Capítulo 13

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Notas da autora: Não é por nada não, mas vocês tem que ler este capitulo ouvido Blanco Y Negro, vai fazer todo sentido XD


              Rafaela comeu como estava acostumado a vê-la comer, então ela não deveria estar tão nervosa assim. As vezes parecia apreensiva outras um cubo de gelo. Ela escondia muito bem os sentimentos ou talvez não fosse apenas ela e sim a maioria das mulheres.

Logo que terminaram a levou para fora.

— Deveria ao menos ter me deixado pegar minha sombrinha – ela reclamou.

— Não resmungue continue andando – falou.

Olhou na direção do jardim que havia mandado plantar para ela. Sua mãe nunca havia gostado de flores, por isso como Benedito havia dito, a casa tinha ares de tumulo.

Agora os arbustos começavam a crescer e dariam flores quando chegasse a época.

Suspirou.

Por que sempre ele estava dando mais do que recebia? Se lembrava da felicidade estupida que havia sentido ao ver aquele jardim surgindo, imaginando como ela ficaria feliz em poder cuidar dele. Havia sido assim com Monica era assim com Rafaela.

A guiou naquela direção.

— E agora para onde está me levando?

— Aqui – a colocou no caminho feito de pedras que tinha o jardim como senda final.

Ela tateou com os pés e seguiu o caminho até esbarrar nas plantas. Ela franziu a testa e se ajoelhou afagando com os dedos as folhas.

— Esse caminho, o jardim. Tudo foi feito para vosmecê – disse melancolicamente.

Viu sua mão se agarrar o vestido como se quisesse rasga-la.

— O senhor não tem vergonha? – perguntou – Por que esforçou-se tanto nessa mentira? Tanto queria eu o amasse, que cometesse loucuras pelo senhor?

— Seria nosso doce engano – disse parando o seu lado.

— A princesa cega e enganada – lembrou amargurada – esse não foi o tipo de felicidade que sonhei para mim.

— Então por que diabos se casou comigo? – voltou a perguntar.

Ela se levantou se voltando na sua direção.

— Porque o senhor escolheu a vítima errada para brincar – disse entredentes.

Quão impiedosa ela era.

Tanto que sequer percebia o quanto ele a amava. Não havia sido capaz de perceber por seus beijos, por suas ações. Até sua maneira de falar era diferente ao se dirigir a ela. Infelizmente ela era insensível. Esteve ele também tão cego de amor, pensou ironicamente, que não havia se dado conta.

De sua parte jamais imploraria por seu amor.

Achou que faria uma boa escolha trocando ouro por uma flor, mas aquela flor havia se mostrado espinhosa demais.

— Aqui está o seu jardim ao menos terá algo o que fazer enquanto procuro uma amante para me satisfazer – a provocou.

Seus lábios se franziram.

— Fique à vontade meu marido – disse furiosa – não esperava nada mais nada menos do senhor.

De novo ela inventou de correr, mas dessa vez o terreno irregular acabou por fazê-la cair.

Minha Doce RafaelaOnde histórias criam vida. Descubra agora