Aproximação, palavras, gestos, caricias, amor. Seriam capaz de tirar alguém da depressão? O amor pode ser um refúgio?
Enquanto uma garota presa em si mesma, se perdia cada vez mais em um buraco fundo no qual, segundo ela, não conseguiria jamais sair...
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- Eu sempre me senti tão triste em te ver naquela cama, tão quieta e chorosa, eu poderia te pegar nos braços e te tirar dali, mas eu não te aguentaria. – Dona Luiza sorriu junto a Amy. – Mas sabe, agora me sinto tão feliz em te ver assim, sempre enxerguei coragem nos seus olhos, e desde sempre acreditei e acredito que você ficará bem. – Amy com os olhos transbordando, sorriu e se sentiu tão realizada pelas simples palavras da avó, aqueles olhos tão parecidos com os de sua mãe. A loira ouvia tudo atentamente, segurando as mãos da senhora, sentindo aquela quentura gostosa. – Sei que deve ser difícil, ter que aguentar tantas emoções, e sei a saudade que sente da sua mãe. – Dona Luíza deixou as lágrimas caírem. – Eu nunca cheguei a conversar sobre esse assunto, já faz um ano que perdemos ela e seu pai, e eu mal pude tentar te confortar, você impediu que alguém chegasse perto.
E era realmente a verdade, Amy havia se fechado todo esse tempo sem ao menos dar uma chance de ver um mundo sem seus pais, não se deu um momento de enxergar algo bom dali em diante, nem se deu ao menos um momento pra sentir um carinho que era o que mais precisou todo este tempo.
Naquele momento ali com a avó, ela apenas chorava, era a primeira vez que conversava com ela sobre seus pais. Amy sempre pensou que só ela sentia aquela dor tão forte da perda, mas mal se tocou que a avó também se sentia como ela, perdeu uma filha, que a dor poderia ser tão ruim quanto.
Amy se levantou da cadeira e abraçou a avó tão forte que desta vez foi ela quem quase desmontou a senhora, as duas choraram e depois de um bom tempo se recomporam.
- Eu sinto muito. – Amy sussurrou no ouvido da avó.
Dona Luíza sorriu limpando as lágrimas e beijou a bochecha da neta.
