A dupla prossegue seu caminho por dois dias. Passam por uma pequena cidade onde se hospedam à noite. Lhes é oferecido montaria, porém, Kore nega. Os animais não iriam sobreviver na terrível ilha para onde se dirigiam.
Após uma pausa para o almoço, eles caminham por mais uma hora, até que avistam a ilha.
Uma única ponte de pedra, extremamente reforçada, liga o continente à ilha. A ponte é larga o suficiente para passar um exército e bem extensa, levando um total de quinze minutos de caminhada, para atravessá-la. A medida que cruza a ponte, Eril parece ficar mais cansada. O suor escorre por sua testa e ela percebe que não se trata de um cansaço normal, seu corpo está pesado e a respiração mais difícil. Cada vez que puxa o ar, seus pulmões parecem queimar. Ela olha para Kore e percebe que ele está estranhamente feliz.
— Só um louco acharia divertido estar em um lugar desses. — diz a elfa.
— Não posso evitar. É meu espírito de luta, falando. Será que o Radagart vai cooperar ou vai nos esmagar como ervilhas? Os shamargs são imprevisíveis.
— Se isso acontecer, essa viagem terá sido bem curta.
O clima esfria rapidamente, chegando ao ponto de se tornar visível o vapor saído da respiração de ambos. Eril se encolhe de frio, já Kore, nem tanto. A resistência dos monges à mudanças climáticas é invejável.
Após terminar de cruzar a ponte, a dupla avista uma pequena loja, afastada de tudo, solitária. Analisando, nota-se se tratar de uma loja de roupas, um tanto conveniente para a situação.
Ao se aproximarem, o dono da loja, um anão careca, gordo e forte, vestindo roupas de inverno feitas de pele de animal, com um largo sorriso no rosto, os saúda.
— Bem vindos à ilha de Tuonela, forasteiros. Eu sou Kallo Koponya, da rede de lojas Koponya. Vejo que necessitam dos meus produtos. Entrem, entrem. — diz o anão, apontando para a loja.
Kore e Eril adentram no estabelecimento, onde o frio é um pouco mais brando, olham ao redor e avistam diversos tipos de roupas, algumas para frio e outras leves, para dias quentes.
— Muito conveniente uma loja aqui. — diz a elfa, agradecendo pela sorte que teve.
— Apesar da fama ruim desta ilha, muitos viajantes vem para cá, levados pela curiosidade. — explica o anão, passando a mão pela longa barba negra. — Como o clima aqui muda muito, quase sempre eles estão despreparados e é aí onde eu lucro. Nossas lojas estão sempre espalhadas nos pontos mais convenientes, estrategicamente posicionadas.
— Isso é ótimo. Assim não precisaremos procurar por uma loja no centro da cidade. — diz Eril, enquanto escolhe um casaco.
— Não iria mesmo encontrar, milady. — informa o vendedor gorducho. — shamargs não usam roupas de inverno. Eles não precisam. Aquela couraça que cobre sua pele os protege das mudanças climáticas.
— Entendo, agora percebo o quão estrategicamente posicionada está sua loja. Mas me diga, como lida com o ar tóxico?
— Pode não parecer, mas sou muito forte. Ainda sim, mesmo para mim, os primeiros dias foram difíceis. Fiquei doente por três vezes, antes de me acostumar com esse ar. Aconselho que não fiquem por muito tempo. Logo se vê que vocês não são pessoas comuns, ainda sim não fiquem mais do que uma semana.
A maga sinaliza com a cabeça em afirmação e volta às compras. Eril escolhe um casaco de pele, comprido até a altura das canelas e extremamente quente, enquanto Kore fica com um casaco comum, mais leve. O monge, já vestindo o casaco, soca o ar algumas vezes, testando se a vestimenta iria restringir seus movimentos. Satisfeito, ele paga ao vendedor, com algumas moedas de bronze.
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ALMARA: Ameaça de Xibalba
FantasyEm um mundo de guerreiros e magos, elfos e orcs, Deuses e mortais, criaturas fantásticas e batalhas mortais é onde começa nossa aventura, onde uma elfa maga chamada Eril e um monge humano chamado Kore irão em busca dos mais poderosos para formar um...