33. O Julgamento

1.2K 102 3
                                    

A semana depois do jogo foi atípica para Harry. Antes as pessoas se afastavam dele por ele ser um motoqueiro, o que ele não achava tão desagradável assim. Mas agora ele parecia ser o centro das atenções.

Certo que ele não era o único, todos os jogadores de futebol estavam recebendo mais atenção.

Havia alguns casos interessantes. Duda, por incrível que pareça, estava sendo humilde e atribuía a vitória a todo o time e principalmente ao seu primo. Com isso até ganhou uma fã.

E Malfoy tentava se gabar, só porque fez o primeiro touchdown, mas como alguém contou da tentativa de sabotar Harry, e isso somado com a vitória, ninguém mais ligava para ele.

- Aquela jogada me lembrou muita uma do seu pai. – disse Firenze quando foi cumprimenta-lo pela vitória. – Só que ele foi pelo meio do campo mesmo, assim que pegou a bola, com o Sirius fazendo de escudo. Os dois tinham treinado essa jogada sem que ninguém soubesse. Sua mãe quase arrancou o meu braço quando viu.

E sempre que os fãs se tornavam um pouco mais entusiasmados aparecia alguém que botava medo neles. Tiago espantava os meninos e Gina as meninas. De alguma forma a ruiva conseguiu a habilidade de usar as passagens secretas sem que ninguém visse. E isso aterrorizava todo mundo.

- Como você sempre sabe que eu estou por perto? – ela perguntou para ele, já que ele nunca se assustava. – Você sempre se assusta com o Tiago.

- Eu gosto do seu perfume. – disse ele. – Sempre o sinto antes de você aparecer. E o nosso amigo não usa perfume.

- Chato.

Harry foi visitar Sirius na P&B. Aproveitando que os professores estariam em uma reunião.

Gina não pôde acompanhar, já que havia combinado com a mãe de sair para procurar um vestido para a formatura.

- E ai, Almofadinhas? Como andam as coisas? – ele perguntou quando entrou na sala da presidência.

- Sem muita novidade. – disse ele. – As coisas andam calmas. Fechamos alguns contratos, o de sempre.

- Isso sempre é bom, não estamos ficando parados. – disse ele, já conhecendo um pouco da empresa.

Sirius deu alguns detalhes dos contratos mais relevantes para Harry.

Até que a secretaria interfonou.

- Parece que tem um oficial da justiça ai. – disse o presidente. – Isso é uma coisa normal em uma empresa grande.

Ele recebeu o oficial, e pegou uma intimação.

- Sabia que Malfoy andava muito quieto. – disse Sirius. – Ele entrou na justiça para anular o reconhecimento de sua herança.

- Por que ele faria isso? Que eu saiba, mesmo que eu não receba mais nada, ele não pode comprar as minhas ações. – perguntou Harry.

- Sim. Mas ele pode tentar atrapalhar tudo e destruir a empresa. Bem no estilo “Se eu não posso ter, ninguém mais vai ter.”

- Ai explica o que ele está alegando?

- Não. Vamos ter que ver.

A notícia do julgamento caiu como uma bomba em todos. Ficaram todos espantados com isso. Mas ninguém deixou de dar seu apoio a Harry.

- Eu gostava de você pobre. – disse Gina. – Nada mudou depois que descobri a sua origem, nada vai me fazer ter outro pensamento.

Mas o clima ficou pesado até o julgamento.

Harry até ganhou um serviço de guarda costas. Motoqueiros estavam se revezando para proteger ele, assim como um grupo de policiais. Isso acontecia tanto na escola, quanto na casa dele, e na de Gina. Aparentemente algo poderia acontecer com Harry até o dia marcado, assim como tinha acontecido na sua apresentação na P&B.

Tudo aconteceu normalmente até o julgamento, que foi realizado rapidamente.

Harry foi com Sirius e Marlene para o tribunal. Dorcas seria a advogada deles, já que com a saída de Malfoy ela foi contratada pela empresa.

Já estavam presentes Gina, Rony e seus pais, Hermione, Lilian com seus pais, Tiago, Suzy, os seus pais e mais um monte de motoqueiros descaracterizados.

- Pode ficar tranquilo. – disse o Pacificador. – Dei uma olhada no processo e não tem nada que possa te prejudicar, mas Malfoy é conhecido por jogar sujo e pode ter algo guardado que ainda não apresentou.

- Teremos que ver. – disse Sirius.

Eles entraram na sala de julgamento, e encontraram Malfoy já preparado, e em um banco atrás dele estava Valter Dursley.

Harry desconfiava que o ‘tio’ tinha algo para aprontar.

Ele, Sirius e Dorcas sentaram-se à mesa ao lado do Malfoy.

- Todos de pé para receber a Dra Amélia Bones, presidente desta seção.

Todos se levantaram, mas Harry sabia que aquele sobrenome era conhecido.

- Caso Malfoy versus P&B.

- Favor o acusador se pronuncie. – disse Amélia.

- A apresentação do Sr Harry Potter como herdeiro de Tiago Potter, herdeiro da P&B é uma farsa. – disse Malfoy. – Harry Potter morreu no acidente que vitimou seus pais.

- Tem alguma prova disso? – perguntou Dra Bones.

- Sim, tenho o atestado de óbito de Harry Potter. – disse o loiro mostrando um documento para a juíza.

- Interessante. – ela disse. – Isso é só um papel, tem testemunhas que possam comprovar isso?

- Sim. Valter Dursley. – disse Malfoy. – Marido da irmã de Lilian Potter.

- Pode se aproximar, Senhor. – pediu Amélia.

Valter se adiantou e sentou na cadeira indicada.

Depois de ter feito o juramento, Amélia prosseguiu com o julgamento.

Como não era um julgamento criminal, Amélia quem fazia as perguntas.

- Sr Dursley, você confirma a história de que o menino sentado ali não é Harry Potter?

- Não. – disse Valter surpreendendo a todos. – Aquele ali é Harry Potter, eu mesmo o retirei do hospital com a minha ex mulher, sua tia, quando ele teve alta.

- Não foi isso o combinado. – disse Malfoy.

- Não, não foi. Mas não ia mentir por você. Já tive a minha cota de desgraça por causa desse seu plano.

- Ninguém nunca ia descobrir. – disse Malfoy.

- Malfoy. – disse a juíza. – Eu era amiga intima de Lilian. Conheci Harry pequeno. Sabia que ele é parecido com Tiago, não tanto quanto realmente ele é. E tem um pequeno detalhe, a cicatriz não foi divulgada em nenhum jornal que falava do acidente, nem mesmo em qualquer relatório médico.

- Com tanta juíza fui pegar logo uma que conhecia o caso. – disse Malfoy indignado.

- E você acaba de receber um processo por calúnia e difamação e, obviamente de falsificação de documentos.

- Essa foi fácil. – disse Remo depois de levar novamente Malfoy algemado.

- Isso porque Malfoy não tem sorte. – disse Sirius. – Com tantas juízas, ele tinha que pegar justamente a Amélia.

- Sorte? – disse Lene. – isso não tem nada com sorte. Olha ali.

Claudio, o Pacificador e Amélia estavam conversando.

- Esse menino teve a quem puxar. – disse Tonks. – Tem boas relações.

Segredos de Uma Vida Quase NormalOnde histórias criam vida. Descubra agora