34 | Elementos Avançados

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Os gritos selvagens ecoam pela fenda de entrada da cidade.

Berros de seres pensantes mas que parecem preferir portarem-se quase como animais violentos.

Sons inconfundíveis, que só podiam ser ouvidos vindos de dois grupos distintos no mundo: Dos bárbaros e dos shamargs.

Muitos confundem a raça "shamarg" com uma classe, pois é sempre comparada com a classe dos "bárbaros". Porém, humanos podem ser bárbaros, anões podem ser bárbaros, até halflings podem ser bárbaros. Mas shamargs só podem ser shamargs.

Não há sequer um estilo de luta ou classe para eles, mas isso não diminui o quão letais os integrantes dessa raça podem ser e, nesse momento, estavam provando o quão terrível pode ser enfurecê-los.

Um grupo de dez shamargs espancam sem piedade outro membro de sua raça, enquanto os demais vibram ao redor.

Mesmo em total desvantagem, o espancado tenta se defender e consegue golpear um ou outro, porém, recebe muito mais dano do que consegue causar.

Sua couraça está quase completamente trincada e banhado em sangue, mas continua em pé, equilibrando-se em suas trêmulas pernas.

Mais alguns poucos golpes e ele finalmente cede, caindo no chão, sem forças.

Os shamargs riem e festejam, indo embora em seguida, deixando-o atirado.

Após a maioria ter debandado, um shamarg mais magro que a maioria se aproxima, agachando-se para falar com Voughan.

— O que exatamente está tentando provar, irmão? — diz Ogrod, em um tom preocupado.

— Eu preciso... ficar forte. — admite Voughan, ainda caído, quase sem conseguir se mover.

— Você mudou muito desde que partiu com aquela elfa e aquele humano. Foi por isso que eles te bateram?

— Não! Eu comecei a briga com todos eles.

— Eu ia perguntar como fez isso, mas não é preciso muito para começar uma briga por aqui. Venha, vou te levar para casa. — Tentando erguer Voughan para colocá-lo nos ombros.

Apesar de Ogrod ser um pouco maior que Voughan, suas pernas tremem e ele não consegue suportar o peso de seu irmão.

— Mas... porque você pesa tanto? Sua couraça é fraca e quanto mais densa ela é, maior o peso. Você deveria ser muito mais leve do que isso. O que andou comendo? — começando a arrastá-lo, já que não conseguiu erguê-lo.

— Cala a boca.

— Felizmente estamos perto de casa.

Ogrod termina o percurso exausto, colocando Voughan deitado em uma cama, onde adormece.

Quando o dia amanhece, Voughan acorda e percebe que seu corpo está repleto de algumas plantas.

Ele faz um esforço e consegue levantar-se, apesar da dor.

Na cozinha, Ogrod termina de servir a mesa com muita comida.

— O que são essas coisas? — questiona Voughan, referindo-se as plantas em seu corpo.

— Uma coisa que descobri com meu passatempo de jardinagem. Essas plantinhas fazem as feridas se curarem mais rápido.

— Igual os remédios do hospital?

— Hum, deve ser. Nunca estive em um hospital.

Lentamente Voughan se ajeita na cadeira e põe-se a comer.

Utilizando um bule, Ogrod enche um copo em frente à Voughan com um líquido marrom.

— Beba, isso é um chá especial. Também vai ajudar a se recuperar mais rápido.

ALMARA: Ameaça de XibalbaOnde histórias criam vida. Descubra agora