir? – Perguntei a Rita que ido connosco.
-Há algum tempo, não deve tardar para acordar! – Consegui ver pelo vidro no interior do carro que passara a mão pela sua face. – Se eu te tivesse dito que estávamos a caminho do Porto para ver o Branimir estrear-se pela equipa principal, irias dizer que era mentira.
-Provavelmente ia dizer que estavas a sonhar. Mas estou apaixonada, o que posso fazer?
-Aproveitar, meu amor. Nota-se ao longe que estão felizes e que se amam. – Sorri.
-Sabes que eu e ele já dissemos amo-te? E soube-me tão bem!
-Desconfiava, afinal não se devia só ao sexo os vossos sorrisos na cara.
-Não, claro que não! Agora somos muito mais que isso, somos namorados! – Reparei que já estávamos na avenida do estádio. – Acorda a menina, estamos a chegar.
-Por falar nisso, porque trouxeste a Beatriz?
-O Branimir prometeu-lhe que a trazia a um jogo do Benfica, e ela não imagina, mas o Pizzi no final do jogo vai dar-lhe a camisola.
-Não acredito! – Disse surpreendida. – Tenho de ver se arranjo algum giro naquela equipa para mim!
-Eu pergunto ao loirinho o que é que ele pode arranjar para ti, descansa!
Estacionei o carro e a minha miniatura, como carinhosamente o Brimi a chamava, acordou. Mas deixou-se ficar no meu colo até sentir que nos sentáramos nas cadeiras do estádio e aí ficou eufórica. Não sabia que uma criança de 7 anos percebia e vibrava tanto com futebol! Ela sabia o nome de todos os jogadores! Sentia-me a vibrar por dentro ao ver o quão feliz, Beatriz estava por estar ali, e por ver que Branimir já nos tinha visto e que aquecia com a equipa titular! Eu sabia que ele ia jogar, e ele tinha-me dito mas vê-lo com os meus próprios olhos era fantástico!
O árbitro apitara para o início do jogo e o jogo prometia ser difícil, afinal que equipa gostava de ver o Benfica ganhar? Mesmo que fosse a feijões, gostavam de roubar pontos, ao agora, tetracampeão nacional! No final da primeira parte, estávamos a perder 1-0. Bolas, era tão bom ver a minha equipa, ou melhor, a nossa, visto que era a minha e da pequena Bee, a ganhar ou pelo menos empatar! Recomeçou a segunda parte e com ela, veio o 1-1! Minutos depois, surgiu o 2-1 para a equipa da casa! Ficámos todas chateadas, era injusto! Mas até que surgiu um herói improvável! Um canto batido e uma cabeça loirinha sobe mais alto que todas as outras e cabeceia para o fundo da baliza axadrezada! Inicialmente não acreditara que fora Branimir, não sabia ao certo, porquê mas simplesmente não acreditara! Acho que só cai em mim, quando vejo a Beatriz a festejar de forma ainda mais desmedida!
-Mar, o primo marcou!
-Mariana! Mariana, acorda! O Branimir marcou! – A primeira reação desaparecera e dera lugar às lágrimas no meu rosto!
Ficara sem saber muito mais que fazer, até que no final do jogo, o meu namorado aproxima-se juntamente com Pizzi, e enquanto o croata, me dá, mais uma vez, a sua enorme camisola, vejo o ídolo da minha filha dar-lhe a sua e um abraço, momento que fotografei para depois dar à mais pequena, era notório a sua felicidade. Ficara apenas Rita, triste, mas aí surgiu uma verdadeira surpresa, ela sempre me dissera que achava "certa piada" ao Pedro Pereira e não é que o Branimir tinha feito as coisas tão bem que ele lhe dera a camisola também?
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No Promises
RomanceA história de um romance proibido entre duas pessoas que se odeiam e que estão comprometidas com outras relações mas cujo destino tratou de unir com um sentimento... Ou talvez não. Quem sabe?