14 | Conclusão na Cidade do Norte

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Dos quatro totens erguidos em Waltrode do Norte, três foram derrubados.

Algar derrotou o líder dos krig-há, destruindo o totem da defesa; Kore venceu o Ladino Grimmhewron e destruiu o tótem da velocidade; Voughan, em desvantagem numérica, subjulgou cinco krig-há em suas formas evoluídas, destruindo, em seguida, o tótem da força.

No momento, Eril enfrenta o último e mais difícil dos desafios, a orc xamã, Quentra.

Por algum motivo a maga não consegue utilizar suas chamas e a vilã se delicia com a cena, gargalhando em cima de um dos galhos da enorme árvore consciente.

— Algum problema, elfa? — satiriza, com arrogância. — Seus truques não vão mais funcionar. — diz enquanto aponta para cima, onde estão as flores da árvore, que desabrocharam à alguns instantes atrás. — Elas são o motivo. Essas flores são bem especiais, elas lançam um pólen pegajoso no ar e esse pólen tem uma propriedade que impede qualquer tipo de chama. Ela é uma árvore protetora das florestas e usa esse recurso para impedir as queimadas.

— Você manipulou tudo desde o início. — deduz, analisando os fatos. — Movimentou o cenário de forma a nos dividir e me trouxe direto até aqui.

— Você é a mais forte do grupo, preparei tudo isso para você. Depois que eu te matar, será fácil eliminar os outros.

Em um movimento amplo, novamente a árvore lança pedaços de galhos pontiagudos contra Eril, mas desta vez ela não desvia, apenas aponta sua mão espalmada para frente e, quando o galho está quase a atingindo, ela lança um pequeno turbilhão de vento, que desvia o galho para longe.

— Vejo que o elemento fogo não é a única coisa que você sabe usar. — desdenha. — Mas isso não será efetivo contra nós.

A face da orc se distorce como se entrasse em um transe e seus olhos ficam totalmente brancos. Ao erguer ambas as mãos para cima, surgem três figuras translúcidas, flutuando no ar.

Se parecem com figuras humanóides de feições distorcidas, todos com menos de um metro. São esbranquiçados e quase transparentes, sempre com um sorriso psicótico e olhos esbugalhados.

Eles voam pelo ar, circundando Eril, que tenta se afastar.

Um deles voa em sua direção e a maga tenta golpeá-lo com o cetro, mas este o transpassa, atravessando também o corpo da maga.

Ao sair de seu corpo, pelas costas, a figura carrega em sua mão uma especie de orbe, com uma energia azulada. Isso parece causar um enorme desconforto à Eril, que fraqueja, quase dobrando seus joelhos.

— Diga "olá" para os meus Draugar. Eles são uma graça, não são?

— O que é isso que ele tirou de mim? — pergunta, assustada.

— Não seja egoísta, foi apenas um pouquinho. Parece que eles adoraram a sua alma.

— Isso é... um pedaço da minha alma?

Um segundo Draugar investe contra Eril, ela se prepara para desviar mas, ao mesmo tempo a árvore lança outro galho pontiagudo. A maga consegue desviar do galho, mas o segundo Draugar atravessa seu corpo, roubando outro pedaço de sua alma.

Desta vez seu joelho toca o chão e ela apoia-se em seu cetro, mas levantando-se novamente em seguida.

Sem poder usar suas chamas, seus principais ataques estão selados e ela sabe que precisa pensar em algo rapidamente, ou realmente irá morrer.

— Venham à mim, meus Draugar.

Ao sinal de sua mestra, dois dos fantasmas, que estavam com pedaços da alma de Eril, seguem em direção à sua dona e adentram em seu corpo, que parece se fortalecer. Até mesmo seus músculos ficam um pouco mais aparentes.

ALMARA: Ameaça de XibalbaOnde histórias criam vida. Descubra agora