Segurando-se de forma desajeitada às barras laterais, a musculatura de seu corpo inteiro se enrijecia, enquanto forçava-o a se mover.
Suas pernas trêmulas e sem força movimentavam-se devagar e, ao soltar as barras, ele finalmente dá seus primeiros passos sozinho, como um bebê que aprendia a andar.
A alegria é aparente e, com esforço e foco, ele dá o segundo passo, continuando até que conclui uma caminhada de dez passos completos, sendo segurado pela doutora no final.
— Parabéns, Kore! Sua recuperação está sendo muito rápida. Duas semanas apenas e já evoluiu muito.
— E você disse que eu não ia passar daquela noite, heim. — responde em tom de deboche, mas com bom humor.
— É um verdadeiro milagre você ter sobrevivido. Seu corpo é bem forte, mas apenas isso não teria sido o suficiente para lhe salvar. Eu diria que você tem uma sorte incrível.
— Quebrei todos os ossos do corpo, meus órgãos foram quase todos esmagados e minha coluna partiu no meio. Não me sinto tão sortudo.
— Com tudo isso e você sobreviveu. É sortudo, sim senhor!
— Se a doutora está falando, quem sou eu para dizer o contrário?
— Já disse para me chamar de Ághata. Já somos amigos o suficiente para isso, não?
— Sei, você quer é se aproximar do Algar, não é? Pode admitir.
Os braços de Ághata e Kore estão entrelaçados, para que ela possa segurá-lo e, aproveitando-se disso, ela torce o braço do monge, que fraqueja e quase cai no chão, pela dor.
— Por que... fez isso?
— Acho que meu braço escorregou. — mentindo descaradamente. — Não deveria falar essas coisas para os adultos, afinal, eu sou uma doutora e precisa me tratar como tal.
— Você acabou de dizer para eu não te chamar mais assim.
Outro médico surge, vindo pela porta da sala escoltando uma garota de pele muito branca, bem magra e baixinha. Ele bate à porta, mesmo com ela já aberta, anunciando a chegada.
— Bom dia! Você tem visita.
A garota de cabelos pretos e escorridos se aproxima devagar, como se estivesse tímida, até que parece reconhecer Kore.
Seu rosto não tem as características de uma garota considerada bonita, seu nariz é um pouco largo e bastante empinado, seus olhos amendoados têm uma cor castanho claro levemente avermelhados, com algumas sardas na região abaixo dos olhos, passando por cima do nariz. Uma aparência diferente, ainda sim era atraente.
Ao colocar os olhos na garota, Kore demora alguns instantes para reconhecer, até que seu nome vem à sua memória.
— Aldrah!?
A garota corre e abraça o monge, que se contorce de dor.
— Aaah! Que bom que está vivo! Você me deu um susto danado.
Aldrah percebe que o está machucando e então afrouxa o abraço.
— Mas... o que você está fazendo aqui? — pergunta o monge, atônito. — Como me encontrou?
— Lisica me contou que você estava viajando com a princesa de Galvas, então eu...
— Espera! — interrompe Kore. — A Lisica sabia que a Eril era a princesa de Galvas desde o início? Porque aquela raposa velha não me disse nada?
— O rosto da princesa Eril é bem conhecido. Você não sabia porque morou boa parte da vida no monastério. Quase não saía de lá. Eu mesma já fiz negócios com ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ALMARA: Ameaça de Xibalba
FantasyEm um mundo de guerreiros e magos, elfos e orcs, Deuses e mortais, criaturas fantásticas e batalhas mortais é onde começa nossa aventura, onde uma elfa maga chamada Eril e um monge humano chamado Kore irão em busca dos mais poderosos para formar um...