A movimentação à frente chama a atenção das pessoas nas carruagens, que tentam sair para verem o que está acontecendo.
Imediatamente os soldados se aproximam, à cavalo, impedindo a saída das mesmas dos veículos.
— Por favor, voltem para dentro dos veículos. — orientam os soldados.
— Estamos preocupados. — diz um homem de dentro da carruagem. — O que está acontecendo lá na frente? O senhor Uriel está bem?
— Já estamos resolvendo a situação. Não é nada com que tenham de se preocupar. Por favor não entrem em pânico, voltem para dentro das carruagens e fechem as janelas até tudo estar em segurança.
No chão, urrando de dor, está Kore, segurando o que sobrou de seu braço.
O sangue escorre sem parar e Araziel, ainda se recuperando de seu ferimento na asa, corre para ajudar.
— KORE! — grita o anjo. — Precisamos fugir. Vamos abortar a missão, ele é forte demais.
O monge serra os dentes para não gritar e aproxima seu rosto do ouvido de Araziel, falando baixo, pois a dor não o permite falar mais alto do que isso.
— Faça... esse sangue... parar.
— Primeiro vamos fugir, não temos tempo pra isso agora.
Com a mão que sobrou, Kore aperta o ombro do aliado, manchando-o com seu sangue.
— Pare este sangramento... Eu ainda não perdi.
— Está louco? Você não está mais em condições de lutar.
— PARE A DROGA DO SANGRAMENTO! — esbraveja, num misto de raiva e dor.
Imediatamente o anjo saca de seu cinto um pó dourado e o espalha pelo ferimento. O monge novamente range os dentes de dor, mas suporta. O sangue começa a escorrer cada vez mais devagar.
— Isso só vai deter o sangramento por alguns minutos.
— É o suficiente para eu acabar com esse cara.
— Kore, por favor, veja a diferença de poder entre vocês. Uriel liberou o terceiro selo, você obviamente ainda não.
— Eu não vou deixar o campo de batalha. Se quiser fugir, fuja sozinho.
— Porque faz questão de morrer aqui? Precisamos recuar e bolar um plano. Só então vamos atrás dele.
Com um olhar sério, Kore fita os olhos de Araziel e então aponta para Belvedere, que está amarrado dentro da carruagem.
— Está vendo aquele cara? Eu o odeio e não me importo nem um pouco com a vida dele. Se ele viver ou morrer para mim da no mesmo, volto para casa à tempo para o café da manhã, sem peso na consciência. Mas não é dele que se trata. Se ele morrer, uma pessoa irá ficar muito triste e eu não quero vê-la assim. Então eu vou dar uma surra nesse arcanjo e vou trazer Belvedere de volta. Vou fazer isso sozinho se precisar, mas sem a sua ajuda vai ser mais difícil.
Araziel imediatamente se volta para Uriel, preparando-se para a luta.
— Sua motivação é nobre, meu amigo. — diz o anjo. — Então proponho o seguinte. Você distrai Uriel enquanto eu resgato Belvedere.
— Feito!
— Mas temos de ser rápidos, seu ferimento vai voltar a sangrar em alguns minutos.
— Não precisa me dizer. A dor não vai me deixar esquecer disso.
O monge respira ofegante enquanto o suor escorre por seu rosto, não pelo cansaço mas pela força que precisa fazer para resistir a dor de seu braço esquerdo que foi amputado.
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ALMARA: Ameaça de Xibalba
FantasyEm um mundo de guerreiros e magos, elfos e orcs, Deuses e mortais, criaturas fantásticas e batalhas mortais é onde começa nossa aventura, onde uma elfa maga chamada Eril e um monge humano chamado Kore irão em busca dos mais poderosos para formar um...