21 | Monge x Cavaleiro

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A área era montanhosa e coberta de neve, de forma que apenas formas de vida adaptadas para viverem no frio existiam ali. Algumas poucas vegetações insistiam em se desenvolver, mesmo que de forma modesta, servindo de alimento aos animais.

Em meio à lugar nenhum, um templo todo feito de pedras amareladas destoa do restante do cenário, com centenas de degraus e uma enorme porta de entrada.

Do lado de dentro, no pátio, dezenas de monges, enfileirados de forma ordenada, recebem ordens de um monge mais velho, que caminha entre as fileiras.

Entre eles está uma figura conhecida.

— Farkas! — chama o mestre. — Sua mente não está no que você está fazendo. Enquanto estiver aqui, tudo que há fora desses muros não lhe diz respeito.

— Sim, mestre! — responde, com ênfase.

Na mão direita de Farkas há um globo de energia translúcido, semelhante à uma bolha, e, em seu interior, fragmentos de pedras circulam lentamente, como asteróides orbitando um espaço vazio.

Na mão esquerda não há nada, mas Farkas parece se concentrar nela.

Após alguns segundos, outro globo surge nela, mas este com um pequeno tornado em seu interior.

— Consegui! — diz o monge, extasiado.

Porém, ao olhar para a outra mão, vê que o primeiro globo havia sumido.

— Droga! — a alegria some, tão repentinamente quanto surgiu. — Concentrar dois elementos ao mesmo tempo é muito difícil, são duas coisas muito diferentes para se fazer ao mesmo tempo.

— Quando você nasce, até mesmo mover os membros, um de cada vez, é uma tarefa difícil. É algo que vem com o tempo e treinamento. — diz o mestre. — Quero que crie os elementos separadamente. Faça o globo do elemento terra e então desfaça, repetindo o processo cem vezes, para que se torne um movimento natural. Então faça o mesmo com o elemento vento. Depois disso tente fazer ambos ao mesmo tempo novamente.

— Sim, mestre Jinukai! — iniciando o treino imediatamente.

Enquanto caminha por entre os estudantes, o mestre dá dicas específicas para cada um.

Na segunda parte da manhã, o treinamento se volta para o fortalecimento físico, com diversos tipos de exercícios terríveis, levando os alunos à exaustão.

Uma pausa para o almoço e descanso é seguido de mais treino, onde Jinukai demonstra formas de ataques mais precisos, evitando movimentos desnecessários durante a luta. Técnicas elementais de todos os tipos são demonstradas por ele e pelos alunos, como em todos os outros dias, porém, uma surpresa inesperada os aguardava.

Ao entardecer, ecoa pelo templo uma batida no portão de entrada.

— Visitantes? — indaga o mestre.

Ele se dirige à entrada e então destranca o enorme portão, abrindo-o.

Para seu espanto, um pequeno pelotão do Império Mundial o aguarda. Um homem de pele negra e cabelo raspado, vestindo uma armadura de cavaleiro, toma a frente, aproximando-se de Jinukai.

— Há quanto tempo, mestre. — diz o cavaleiro.

— Darin! Não esperava vê-lo novamente.

— Só porque deixei de ser um monge não posso visitar meu antigo mestre?

— Não! Mas desde que se tornou sargento do Império Mundial, não é mais bem vindo aqui.

— Tenente! Agora sou um Tenente.

ALMARA: Ameaça de XibalbaOnde histórias criam vida. Descubra agora