— É melhor sairmos daqui. — sussurra Eril.
— Eles não seriam tão mal agradecidos assim, seriam? — questiona Kore.
— Um povo que passa por necessidades tem seu senso de moral e ética fragilizado. — responde Algar. — Esse dinheiro lhes seria de grande ajuda. A quantia é muito alta, diferente do valor pago nos cartazes que pegamos, onde arriscar a própria vida não valia à pena.
— Posso esmagar cada um deles. — diz Voughan.
— Não faça isso, por favor. — pede a maga. — Vamos apenas sair daqui. Não quero machucar essa gente.
À medida que se aproximam da saída da cidade, mais e mais pessoas se reúnem ao seu redor, fechando o cerco.
Já bem próximo do portal que demarca o limite do território da cidade, nossos heróis se veem cercados por, praticamente, toda a população da cidade.
Um homem um pouco mais bem vestido que a maioria, mas ainda sim de vestes humildes, aproxima-se, ficando frente à frente com Eril.
A maga parecia preparada para qualquer reação daquele homem, menos para a que veio à seguir.
O homem ajoelha-se em sua frente e abaixa sua cabeça.
— Por favor, continuem a nos proteger. Não podemos fazer isso sozinhos.
Com um certo alívio mesclado com confusão, a tensão é cortada.
Ao seu redor os aldeões ajoelham-se um por um.
— Vocês são os heróis de Waltrode. — diz um senhor à direita de Algar.
A palavra "heróis" pode ser ouvida por todos os lados, saídas das bocas dos poucos habitantes que conheciam o idioma comum.
Quando a euforia começa a aumentar, Algar toma à dianteira e, com a mão espalmada para frente, faz um gesto para que todos se acalmem. Ele diz algumas palavras no idioma local e, após um instante de silêncio, um soldado aproxima-se e conversa com o anão.
O soldado aponta para uma certa direção enquanto dá coordenadas e explicações.
— Vamos para Waltrode do norte. — diz Algar, voltando-se para seus amigos. — Os dois inimigos restantes parecem ter unido forças e se reuniram lá.
— Tudo o que eles fizeram foi facilitar nosso trabalho. — debocha Kore. — Agora podemos acabar com todos eles de uma vez só. Vamos limpar essa cidade e seguir em frente.
— Gostei disso. — diz Voughan, com um brilho nos olhos. — Espero que esses sejam mais fortes do que aquele bárbaro.
O povo segue os heróis até a saída norte, mas não ousam sequer sair da cidade principal.
O quarteto cruza o caminho estreito até que avistam uma cidade totalmente diferente das demais.
O segmento norte de Waltrode está completamente tomado por plantas e árvores muito altas, cujas copas ficam acima dos telhados e cobrem, quase que completamente, o céu.
Algo ainda mais estranho é avistado. Quatro enormes colunas podem ser vistas, cada uma em um ponto diferente da cidade, sendo possível enxergar apenas sua ponta, um pouco acima da altura das árvores.
— Mas que diabos aconteceu aqui? — questiona o Kore.
— Um dos procurados é uma Xamã. — responde Eril. — Isso deve ser obra dela. Mas o que mais me chamou a atenção foram aquelas quatro colunas. Não consegui identificar o que são.
— São tótens. — esclarece Algar. — Os xamãs podem invocar tótens que alteram os atributos das pessoas à sua volta. Perceba que na ponta é possível ver o final de um símbolo. Consegui identificar apenas um. É um símbolo do tótem de aumento de força, isso significa que aqueles que estiverem dentro do raio de ação daquele tótem terá sua força aumentada. Eles estão dispostos de uma forma em que seu raio de ação cubra praticamente a cidade inteira, pois são tótens muito grandes.
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ALMARA: Ameaça de Xibalba
FantasyEm um mundo de guerreiros e magos, elfos e orcs, Deuses e mortais, criaturas fantásticas e batalhas mortais é onde começa nossa aventura, onde uma elfa maga chamada Eril e um monge humano chamado Kore irão em busca dos mais poderosos para formar um...