A pequena frota composta por cinco navios desliza pelo mar, levados pela força do vento. Seus tripulantes correm de um lado para o outro, alguns limpando o convés, outros ajustando as velas, um grupo se encarrega de preparar o armamento enquanto outro apenas toca sua viola, sentado em cima de um barril.
Os capitães de cada navio dão ordens aos demais e a frota se aproxima da terra firme, tremulando suas bandeiras negras com uma caveira e ossos cruzados.
Eril, Kore e o novo integrante do time, Voughan, terminam de levantar acampamento, recolhendo suas coisas enquanto preparam-se para prosseguir.
O terreno é pedregoso e a estrada costeia um enorme rochedo íngreme, por onde Voughan salta de pedra em pedra, sem parar.
— O que deu nele? — questiona Eril.
— Ele disse que se sente leve. — responde Kore. — Afinal, a vida inteira dele foi naquela ilha, onde a gravidade é maior.
— Nem me fale daquele lugar. Espero não precisar voltar lá nunca mais.
— Não quer voltar à ilha dos shamargs mas quer ir para a ilha de Xibalba. Garanto que lá será bem pior.
— Não estou indo para Xibalba por diversão. Certamente não vou gostar de lá também, mas é por um bem maior.
Neste momento, Voughan aterrissa em pé, próximo à dupla, estremecendo o chão tamanha a altura de que ele despencou. Ele se aproxima como se nada tivesse acontecido, enquanto come algo que ele tira de um pacote.
— E então, vermes, vamos indo? — pergunta, ainda mastigando.
— Hei, o que você está comendo? — pergunta Kore, enquanto procura algo em sua sacola. — Você está comendo todas as minhas provisões?
— Não se guarda comida. Comida se come.
— Ora seu!
Kore parte para cima do shamarg que apenas o chuta para longe, sem sequer sair do lugar, enquanto continua a comer.
— Parem com isso vocês dois. Já estamos chegando na próxima cidade, lá reabasterecemos nosso estoque.
Kore se levanta, um tanto dolorido pelo chute, mas fica calado, apesar de aborrecido.
Eles partem pela estrada. Voughan corre na frente, escala parte da montanha, sobe e desce, corre na frente então retorna para perto dos outros dois e não para nem por um instante, extremamente energético.
— Ele sequer pediu desculpas. Ontem me jogou da ponte e hoje isso.
— A ideia de trazer ele conosco foi sua, agora aguente as consequências. Espero que o alquimista pelo menos tenha modos.
— Então, recapitulando, vamos até a cidade costeira e pegamos um barco para Tengkorak, para procurar pelo alquimista Dhondal, certo?
— Exato. Por acaso você não conhece ele, não é? Não quero chegar lá e descobrir que podia ter me comunicado com ele de forma muito mais simples, como aconteceu com Baruc.
— Não, nem faço ideia de quem seja.
O trio continua pela estrada, que começa a se tornar um pouco mais inclinada para cima e, ao chegar no ponto mais alto, pode-se avistar a cidade costeira.
O município é grande e um tanto inclinado, tendo sido construído em uma ladeira que acaba no mar. Tanto as casas quanto as demais construções são mais bem feitas, mostrando um nível de civilização mais moderno.
Ao chegar na cidade, nossos heróis percebem a presença do Império Mundial, mas não parecem estar em alerta, indicando que não há perigo.
Andando pelo local, o trio encontra o porto e procura por uma embarcação que esteja rumando para Tengkorak. Eles encontram um senhor de idade puxando uma corda cuja ponta está dentro da água.
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ALMARA: Ameaça de Xibalba
FantasyEm um mundo de guerreiros e magos, elfos e orcs, Deuses e mortais, criaturas fantásticas e batalhas mortais é onde começa nossa aventura, onde uma elfa maga chamada Eril e um monge humano chamado Kore irão em busca dos mais poderosos para formar um...