13 | Guardiões dos Tótens

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O gigantesco monstro, líder dos Krig-há, caminha lentamente de um lado para o outro, inquieto, enquanto guarda um dos tótens, até que avista algo por entre as árvores.

Ele foca sua atenção e percebe a silhueta de um homem de estatura baixa, o espiando em um ponto escuro.

O monstro, um pouco mais esperto do que uma besta comum, avança lentamente, olhando para outro ponto enquanto fareja o ar. Ao chegar um pouco mais perto, ele se lança violentamente contra o homem, derrubando árvores em seu caminho e golpeando com as garras de uma das quatro mãos, destroçando o alvo.

Ele agarra o corpo da vítima e devora sua cabeça, apenas para perceber que tratava-se de uma espécie de espantalho, feito com folhas e galhos. A cabeça engolida era apenas uma grande fruta de uma árvore local.

— Armadilha número um. — diz Algar, escondido no topo de uma árvore, à uma certa distância.

Uma armadilha de espinhos, semelhante à utilizada contra ursos, é ativada e, apesar de não conseguir perfurar a pele do monstro, consegue prender seu pé direito.

Algar aparece diante do oponente, à uma distância segura e lança algumas esferas que, ao atingirem o inimigo, explodem, mas não causam nenhum dano considerável.

Ele então lança um frasco próximo aos pés da criatura. O frasco libera uma fumaça ao se quebrar no chão.

— Muito bem. Respire fundo, grandalhão.

Ao que o gigante destrói a armadilha que o prendia, quebrando-a com as mãos, parte em disparada contra o anão.

— Armadilha número dois.

Enquanto corre para cima do oponente, o monstro rompe uma fina linha que estava esticada no chão, ativando uma segunda armadilha.

Uma enorme tora, presa por cordas, desce em forma de pêndulo e atinge o lado da cabeça do monstro, que cambaleia para o lado, mais surpreso do que ferido.

Aproveitando o momento, Algar corre passando por baixo das pernas do gigante. Ele gira ao redor e passa novamente por baixo do monstro, até que este recobra o foco e volta-se para o anão.

Algar se afasta e, no que o monstro investe contra ele, passa por debaixo de suas pernas mais uma vez, completando o "nó".

Os braços inferiores do monstro são puxados para trás por um fio bem fino, que foi enrolado quando o pequeno alquimista girava ao redor da criatura e, com um puxão no fio, Algar termina de amarrá-los, imobilizando um par de braços.

— Dois deles já foram, preciso imobilizar os outros dois. O efeito do composto já deve estar fazendo efeito.

No espantalho, cuja cabeça fora devorada pelo krig-há, havia o composto necessário para que Algar utilize suas ilusões no inimigo.

Utilizando-se apenas da mente, Algar cria uma ilusão, fazendo aparecer uma imagem sua em frente ao tótem e o monstro começa a aproximar-se da ilusão lentamente.

Isso mesmo. — pensa. — Derrube esse tótem para mim.

A imagem do falso Algar, para o monstro, aparece um tanto distorcida e ele olha para o lado, percebendo o verdadeiro Algar.

Com um rugido ele avança sobre o verdadeiro e lhe atinge com suas poderosas garras.

O alquimista é lançado longe, com um corte feio no corpo. Ele se contorce um pouco de dor, mas logo começa a se levantar.

— Mas porque? Não foi o suficiente? Ou esse monstro é resistente às minhas ilusões? — em um segundo de raciocínio, ele chega à conclusão. — Acho que você é forte demais pra ser afetado pelo composto. Tenho que te debilitar primeiro.

ALMARA: Ameaça de XibalbaOnde histórias criam vida. Descubra agora