2 | O Inferno de Xibalba

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Ilha Avici, mil e trinta e oito anos no passado. A ilha abriga um dos mais prósperos reinos que existe, liderada pela família imperial Avici, que cuida de seus cidadãos da melhor forma possível.

O reino é semelhante aos atuais, porém, ainda mais rústico, onde a única construção de pedra é o castelo.

Um certo dia, sem qualquer explicação, um feixe de luz vindo do céu, iluminou cerca de metade do reino. A luz era mais forte que a do Sol e, em poucos instantes, foi ficando mais e mais forte.

A área tocada pela luz vai diminuindo à medida que a luz fica mais forte, até que resta apenas um pequeno foco de luz, iluminando uma área de dois metros de diâmetro, próximo ao centro do reino e então, tão inesperadamente quando a luz surgiu, um feixe de energia cai do céu exatamente naquele ponto, como um gigantesco raio que destrói tudo ao seu redor, devastando o reino completamente.

O impacto criou uma cratera com praticamente o tamanho do reino e devastou a ilha quase que completamente.

Dos poucos remanescentes, que estavam mais afastados do local da explosão, alguns seguiram para o local alvejado, à procura de sobreviventes, mas, misteriosamente, nunca mais voltaram.

No local onde o feixe de energia atingiu, surgiu uma enorme cúpula, que parece ser feita de metal e partes orgânicas, medindo cerca de um quilômetro de diâmetro.

O solo ao redor da gigantesca semi-esfera foi enegrecendo aos poucos, aumentando cada vez mais sua área, tomando conta de quase toda a ilha. O mesmo ocorreu com todas as plantas que, ao invés de morrerem, se tornaram uma versão corrompida delas mesmas.

Os habitantes restantes da ilha rumaram para o continente, fugindo do horror que presenciaram, com exceção de alguns poucos, que preferiram continuar naquele lugar mesmo com o perigo de morte, montando seus acampamentos nas beiradas da ilha onde o solo escurecido não chegou.

A cúpula foi apelidada de Xibalba e o evento hoje é chamado de O Grande Cataclismo de Xibalba.

Quase todos que se aventuraram em Avici perderam a vida. Os poucos que sobreviveram contavam histórias sobre criaturas humanóides com couraças intransponíveis, força e velocidades absurdas que mataram à todos sem piedade.

A cúpula de Avici ficou tão conhecida que, com o tempo, a ilha, que fora nomeada com o sobrenome real da família que ali habitava, aos poucos foi substituído pelo da cúpula, chamando-a erroneamente de ilha de Xibalba.

Quatrocentos e quinze anos se passaram, sem que nunca fossem descobertos os mistérios da ilha. Os tais monstros jamais saíram da área enegrecida e, após várias tentativas frustradas de invadir o local, o povo desistiu e marcou o local como proibido.

Neste ano, se formava uma aliança entre três dos maiores reinos do mundo, essa aliança ficou conhecida como Império Mundial, onde o rei do maior dos reinos foi nomeado, por votação, como Imperador do Mundo.

O Império Mundial decidiu, então, reunir os maiores e mais poderosos guerreiros para uma invasão à Xibalba, que culminou na morte de todos eles.

O exército enviado foi derrotado, assim, os magos do império criaram uma barreira ao redor de Xibalba, cobrindo a maior parte do território enegrecido. A barreira não tinha como intenção impedir a saída dos monstros e sim a entrada de estranhos.

Para pessoas comuns e até mesmo para os guerreiros mais fracos, a barreira, que se parece com uma gigantesca redoma de vidro, se torna uma parede intransponível. Já, para os mais poderosos, a barreira se torna intangível, fazendo que com apenas os mais fortes possam adentrar no local.

Mais duzentos e noventa anos se passaram e, em um local desolado do continente, em meio à uma floresta, um segundo feixe de luz destrói tudo ao seu redor, criando outra cúpula, semelhante à de Xibalba, mas com menos da metade do tamanho.

ALMARA: Ameaça de XibalbaOnde histórias criam vida. Descubra agora